A equipe de Vicente Feola foi alvo de duras críticas e nem Pelé escapou. “Com seus 32 anos, Rossi esbanja mais energia que qualquer Pelé, de 16 anos”, escreveu o Estado de Minas em 9 de julho, ao elogiar o experiente ídolo do River Plate. O gol do garoto foi descrito como um presente de Luizinho, que driblou dois e deixou o santista livre para empatar. O Brasil se redimiu quatro dias depois, ao vencer a Argentina por 2 a 0 e ficar com o título da Copa Roca. Pelé e Mazolla marcaram.
Pelé nasceu em 23 de outubro de 1940 – embora a certidão de nascimento, por motivo até hoje não explicado, registre o dia 21 –, em Três Corações, para onde o pai, João Ramos do Nascimento, o jogador Dondinho, natural da vizinha Campos Gerais, foi servir no Exército.
Morou em Bauru e chegou ao Santos com 15 anos e 10 meses, no início de agosto de 1956. O primeiro contrato profissional seria assinado apenas em 25 de junho, quando Pelé já havia feito 30 jogos nos profissionais e estava na mira de Feola para o ataque da Seleção.
“O clube praiano veio representado por todos os principais valores de seu poderoso esquadrão, inclusive o famoso atacante Pelé, apontado como a mais sensacional revelação do futebol brasileiro nos últimos tempos”, contava o EM daquele dia. Sobre o pênalti, descreveu: “Encarregado de cobrá-lo, Pelé atirou forte, mas não conseguiu converter. Saltou Arizona, rebateu a pelota e desfez o perigo.”
A consagração
Em março de 1958, Pelé foi confirmado por Feola para a Copa do Mundo. Caçula do grupo, assumiu o posto de titular na Suécia na terceira rodada, já que Dida acusava lesão e Mazolla não estava em boa fase. O garoto foi decisivo na fase final, ao marcar o gol da vitória sobre o País de Gales por 1 a 0, que classificou o Brasil às semifinais. Na final contra a Suécia, Pele marcou dois na goleada por 5 a 2.
A década de 1960 consagraria Pelé, definitivamente, como o Rei do futebol. Com a Seleção Brasileira, conquistou o bicampeonato no Chile’1962, apesar de ter se machucado na segunda partida. Com o esquadrão santista de Gilmar, Coutinho e Pepe, foi o dono das Américas e, depois, do Mundo, ao ganhar o bicampeonato da Libertadores e do Mundial Interclubes, em 1962 e 1963. No Brasil, teve a sequência de cinco títulos da Taça Brasil, iniciada em 1961 e interrompida em 1966, quando perdeu para o Cruzeiro.