A crescente demanda pela alimentação fora de casa, principalmente nos centros urbanos, tem sido o impulso para a expansão da oferta de ovos de codorna. Nessa onda, o plantel da ave vem ganhando espaço ano a ano e Minas Gerais confirma lugar de destaque na produção nacional, mantendo a terceira posição em volume de ovos e aves. No entanto, a coturnicultura – nome a dado à criação de codornas –, exige muitos cuidados e dedicação. Os animais são tão sensíveis que uma simples mudança no tratador percebida pelo bicho pode provocar queda da produção.
Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IIBGE), divulgados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), indicam que o plantel mineiro participa com 10,4% do total de cabeças no país. Os números de 2016 contabilizam mais de um milhão e meio de aves. Até 2014 o rebanho vinha crescendo, mas sofreu queda por dois anos consecutivos – 2014 e 2015 -, tendo voltado a reagir no ano passado. Agora, a expectativa é de que essa tendência se mantenha.
Quando levada em consideração a produção de ovos de codorna, Minas Gerais tem participação ainda maior. No ano passado, o estado produziu 37 milhões de dúzias e passou a participar com 13,6% da produçãpo nacional. O resultado só perdeu para São Paulo, com 83,2 milhões de dúzias e 30,4% de participação no mercado, e o Espírito Santo, que ofertou 61,8 milhões de dúzias e arrebatou 22,6 % de participação. Em 2015, a oferta mineira avançou para 35,5 milhões de dúzias.
Diante da tendência de aumento da produção, o superintendente da secretaria de Agricultura destaca a necessidade de os produtores adotarem alguns cuidados. A qualidade genética do rebanho é um dos fatores fundamentais para garantir que todo o potencial produtivo possa ser alcançado. Além disso, ele destaca cuidados com a nutrição e a garantia de um ambiente adequado para a ave. “Genética boa, alimentação que atenda às exigências e o ambiente adequado. Essas diretrizes contribuem para bons índices de produtividade”, considera João Ricardo Albanez.
O produtor José Antônio acrescenta que, por ser muito sensível, a ave precisa se familiarizar com as pessoas responsáveis pelo trato na fazenda e que o recomendável é evitar alterações no ambiente. “A pessoa tem que se adaptar a codorna e não a codorna se adaptar a pessoa. O cuidador tem que verificar o horário da alimentação, a quantidade, manter a água sempre limpa. É muito importante evitar o movimento de pessoas estranhas”, disse. Ele alerta para um comportamento que pode ser bastante prejudicial. “Há alguns produtores que usam ração de galinha para alimentar as codornas, porque é mais barato. Mas isso não pode acontecer”, destaca.
PARA COMEÇAR Aos novatos na atividade, José Antônio afirma que cerca de 500 cabeças é um bom número para o plantel inicial. Segundo ele, cada gaiola usada nos criatórios abriga, em média, 27 codornas. No entanto, esse número pode variar dependendo do modelo utilizado pelo produtor. “Esse número é importante para que o interessado em produzir vá tendo uma espécie de laboratório e com essas experiências amplie aos poucos a produção”, observa. Ele recomenda, ainda, que os empreendedores participem de cursos e se informem antes de fazer a opção pela criação de codornas. O sistema SENAR Minas (Serviço Nacional de Aprendizagem Rural) oferece o curso voltado à criação, ensinando técnicas e cuidados que devem ser adotados desde o preparo do galpão de cria e recria até o planejamento da produção.
RAIO-X
Distribuição do plantel mineiro em 2016
Região Em 1 mil cabeças
Sul 932
Centro-Oeste 560,1
Triângulo 44,2
Central 14
Zona da Mata 13,8
Município Em 1 mil cabeças
Perdões 545
Itanhandu 417,9
Lavras 350
Jesuânia 50
Pouso Alto 45