Enquanto aumenta o valor dos insumos na vida rural e diminui o poder de compra dos brasileiros devida à crise econômica, novas portas se abrem para o mercado da avicultura. As exportações do frango produzido no Brasil estão a todo vapor e devem subir 8% este ano, ante uma expectativa inicial de alta de 3% a 5%. A estimativa é da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa) que, na semana passada, divulgou novos dados do setor e mostrou que, nos seis primeiros meses do ano, o volume de carne de frango exportado pelo país foi de 2,3 milhões de toneladas, alta de 13,8% ante o mesmo período de 2015 – o melhor primeiro semestre da história em termos de volume exportado.
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Vendas de frango ao exterior crescem 7%Pesquisa alerta para ameaça de infecção por bactéria nos frangosGalo gigante produzido em fazenda de Minas vale até R$ 10 milPara se ter ideia, os embarques de carne de frango (considerando todos os produtos, entre in natura e processados) de junho atingiram 411,9 mil toneladas, volume 4,1% superior ao registrado no mesmo período do ano passado. Segundo a Abpa, o bom desempenho de junho contribui para que o setor encerrasse o primeiro semestre com exportações 13,86% maiores que o registrado nos seis primeiros meses de 2015. Ao todo, neste ano, foram embarcadas 2,266 milhões de toneladas – 276 mil toneladas a mais em relação ao ano anterior.
No entanto, em relação à receita cambial o saldo do semestre registrou retração de 1,25%, com total de US$ 3,384 bilhões. Em junho, a queda foi de 3,5%, com US$ 661,7 milhões.
BOM MOMENTO “O mercado de exportação está favorável e são vários os fatores que justificam esse cenário. Um deles é que o Brasil tem conhecimento para manter um rebanho sadio que atenda as exigências dos países consumidores”, aponta Fonseca. Ele diz que outro fator que contribui para o bom momento é a taxa cambial, que fez com que o produto brasileiro ficasse mais competitivo lá fora. “E Brasil tem um misto de produtos que atende a todos os gostos de quem aprecia a carne de frango. Tem asinha, pé, entre outros. É um cardápio bem variado”, ressalta.
Segundo comenta o vice-presidente de mercado da Abpa, Ricardo Santin, a alta de 13,8% no volume das exportações é uma excelente notícia para o setor.
Atualmente, a Pif Paf atende a Rússia, Japão, Hong kong e Cuba. “Para a China ainda não temos habilitação e estamos buscando isso. Em 15 de junho, estive lá durante um evento mundial de alimentos em que a Abpa participou com um estande. Lá, fizemos contatos necessários e a expectativa é de que, este ano, passemos a mandar nossos frangos para lá”, afirma.
Dificuldades no mercado interno
“Tive que acabar com a minha criação de frangos.
A queixa de Nelson é explicada com números da Associação Brasileira de Proteína Animal (Abpa). Segundo dados da entidade, ao longo dos seis primeiros meses deste ano, os produtores e exportadores de proteína animal viram o preço do milho dar saltos e alcançar patamares superiores a R$ 60 a saca. Agora, com a colheita da safrinha de milho e o leve “respiro” diante das cotações praticadas no cereal, é a vez da soja “pesar” nos custos e na competitividade dos produtores avícolas e suinícolas do Brasil.
Nesse contexto, a entidade estima que a produção de carne de frango no país este ano deverá cair para 13 milhões de toneladas, ante 13,14 milhões em 2015 e 13,5 milhões da previsão inicial para 2016, devido à crise de abastecimento de milho. “A esperança é que, depois do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff e de uma pacificação política, haja uma retomada da confiança dos consumidores no mercado interno”, comenta Ricardo Santin.
Ele afirma ainda que as empresas que sobreviveram a este momento complicado da economia brasileira foram obrigadas a não repassar o aumento dos custos ao consumidor. O Brasil realizou, desde o fim de 2015, fortes exportações de milho, na esteira de um câmbio bastante favorável, esgotando os estoques domésticos e obrigando indústrias de aves e suínos a comprar grãos a preços recordes. Segundo a ABPA, a oferta de carne de frango no mercado interno deverá recuar 5% em 2016 ante 2015, o que deverá gerar aumento de preços aos consumidores..