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Estado de Minas AGROPECUÁRIO

Vendas de frango ao exterior crescem 7%

Cortes da tradicional carne branca produzida no país conquistam a clientela no exterior e volume exportado chega a 3,89 milhões de toneladas em 2015. Crescimento foi de 7% em relação a 2014


postado em 18/01/2016 06:00 / atualizado em 18/01/2016 08:29

Para este ano, as expectativas para os negócios com estrangeiros são positivas(foto: Beto Novaes/EM/D.A Press - 19/9/02 )
Para este ano, as expectativas para os negócios com estrangeiros são positivas (foto: Beto Novaes/EM/D.A Press - 19/9/02 )

A quantidade de frango in natura exportado em 2015 bateu recorde na série histórica da balança comercial do agronegócio, desde 1997, de acordo com dados do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) divulgados na segunda semana de janeiro. Segundo a secretária de Relações Internacionais do Agronegócio do ministério, Tatiana Palermo, o volume de carne de frango exportado chegou a 3,89 milhões de toneladas no ano passado, um crescimento de 7% em relação a 2014.

O levantamento divulgado pelo Mapa mostra também que, em 2015, a participação do agronegócio na balança comercial brasileira foi a maior desde o início da série histórica, respondendo por 46,2% de tudo o que foi vendido ao exterior. Em 2014, esse percentual foi de 43% e, em 2013, 41,3%. Em relação ao valor exportado, a soja ocupou a primeira posição no ranking, com US$ 27,9 bilhões, e as carnes aparecem em segundo lugar nas vendas externas – US$ 14,7 bilhões –, com destaque para o frango, que representou 48% do valor exportado pelo setor de carnes, um montante de US$ 7,07 bilhões.

Em Minas Gerais, o volume de frango exportado também aumentou – 4,65% em 2015, frente a 2014. De acordo com dados da Secretaria de Agricultura de Minas Gerais (Seapa), no ano passado, os abates de cortes feitos no estado que tiveram o exterior como destino chegaram a 195,5 mil toneladas de frango, enquanto 2014 fechou com 186,8 toneladas enviadas a clientes estrangeiros. No entanto, a receita das exportações da carne branca recuaram 3,9%, de US$ 311,5 milhões em 2014, para US$ 299,2 milhões no ano passado.

O superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa, João Ricardo Albanez, destacou que o volume de frango exportado pelo estado é recorde nos últimos 10 anos. “O mercado demandou mais e por isso a alta na quantidade. O aumento da demanda interna também ocorre, impulsionado pela disparada dos preços da carne bovina. Houve ainda a redução no preço médio da carne de frango. Em 2014, a tonelada custava US$ 1.670 e em 2015 o valor caiu para US$ 1.530 a tonelada, o que explica o resultado da receita no estado”, afirma.

Albanez ressaltou que os principais clientes da carne de frango mineira estão no Oriente Médio, assim como para o produto exportado em todo o Brasil. “Em 2015, nossos principais parceiros comerciais em vendas foram a Arábia Saudita, que consumiu 39,8% do valor da carne de frango de Minas, seguida pelos Emirados Árabes, que ficaram com 13,6% do nosso mercado de frango, 4,5% foram exportados para o Kuwait; 4,3%, para o Catar e 3,4%, para o Japão. O restante foi destinado a outros parceiros pelo mundo.”

Ainda de acordo com Albanes, o principal importador de frango no mundo é o Japão, seguido pela Arábia Saudita e pelo México. O Brasil lidera a exportação mundial de frango, com 36,3% da carne comercializada, e os Estados Unidos ocupam a segunda posição, com 30,1% do mercado mundial.

PREÇO MÉDIO
Seguindo a tendência mundial das commodities, os principais produtos agrícolas brasileiros exportados – além da carne –, como a soja, tiveram queda no preço médio, segundo o Mapa. O fato levou a redução do superávit da balança, que em 2015 foi de US$ 75,15 bilhões, inferior aos US$ 80,13 bilhões em 2014. A baixa, porém, foi compensada pelos volumes recordes exportados e pela valorização do câmbio, o que sustentou a renda em real dos exportadores.
“Em tempos difíceis do cenário econômico mundial, com a queda generalizada de preços, estamos muito bem, com a venda de volumes recordes ao longo de 2015”, observa a secretária de Relações Internacionais do Mapa, Tatiana Palermo. “A taxa de câmbio aumentou 45% desde o início do ano. Essa alta amenizou a queda nos preços das principais commodities agrícolas. A atividade agropecuária continua sendo bem remunerada.”

O crescimento contínuo do ganho dos produtores brasileiros pode ser constatado quando se analisam os valores médios exportados em reais. Em 2015, as exportações somaram R$ 299 bilhões, aumento de 30,8% em relação ao ano anterior.

Os países do Oriente Médio estão entre os principais clientes das granjas de corte do país(foto: Emmanuel Pinheiro/Estado de Minas - 22/03/2006 )
Os países do Oriente Médio estão entre os principais clientes das granjas de corte do país (foto: Emmanuel Pinheiro/Estado de Minas - 22/03/2006 )
EXPECTATIVAS Dados do Avisite mostram que o consumo per capita de frango no Brasil foi de 46 quilos da carne por habitante em 2015 e a perspectiva é um aumento de dois quilos per capita este ano. O superintendente da Seapa destacou que a expectativa para o mercado de frango em 2016 é positiva, com demanda favorável. “Com o aumento do preço da carne bovina, o brasileiro que quiser manter o consumo da proteína de origem animal tende a substituir por produtos com valor mais compatível ao poder aquisitivo da população, como o frango, os suínos e o ovo.”

Albanez garante ainda que Minas tem potencial para atender esse consumo crescente. “É um ano de grande oportunidade para os agricultores do estado.” O superintendente da Seapa destacou que “o produto está valorizado no mercado interno, com possibilidade de maior rentabilidade, e, no mercado externo, Minas tem clientes consolidados e ainda seguirá em busca de novos parceiros”.

Ainda de acordo com Albanes, uma das dificuldades enfrentadas pelo produtor de frango em Minas em 2015 foi o aumento do custo da produção. “As despesas impactaram a atividade no ano passado. O principal componente desse custo é a ração. O milho e a soja apresentaram preços bem mais altos em relação a 2014, reagindo ao mercado interno, e ainda a exportação desses grãos foi de forte crescimento, diante da desvalorização do real frente ao dólar. Em 2015, o volume exportado de milho bateu recorde, com mais de 20 milhões de toneladas enviadas para o mercado externo.”

Dados divulgados em janeiro pelo Mapa revelam que o volume exportado de soja em grãos cresceu 19% em relação a 2014 e chegou a 54,32 milhões de toneladas, maior quantidade registrada na história. Os demais recordistas em exportação foram o farelo de soja, com 14,8 milhões de toneladas vendidas para o exterior (aumento de 8%); o milho, que alcançou 28,9 milhões de toneladas (crescimento de 40%); o café, com 2,09 milhões de toneladas (1%) e a celulose, com 11,97 milhões de toneladas (8%).

Ainda segundo o Mapa, outros itens importantes para o agronegócio brasileiro registraram aumento no volume exportado em relação a 2014, como álcool (34%), frutas (17%), papel (14%), cacau e derivados (12%) e carne suína (10%).
Quanto à participação do agronegócio na balança comercial brasileira, em relação ao valor exportado, depois da soja, que ocupou a primeira posição no ranking seguida pelas carnes, os produtos florestais ficaram com a terceira colocação. Foram exportados US$ 10,33 bilhões, dos quais mais da metade representa venda de celulose (US$ 5,59 bilhões). Em relação ao ano anterior, houve crescimento de 5,6% em valor, quando as exportações do produto haviam alcançado US$ 5,29 bilhões.

Campeões de compras


A China foi o principal destino dos produtos do agronegócio brasileiro em 2015, comprando o equivalente a US$ 21,28 bilhões, principalmente em soja em grãos e celulose. O país asiático foi o destino de mais de 75% da soja exportada no período. Depois vieram os Estados Unidos (US$ 6,47 bilhões) com destaque para café verde (US$ 1,18 bilhão), celulose (US$ 983,62 milhões) e álcool (US$ 451,03 milhões). Vietnã, Bangladesh, Irã e Coreia do Sul contribuíram para amenizar a queda das exportações do agronegócio brasileiro no ano passado. Em conjunto, esses mercados registraram crescimento de US$ 1,2 bilhão em compra de produtos brasileiros no período.


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