O consumo de carne de cabra e de ovelha, assim como a produção de leite e derivados, tem crescido no Brasil. Neste mercado em ascensão, Minas Gerais ocupa a 10ª posição do ranking de criação de caprinos, com rebanho de 81,3 mil animais. Com grande capacidade de adaptação a climas variados, as espécies atraíram a atenção de criadores e de pesquisadores. Desde 2005, a Embrapa mantém parceria com instituições e criadores de caprinos de leite para melhorar geneticamente animais.
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As raças mais criadas são saanen, alpina e anglonubiana e as principais regiões produtoras do estado de caprinos de leite são a Grande BH, Campos das Vertentes e Zona da Mata. São 19 rebanhos espalhados pelos estados do Sudeste, reunindo aproximadamente 20 mil animais. De acordo com Rivaldo Nunes, a criação de caprinos e ovinos para corte e de dupla aptidão (carne e leite) está mais concentrada no Norte e Nordeste de Minas, enquanto a Zona da Mata e Região Metropolitana de Belo Horizonte respondem por maior quantidade de produção leiteira.
Os cordeiros abatidos em Minas são vendidos para mercados do Rio de Janeiro, São Paulo e Espírito Santos. A escassez de indústria de processamento da carne em Minas, problema que deverá ser sanado com a inauguração de uma unidade deverá entrar em atividade a partir de janeiro de 2018, ainda é o maior gargalo encontrado pelos produtores e criadores.
A empresária Maria Pia Sousa Lima Mattos de Paiva, da Piallet Queijos Finos de Cabra, da Fazenda Santa Rita, em Florestal, trabalha com o sistema de confinamento.
A Fazenda Santa Rita tem galpões separados para lactação e ordenha, reprodução, crescimento, bodário e de estoque e laticínios. São 200 cabras e seis reprodutores. O gerente da fazenda, Luís Aparecido de Oliveira, conta que cada cabra produz, em média, entre 3 e 5 litros de leite por dia. Para um quilo de queijo são necessários sete litros. Na Santa Rita são produzidos 100 quilos de queijo semanais, vendidos para BH, Rio de Janeiro e Distrito Federal.
INOVAÇÃO NAS FAZENDAS Cada animal consome, por dia, em torno de 1,6 quilo de ração concentrada – milho, soja, polpa cítrica, caroço de algodão e sais minerais e vitaminas – e de silagem de milho e feno.
A recomendação dos empresários a quem tiver interesse no segmento é procurar a Accomig/Caprileite, que avaliará a viabilidade do negócio e prestará assistência técnica. A entidade trabalha em parceria com instituições ligadas ao setor agropecuário, como a Emater, o Instituto Mineiro de Agricultura (IMA), universidades, Empraba, Epamig e o Instituto Cândido Torres. “Trabalhamos de forma integrada no sentido de viabilizar toda a cadeia produtiva de caprinos e ovinos”, explica o presidente da Accomig, Rivaldo Nunes.
Capragene
O programa da Embrapa oferece estimativas dos valores genéticos dos animais e orienta no processo de seleção e melhoramento genético dos rebanhos. O sistema de gerenciamento pode ser acessado pela internet, por meio de um software em rede que permite o registro, o armazenamento e o gerenciamento das informações geradas em rebanhos de caprinos e ovinos. Outra vantagem, segundo a empresa, é a disponibilização de informações sobre os reprodutores testados no Brasil, garantindo, portanto, maior segurança na aquisição de sêmen ou reprodutor e redução dos riscos sanitários e dos custos de importação de animais. O Capragene libera ainda informações de reprodutores e matrizes superiores por meio de Sumário de Avaliação Genética.