Nascido no chamado período Entre Guerras, o Estado de Minas começou sua história já com um grande desafio: suportar os efeitos do crash da Bolsa de Nova York, em 1929, que se refletiu no mundo inteiro e só começou a ser superado de fato em 1933, depois que Franklin Roosevelt assumiu a Presidência dos Estados Unidos e colocou em prática o New Deal.
Em sua fase inicial, o jornal relatou o avanço de movimentos totalitários como o fascismo, nazismo e franquismo. Não passaram despercebidos fatos como a nomeação de Adolf Hitler como chanceler (1933) e depois como presidente alemão (1934), a Guerra Civil Espanhola (1936), que levou o generalíssimo Francisco Franco ao poder, nem a ocupação do Japão em Pequim, Xangai e Nanquim, na 2ª Guerra sino-japonesa (1937).
Para o leitor do EM, a invasão da Polônia pelas tropas alemãs em 1º de setembro de 1939, dando início à Segunda Guerra Mundial, não foi uma surpresa. O jornal trouxe todas as notícias do front, passando pela ocupação de Paris, em julho de 1940, e o ataque japonês à base norte-americana de Pearl Habor, em janeiro de 1941, que resultou na entrada dos Estados Unidos no confronto.
No século em que mais se matou na história da humanidade, o jornal não se furtou a mostrar os horrores do Holocausto, que promoveu o assassinato em massa de mais de 6 milhões de judeus, nem a trágica decisão dos norte-americanos de, em agosto de 1945, lançarem bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, o que praticamente colocou fim ao confronto.
Com as potências europeias fragilizadas pelo pós-guerra, o EM acompanhou o início de uma nova ordem mundial. Ao mesmo tempo em que o populismo crescia na América do Sul (eleição de Juan Domingo Perón na Argentina, em 1946), a descolonização asiática ganhava força, com a independência da Índia e a criação do Paquistão, em agosto de 1947. O jornal foi um dos primeiros do país a destacar a figura do líder Mahatma Gandhi.
No complexo jogo de xadrez da política internacional, o jornal trouxe a seus leitores todo o contexto da criação de Israel, um Estado judaico encravado em uma região de maioria árabe e muçulmana, que se tornaria (até hoje, infelizmente) palco de sangrentos conflitos. Ao mesmo tempo, também relatou a horrenda implantação do Apartheid, regime de segregação racial na África do Sul, destacando a figura do líder Nelson Mandela.
O EM ainda destacou a mudança de patamar dos Estados Unidos, desde o momento em que adotou o Plano Marshall para “socorrer” países europeus abalados pela Segunda Guerra. Paralelamente, relatou a ascensão da União Soviética e da recém-proclamada República Popular da China, impulsionada pela figura de Mao Tsé Tung.
Um mundo dividido
A polarização mundial entre EUA e a então URSS também foi alvo de inúmeras análises no jornal. O choque entre capitalismo e comunismo, que passou a ser denominado de Guerra Fria, se colocava como pano de fundo para diversos confrontos que se espalharam pelo mundo, como a Guerra da Coreia (1950) e a Guerra do Vietnã (1955). A disputa entre as novas superpotências ultrapassou até a estratosfera terrestre, quando a União Soviética lançou o satélite Sputinik, em 1957, dando início à chamada corrida espacial. Um episódio fundamental dessa dicotomia EUA/URSS estava encravado na América Central: a Revolução Cubana (1959), que virou preocupação extra para os norte-americanos.
Em resposta à estatização de empresas e propriedades privadas por parte do governo de Fidel Castro, os EUA colocaram em vigor o embargo econômico, financeiro e comercial a Cuba. A situação chegou a momentos alarmantes em 1962, com a chamada Crise dos Mísseis. Tudo devidamente registrado nas páginas do Estado de Minas, assim como o assassinato em 1963, do presidente John Kennedy, aos 46 anos, num crime que chocou o mundo.
A construção do Muro de Berlim e a divisão da Alemanha em dois países também teve uma cobertura de impacto. Da mesma forma, o jornal relatou o conturbado ano de 1968, com os protestos que eclodiram na França, mas se espalharam por vários países, inclusive o Brasil. Muitos deles, mais uma vez, impulsionados pelo enfrentamento ideológico entre os blocos comunista e capitalista.
A polarização voltaria a extrapolar os limites da estratosfera. Em 20 de julho de 1969, a missão norte-americana Apolo 11 entrou para a história ao fazer o homem pisar na Lua. Muitas pessoas não esconderam sua incredulidade ao ver a notícia nas páginas do EM.
Enquanto isso, na face da Terra, as coisas continuavam indo mal. E o jornal não se silenciou em relação às ditaduras na América do Sul. Além do próprio Brasil e da Argentina, o caso chileno também teve destaque, com cobertura de peso sobre o golpe de Estado de 1973, quando o general Augusto Pinochet tomou o poder que pertencia ao socialista Salvador Allende. A denúncia dos abusos ajudou a minar a resistência dos governos ditatoriais, que, lentamente, foram perdendo força e acabaram se rompendo.
Da Europa, o EM relatou fenômenos semelhantes com a queda do Muro de Berlim, em agosto de 1989, e a fragmentação de União Soviética e Iugoslávia, em 1990. O bloco socialista começava – literalmente – a ruir.
Em resposta à estatização de empresas e propriedades privadas por parte do governo de Fidel Castro, os EUA colocaram em vigor o embargo econômico, financeiro e comercial a Cuba. A situação chegou a momentos alarmantes em 1962, com a chamada Crise dos Mísseis. Tudo devidamente registrado nas páginas do Estado de Minas, assim como o assassinato em 1963, do presidente John Kennedy, aos 46 anos, num crime que chocou o mundo.
A construção do Muro de Berlim e a divisão da Alemanha em dois países também teve uma cobertura de impacto. Da mesma forma, o jornal relatou o conturbado ano de 1968, com os protestos que eclodiram na França, mas se espalharam por vários países, inclusive o Brasil. Muitos deles, mais uma vez, impulsionados pelo enfrentamento ideológico entre os blocos comunista e capitalista.
A polarização voltaria a extrapolar os limites da estratosfera. Em 20 de julho de 1969, a missão norte-americana Apolo 11 entrou para a história ao fazer o homem pisar na Lua. Muitas pessoas não esconderam sua incredulidade ao ver a notícia nas páginas do EM.
Enquanto isso, na face da Terra, as coisas continuavam indo mal. E o jornal não se silenciou em relação às ditaduras na América do Sul. Além do próprio Brasil e da Argentina, o caso chileno também teve destaque, com cobertura de peso sobre o golpe de Estado de 1973, quando o general Augusto Pinochet tomou o poder que pertencia ao socialista Salvador Allende. A denúncia dos abusos ajudou a minar a resistência dos governos ditatoriais, que, lentamente, foram perdendo força e acabaram se rompendo.
Da Europa, o EM relatou fenômenos semelhantes com a queda do Muro de Berlim, em agosto de 1989, e a fragmentação de União Soviética e Iugoslávia, em 1990. O bloco socialista começava – literalmente – a ruir.
América do Sul e o bolivarianismo
Sem “adversário à altura”, os Estados Unidos ampliaram seu domínio – e suas intervenções – na política internacional. A Guerra do Golfo, em 1990, é um exemplo disso e mereceu amplo destaque no EM. Ao mesmo tempo, o jornal relatou o aumento de um sentimento anti-Ocidente e antiamericano, em especial no Oriente Médio.Na América do Sul, a ‘resposta’ veio com a ascensão do bolivarianismo, primeiro com a eleição de Hugo Chávez, na Venezuela (1988), depois com Evo Morales (2006), na Bolívia, e Rafael Correa, no Equador (2007). Na Ásia, se fortaleceram regimes ditatoriais como os do Irã e da Coreia do Norte.
Mais recentemente, o jornal teve papel relevante na cobertura do ataque às torres gêmeas do World Trade Center, em 11 de setembro de 2001, que chocou o mundo. Em consequência, os EUA iniciaram a “Guerra ao Terror”. A imediata guerra do Afeganistão e a invasão do Iraque de Saddam Hussein em 2003 também foram destques.
Como no início de sua história, o EM uniu forças para superar a crise de 2008, impulsionada pelo Caso Lehman Brothers. Ainda assim, não diminuiu seu ímpeto ao tratar de fatos como o fim do governo Fidel Castro em Cuba e a eleição de Barack Obama, primeiro presidente negro dos EUA.
Quando, no ano seguinte, Obama aliviou o embargo contra a ilha caribenha, alguns falaram em uma “onda de otimismo”, mas o jornal cumpriu seu papel e mostrou que, infelizmente, não era bem assim... Em 2011, guerras na Síria (Bashar al-Assad) e Líbia (Muammar Gaddafi) provaram que as tensões seguiam altas, mas, por outro lado, serviram também pra garantir a reeleição de Obama.
Para completar o quadro, ao mesmo tempo em que a crise humanitária aumenta em ritmo exponencial, o mundo voltou a assistir ao fortalecimento de movimentos de extrema-direita. Ainda é cedo para dizer se o mundo repetirá os erros do século passado, mas, se acontecer, o Estado de Minas estará a postos para ajudar os mineiros a se posicionarem.