O cultivo da raiz rústica enfrenta diversidades climáticas em Minas, entre o frio do sul e o calor do Norte do estado, resiste bem à seca, uma vez que não necessita de muita água e não depende de mutos defensivos ou nutrientes químicos. Em sistemas de monocultura e em áreas mais extensas, há a necessidade de controle de algumas pragas, como no caso do percevejo e do mandrová (uma lagarta) originária de mariposa que come as folhas. Grande parte da produção é orgânica, no caso da espécie de mesa, e por ser produto sem valor agregado, esses cultivos não são certificados.
A agricultura familiar, principalmente, cultiva a planta praticamente sem uso de insumo químico. Sua raspa e suas folhagens são utilizadas na alimentação do gado. “A mandioca industrial (também conhecida como mandioca brava) tem propriedades altamente proteicas, em suas folhas e raspas, mas contém ácido cianídrico. Deixamos no sol para ser volatizado e pode ser consumidos pelos animais”, explica Sérgio Brás Regina.
BOAS PROPRIEDADES A mandioca Manihot esculenta (gênero), tem variáveis, mas a que consumimos tem o centro de origem de diversidade na América do Sul, principalmente no Brasil, de onde na época das grandes navegações foi distribuída para todo o mundo, explica Georgeton Soares Ribeiro Silveira, coordenador de Olericultura da Emater-MG.
Georgeton explica que a Embrapa Cerrados, com sede em Brasília-DF, por intermédio do seu pesquisador, Josefino Fialho, trabalhou algumas cultivares de mandioca para mesa e indústria. “Entre as cultivares para mesa foram lançadas aquelas denominadas biofortificadas. A cultivar biofortificada possui na sua composição algum tipo de enriquecimento nutricional, que no caso destas cultivares é rica em carotenoides, que denota a cor amarela na polpa, precursores de vitamina A. Em outra cultivar houve o enriquecimento com licopeno que previne o câncer de próstata”.
PREPARATIVOS Para o plantio, Georgeton Silveira recomenda avaliação técnica de adaptação para verificar o nível de produtividade e resistência a pragas e doenças. O terreno escolhido para o cultivo deverá ter uma declividade inferior a 5% para evitar o processo erosivo. Para que haja um bom desenvolvimento das raízes o solo deverá ser de textura média facilitando a colheita.
A propagação ou multiplicação da planta é feita de forma vegetativa, através da divisão do caule da planta, chamada de maniva (muda), seccionando em tamanhos de aproximadamente 20 cm e fazendo o plantio na cova ou sulco. Para mandioca de mesa o tempo de colheita deverá ser de 8 a 12 meses, já a mandioca para indústria para que haja um maior acúmulo de matéria seca, deverá ser de 14 a 16 meses.
O cultivo deve ocorrer, em regiões onde não há irrigação, no início do período chuvoso. Caso haja possibilidade de irrigar, em regiões onde as temperaturas estejam entre 20 graus Celsius a 27 graus, o plantio poderá ocorrer durante o ano todo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGER), o Pará é o maior produtor, seguidos do Paraná e Bahia. Minas Gerais cultiva 85 mil hectares entre mesa e industrial, uma média de 844 mil toneladas de mandioca por ano. A produtividade média é em torno 14 toneladas por hectare.
IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na sexta-feira instrução normativa que cria o Banco Central de Dados de Identificação Animal para todas as espécies. Os dados serão padronizados conforme as normas internacionais e cada código de identificação de animais será formado pelo número 076 (código ISO Brasil), seguido por uma sequência exclusiva de 12 dígitos numéricos. Com isso, quando um bovino, por exemplo, for exportado e estiver no novo sistema, o código 076 será visualizado em elemento externo (brinco) ou pela leitura eletrônica de dispositivo implantado (chip). O dispositivo de radiofrequência pode ser lido em qualquer país do mundo, não havendo necessidade de reidentificação em outros sistemas existentes. O banco fará parte do módulo rastreabilidade da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA).