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Avaliadores e degustadores ganham espaço nas fazendas de caféVenda direta de grãos é alternativa para produtores mineiros de café especiaisCafé tem grãos com aroma e preços especiaisMinas é o segundo estado em certificações de origem no mercado agroCresce prestígio internacional de 'cafés especiais' brasileiros e mercado está em expansãoAEB prevê que 2017 será de crescimento expressivo para as exportações do agronegócioDe acordo com o levantamento, os cafés especiais brasileiros são consumidos hoje em 122 países e somente os Estados Unidos foram responsáveis pela importação de mais de 1 milhão de sacas, entre janeiro e outubro. Mas o interesse pela produção brasileira atravessou o mundo e o Japão é hoje o segundo maior importador desse produto, com a compra de 735,3 mil sacas, seguida da Itália (559,1 mil), Alemanha (554,8 mil), e Bélgica (511,1 mil) – veja quadro.
O gerente de transferência de tecnologia da Embrapa Café, Lucas Tadeu Ferreira, explica que a melhoria do café brasileiro é resultado de um esforço das instituições de ensino e pesquisa para fazer com que o produto deixasse de ser uma commoditie e agregasse valor. “Desde que o Consórcio Pesquisa Café foi criado, há 20 anos, estamos em busca da melhoria de gestão e de técnicas do plantio ao beneficiamento”, diz Ferreira. Segundo ele, os cafés especiais arábica produzem bebidas de melhor qualidade, mas para ser considerados diferenciados é necessário que, em uma escala de 0 a 100 da Associação Americana de Cafés Especiais (SCAA), atinjam uma nota superior a 80. Alguns dos robustas também podem atingir o padrão.
Lucas Ferreira diz que o preço 25% superior ao grão comum tem atraído os produtores que têm procurado os melhores extratos naturais.
De acordo com Ferreira, o Brasil tem hoje entre 12 e 14 regiões produtoras de café, mas os diferenciados que têm chamado a atenção pela qualidade são produzidos no Sul de Minas, Zona da Mata e cerrado, parte em São Paulo, na Região de Mogiana, e ainda no Norte do Paraná e Chapada Diamantina, na Bahia. “O consumidor de cafés especiais é como o de vinho, elege os seus preferidos. Alguns demonstram predileção pelo da Região de Mogiana e outros pelo do cerrado”, conta Ferreira.
PARCERIA A diretora-executiva da Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSCA), Vanúsia Nogueira, afirma que o mercado internacional reconhece a qualidade dos cafés diferenciados produzidos pelo Brasil, mas ainda não existe uma parceria firmada com os Estados Unidos, apesar de ser o maior consumidor do grão brasileiro. Ela lembra que o país foi retardatário na inserção do mercado de importação dos especais.
“Hoje temos a metade dos nossos competidores nesse mercado. Minha opinião é que o Brasil já conseguiu se posicionar em uma colocação bem confortável na percepção dos compradores de cafés, mas ainda não estamos no imaginário da maioria dos consumidores em mercados tradicionais, como os de provedores de bebidas tão finas quanto as de nossos concorrentes. Todos sabem que produzimos muito, somos os maiores, mas não necessariamente sabem que também estamos entre os melhores”, afirma. Vanúsia defende ainda que é preciso focar a promoção da diversidade de produtos que temos para avançar neste nicho..