Em vez de fazer das crianças meras assimiladoras de conteúdos capazes de se dar bem em uma prova, explorar suas habilidades. Assim, criatividade se torna a palavra-chave do aprendizado. Em tempos em que tudo é instantâneo, ela é quase sinônimo de uma nova metodologia. Mais que saber matérias na ponta da língua, é preciso inovar e deixar a imaginação falar mais alto no processo de ensinar e aprender. Da sala de aula para o mercado de trabalho, especialistas em educação do mundo inteiro defendem o ato de criar como o grande diferencial dos alunos de hoje e dos profissionais de amanhã.
A discussão foi umas das tônicas do evento ‘‘Enlighted: reinventando a educação num mundo digital’’, ocorrido na Espanha, no início do mês. A fundadora do Design for Change India (Design para Mudar a Índia, na tradução em português), Kiran Bir Sethi, defende um modelo inovador em que o aluno é o principal ator de seu próprio desenvolvimento. O projeto foi criado em 2006 e aposta na liberdade dos estudantes e em conduzi-los por meio do lema “Eu posso” em sua aprendizagem. Kiran é fundadora e diretora da Riverside School, em Ahmedabad (Índia), onde o uso das ferramentas do design foi experimentado no currículo escolar. Em termos acadêmicos, ela supera as 10 melhores escolas da Índia. No desenvolvimento das habilidades socioemocionais, o resultado é ainda mais significativo: a empatia, o trabalho em equipe e a transformação social permeiam todas as atividades escolares.
“Acredito em habilidades, mas também em qualidades e valores. Não temos que fazer o trabalho dos alunos. As crianças se tornaram números, não têm histórias, não têm voz. Tenho a esperança de poder mudar as possibilidades delas”, diz. “Os primeiros passos para criar propostas é saber para quem e por que ensinar. É a ideia de o professor perceber de quem está cuidando e assegurar que a vida fique mais leve. Simplicidade é o principal.”
Para o CEO na área de educação do Grupo Planeta, Pablo Lara, o desafio passa por pensar em vários pontos simultaneamente, não só em termos de conteúdo, mas em metodologias para dar suporte a elas. O primeiro diz respeito a pedagogias e novas metodologias. “Quais são as necessidades de aprendizado e como se aprende? O segundo são os conteúdos. Como apresentá-los? E, finalmente, o suporte: tecnológico ou não”, afirma.
Para o CEO na área de educação do Grupo Planeta, Pablo Lara, o desafio passa por pensar em vários pontos simultaneamente, não só em termos de conteúdo, mas em metodologias para dar suporte a elas. O primeiro diz respeito a pedagogias e novas metodologias. “Quais são as necessidades de aprendizado e como se aprende? O segundo são os conteúdos. Como apresentá-los? E, finalmente, o suporte: tecnológico ou não”, afirma.
Finalista do Global Teacher Prizer 2017, o prêmio do melhor professor do mundo, David Calle ressalta que as diferenças são o que dá valor a cada um. “Como professores e como pais, temos que tentar ajudar nossos alunos a entender quais são suas capacidades e habilidades, aquilo que os faz diferentes, para dar importância a esse ponto. Muitos não conseguem chegar à universidade, por exemplo, porque pelo caminho não lhes deixaram ter uma assinatura particular”, relata.
SEM BARREIRAS
Nem construtivista, nem tradicional, nem internacional, mas com um pouco de cada metodologia. Essa é a proposta da Casa Fundamental, escola no Bairro Castelo, na Pampulha, em Belo Horizonte, que aposta na criatividade e nas habilidades do aluno como eixo de formação. “Sabendo que o sistema convencional está falido, pensamos em novas formas. Trabalhar com projetos é realidade nos Estados Unidos e na Europa há décadas”, conta a diretora de Inovação, Maria Carolina Mariano. Com a irmã, a diretora pedagógica Marina Mariano, ela viajou dentro e fora do Brasil em busca de outros modelos. Há dois anos e meio, a ideia foi consolidada. O projeto pedagógico foi pensado ao lado do arquitetônico, que foi trabalhado durante um ano e meio.
SEM BARREIRAS
Nem construtivista, nem tradicional, nem internacional, mas com um pouco de cada metodologia. Essa é a proposta da Casa Fundamental, escola no Bairro Castelo, na Pampulha, em Belo Horizonte, que aposta na criatividade e nas habilidades do aluno como eixo de formação. “Sabendo que o sistema convencional está falido, pensamos em novas formas. Trabalhar com projetos é realidade nos Estados Unidos e na Europa há décadas”, conta a diretora de Inovação, Maria Carolina Mariano. Com a irmã, a diretora pedagógica Marina Mariano, ela viajou dentro e fora do Brasil em busca de outros modelos. Há dois anos e meio, a ideia foi consolidada. O projeto pedagógico foi pensado ao lado do arquitetônico, que foi trabalhado durante um ano e meio.
A escola é um grande galpão, sem paredes e com vista para o exterior. Enormes painéis fazem as vezes de portas, quando necessário, e de lousa. “No nosso projeto, a certeza que tínhamos é de que não temos certeza do que os alunos vão encontrar na vida. Mas tínhamos que dar possibilidade de entenderem que aprender é bom. A criatividade não é um dom, mas uma habilidade que pode ser desenvolvida”, ressalta Maria Carolina.
No laboratório de criação, a meninada experimenta ferramentas, desde materiais comuns, como tintas, passando por cerâmica e robótica, no contexto dos projetos trabalhados. Todas as salas têm internet em alta velocidade, mas a tecnologia só é trabalhada em favor da aprendizagem. No pátio, estão brinquedos feitos pelos alunos. Descer de um andar a outro é pela escada ou pelo tobogã. Salas de 80 metros quadrados abrigam entre 16 e 25 alunos. Dever de casa não existe. “Olhamos o indivíduo e levamos soluções para desenvolver habilidades que o Ministério da Educação diz ser importantes e que sabemos ser também. O professor recebe o aluno do jeitinho que ele é, e o eleva”, resume Marina.
No laboratório de criação, a meninada experimenta ferramentas, desde materiais comuns, como tintas, passando por cerâmica e robótica, no contexto dos projetos trabalhados. Todas as salas têm internet em alta velocidade, mas a tecnologia só é trabalhada em favor da aprendizagem. No pátio, estão brinquedos feitos pelos alunos. Descer de um andar a outro é pela escada ou pelo tobogã. Salas de 80 metros quadrados abrigam entre 16 e 25 alunos. Dever de casa não existe. “Olhamos o indivíduo e levamos soluções para desenvolver habilidades que o Ministério da Educação diz ser importantes e que sabemos ser também. O professor recebe o aluno do jeitinho que ele é, e o eleva”, resume Marina.