Espaço tradicional de Belo Horizonte, principalmente quando se pensa em exposições e eventos em geral relacionados ao agronégocio, o Parque de Exposições Bolivar de Andrade – conhecido popularmente como Parque da Gameleira –, passou por melhorias e obras de revitalização. Foram investidos aproximadamente R$ 4,4 milhões pela Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). A previsão é de que as obras estejam concluídas no fim deste mês, para que o parque já receba de 1º a 4 de junho a 57ª Exposição Agropecuária.
A revitalização envolveu quase todos os espaços do empreendimento. Foram executadas a pintura geral de 16 pavilhões para bovinos, com capacidade para abrigar 800 animais; 16 baias para o alojamento de equídeos (cavalos), com capacidade para cerca de 400 animais, e a pintura do pavilhão que pode alojar cerca de 150 cabras, bodes, ovelhas e carneiros. Além disso, o projeto de remodelação do parque incluiu a reconstrução de 80 currais e a instalação de balanças para pesagem de animais.
Nas áreas de apoio, houve adaptações nos banheiros para garantir a acessibilidade para portadores de necessidades especiais. A estrutura também recebeu melhorias, como a impermeabilização das lajes da arquibancada em frente à pista de julgamentos e o isolamento acústico do Pavilhão Redondo, local com capacidade para receber 600 pessoas e onde são realizados os leilões de animais. As obras dão condições melhores para a realização de eventos no local.
O secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), Pedro Leitão, afirma que o local extrapola a característica de um espaço para eventos. “O Parque da Gameleira é o local para a realização de eventos agropecuários, mas é, sobretudo, um espaço de identidade do produtor no meio urbano”, afirmou.
Quem também comemora a revitalização do espaço é o diretor-geral do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), Marcílio de Sousa Magalhães. “É de suma importância esse gesto do Estado, uma vez que há mais de 20 anos o parque não sofria qualquer tipo de intervenção ou manutenção física”, destacou. No entendimento de Roberto Simões, presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), a crise na economia, prolongada pela turbulência política, prejudicou vários setores, mas o agronegócio conseguiu driblar a recessão.
PROJEÇÃO NACIONAL Minas Gerais tem destaque no agronegócio nacional, liderando a produção brasileira de leite, com 9,3 bilhões de litros por ano, e mais da metade da produção de café no país. Detém o segundo maior rebanho bovino, com 23,7 milhões de cabeças, e o maior plantel de equídeos, com cerca de 700 mil animais. O estado também se destaca no ranking nacional da produção de cana-de-açúcar, sorgo, feijão, banana e tomate.
As exportações do agronegócio mineiro parecem desconhecer os efeitos da crise, avançando 9,8% de janeiro a abril passado, quando comparado com o mesmo período de 2016. A participação da agricultura foi de 28,7%. De acordo com a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o valor comercializado soma US$ 2,47 bilhões. Levando-se em consideração o período de janeiro a março, os dados foram ainda mais animadores. Apesar de a participação do agronegócio ter sido um pouco menor, de 27,9%, a expansão de janeiro a março, ante idêntico trimestre do ano passado, foi maior e alcançou 16,9%.
1,2 mil animais
Os organizadores da feira agropecuária esperam receber no parque cerca de 50 mil pessoas, número que foi registrado na edição de 2016, com a presença de pecuaristas, produtores rurais, profissionais do agronegócio, estudantes de áreas afins ao setor e público em geral. A 57ª Exposição vai reunir cerca de 1,2 mil animais, incluindo, além dos caprinos e ovinos, exemplares de bovinos das raças brahman, guzerá, nelore, senepol e sindi; búfalos e equídeos das raças árabe, campolina, jumento pêga, manga-larga marchador, pampa e pônei. Estão previstos eventos técnicos e atividades nos galpões da agroindústria, piscicultura e floricultura.
Ovelhas e cabras de volta
Um dos destaques da 57ª edição da Exposição Agropecuária neste ano, além das diversas raças de bovinos e equídeos, é a volta dos rebanhos ovino e caprino. Os animais representam mercado em expansão em Minas Gerais.
Rivaldo Nunes, presidente da Associação dos Criadores de Caprinos e Ovinos do Estado de Minas Gerais (Caprileite), observa que o setor está em pleno crescimento. “Há grande demanda por produtos como queijo de cabra. É um mercado promissor e que se destaca pela produção de matrizes e reprodutores de rebanhos”, afirma.
Durante a exposição, será feito o lançamento do 2º sumário de avaliação genética de caprinos da raça saanen, resultado de parceria entre a Caprileite, Embrapa Caprinos e Ovinos e Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Um dos destaques da 57ª edição da Exposição Agropecuária neste ano, além das diversas raças de bovinos e equídeos, é a volta dos rebanhos ovino e caprino. Os animais representam mercado em expansão em Minas Gerais. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), em 2016, Minas detinha 81 mil cabeças de caprinos, sendo que 22% estão concentradas no Norte do estado. A participação de ovinos é representada por rebanho de 209 mil animais, cuja maior participação, com 18% do plantel, está no Triângulo Mineiro. O estado, ainda segundo o IBGE, é o sexto no ranking nacional de ovinos tosquiados, com 5 mil cabeças, e produziu 6,5 toneladas de lã em 2015.