Consumida in natura das mais diversas formas – frita, cozida, em purê ou caldos –, a mandioca, eleita o alimento do século 21 pela Organização das Nações Unidas (ONU), vem ganhando cada vez mais destaques nas mesas e nas indústrias, ou na alimentação do gado. O Brasil é o maior exportador da fécula, mas o subproduto é também utilizado nas indústrias têxtil, siderúrgica, farmacêutica, de explosivos, tintas, calçados e madeireira – transformado em cola. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a produção brasileira de raiz de mandioca atingiu 23,71 milhões de toneladas em 2016, com uma área colhida de 1,55 milhão de hectares. Em 2017, a previsão é de que a safra tenha sido 15% inferior, sendo estimada em 20,02 milhões de toneladas, devido à redução da área plantada observada na maioria dos estados brasileiros. No ano passado, com a produção em queda (cerca de 15%), o preço médio do produto no mercado atingiu o maior patamar em 15 ou 20 anos, dependendo do estado. Como ocorreu em outros anos de forte oscilação de valor, a expectativa é de que a próxima safra tenha aumento na produção.
Em Minas Gerais, a fabricação de farinha se concentra nas regiões Norte e Triângulo, já a fécula (polvilho) é mais comum ao Sul, em Conceição dos Ouros e Cachoeira de Minas, que também produz a mandioca industrial. Já na indústria de panificação, de acordo com Sérgio Brás Regina, coordenador de Culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), falta maior conhecimento das vantagens de utilização do produto: “A indústria de panificação poderia aproveitar mais a mandioca em relação ao trigo. Cultivo barato, de alto valor alimentar, com excelentes propriedades nutricionais. E é uma planta estratégica uma vez que o trigo é cultura de inverno, exige muita tecnologia, em grande, parte é importado. O polvilho e as farinhas poderiam ser mais utilizados na panificação, melhorando a renda da agricultura familiar”.
O cultivo da raiz rústica enfrenta diversidades climáticas em Minas, entre o frio do sul e o calor do Norte do estado, resiste bem à seca, uma vez que não necessita de muita água e não depende de mutos defensivos ou nutrientes químicos. Em sistemas de monocultura e em áreas mais extensas, há a necessidade de controle de algumas pragas, como no caso do percevejo e do mandrová (uma lagarta) originária de mariposa que come as folhas. Grande parte da produção é orgânica, no caso da espécie de mesa, e por ser produto sem valor agregado, esses cultivos não são certificados.
A agricultura familiar, principalmente, cultiva a planta praticamente sem uso de insumo químico. Sua raspa e suas folhagens são utilizadas na alimentação do gado. “A mandioca industrial (também conhecida como mandioca brava) tem propriedades altamente proteicas, em suas folhas e raspas, mas contém ácido cianídrico. Deixamos no sol para ser volatizado e pode ser consumidos pelos animais”, explica Sérgio Brás Regina.
BOAS PROPRIEDADES A mandioca Manihot esculenta (gênero), tem variáveis, mas a que consumimos tem o centro de origem de diversidade na América do Sul, principalmente no Brasil, de onde na época das grandes navegações foi distribuída para todo o mundo, explica Georgeton Soares Ribeiro Silveira, coordenador de Olericultura da Emater-MG. Entre suas propriedades abriga dois tipos de carboidrato, a amilopectina e a amilose que fazem a glicose ser liberada mais lentamente para o corpo evitando aumento de açúcar no sangue, e poupa o pâncreas de trabalhos exaustivos, reduzindo o risco de diabetes tipo 2. Além do carboidrato, possui fibras, vitamina C e minerais como o potássio, o magnésio e o cálcio. Pesquisadores utilizam o cruzamento de variedades realçando a presença de carotenoides que protegem contra o envelhecimento.
Georgeton explica que a Embrapa Cerrados, com sede em Brasília-DF, por intermédio do seu pesquisador, Josefino Fialho, trabalhou algumas cultivares de mandioca para mesa e indústria. “Entre as cultivares para mesa foram lançadas aquelas denominadas biofortificadas. A cultivar biofortificada possui na sua composição algum tipo de enriquecimento nutricional, que no caso destas cultivares é rica em carotenoides, que denota a cor amarela na polpa, precursores de vitamina A. Em outra cultivar houve o enriquecimento com licopeno que previne o câncer de próstata”.
PREPARATIVOS Para o plantio, Georgeton Silveira recomenda avaliação técnica de adaptação para verificar o nível de produtividade e resistência a pragas e doenças. O terreno escolhido para o cultivo deverá ter uma declividade inferior a 5% para evitar o processo erosivo. Para que haja um bom desenvolvimento das raízes o solo deverá ser de textura média facilitando a colheita. “Mesmo sendo uma planta rústica, para que haja um maior aproveitamento da capacidade produtiva, é necessário avaliar a capacidade nutricional do solo por meio da análise de solo e assim fazer as correções necessárias para o suporte da cultura.”
A propagação ou multiplicação da planta é feita de forma vegetativa, através da divisão do caule da planta, chamada de maniva (muda), seccionando em tamanhos de aproximadamente 20 cm e fazendo o plantio na cova ou sulco. Para mandioca de mesa o tempo de colheita deverá ser de 8 a 12 meses, já a mandioca para indústria para que haja um maior acúmulo de matéria seca, deverá ser de 14 a 16 meses.
O cultivo deve ocorrer, em regiões onde não há irrigação, no início do período chuvoso. Caso haja possibilidade de irrigar, em regiões onde as temperaturas estejam entre 20 graus Celsius a 27 graus, o plantio poderá ocorrer durante o ano todo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGER), o Pará é o maior produtor, seguidos do Paraná e Bahia. Minas Gerais cultiva 85 mil hectares entre mesa e industrial, uma média de 844 mil toneladas de mandioca por ano. A produtividade média é em torno 14 toneladas por hectare.
IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na sexta-feira instrução normativa que cria o Banco Central de Dados de Identificação Animal para todas as espécies. Os dados serão padronizados conforme as normas internacionais e cada código de identificação de animais será formado pelo número 076 (código ISO Brasil), seguido por uma sequência exclusiva de 12 dígitos numéricos. Com isso, quando um bovino, por exemplo, for exportado e estiver no novo sistema, o código 076 será visualizado em elemento externo (brinco) ou pela leitura eletrônica de dispositivo implantado (chip). O dispositivo de radiofrequência pode ser lido em qualquer país do mundo, não havendo necessidade de reidentificação em outros sistemas existentes. O banco fará parte do módulo rastreabilidade da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, a adesão ao banco de dados é opcional. O benefício para o produtor será a possibilidade de ter seus animais identificados conforme as exigências internacionais, em uma plataforma pública.
Em Minas Gerais, a fabricação de farinha se concentra nas regiões Norte e Triângulo, já a fécula (polvilho) é mais comum ao Sul, em Conceição dos Ouros e Cachoeira de Minas, que também produz a mandioca industrial. Já na indústria de panificação, de acordo com Sérgio Brás Regina, coordenador de Culturas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), falta maior conhecimento das vantagens de utilização do produto: “A indústria de panificação poderia aproveitar mais a mandioca em relação ao trigo. Cultivo barato, de alto valor alimentar, com excelentes propriedades nutricionais. E é uma planta estratégica uma vez que o trigo é cultura de inverno, exige muita tecnologia, em grande, parte é importado. O polvilho e as farinhas poderiam ser mais utilizados na panificação, melhorando a renda da agricultura familiar”.
O cultivo da raiz rústica enfrenta diversidades climáticas em Minas, entre o frio do sul e o calor do Norte do estado, resiste bem à seca, uma vez que não necessita de muita água e não depende de mutos defensivos ou nutrientes químicos. Em sistemas de monocultura e em áreas mais extensas, há a necessidade de controle de algumas pragas, como no caso do percevejo e do mandrová (uma lagarta) originária de mariposa que come as folhas. Grande parte da produção é orgânica, no caso da espécie de mesa, e por ser produto sem valor agregado, esses cultivos não são certificados.
A agricultura familiar, principalmente, cultiva a planta praticamente sem uso de insumo químico. Sua raspa e suas folhagens são utilizadas na alimentação do gado. “A mandioca industrial (também conhecida como mandioca brava) tem propriedades altamente proteicas, em suas folhas e raspas, mas contém ácido cianídrico. Deixamos no sol para ser volatizado e pode ser consumidos pelos animais”, explica Sérgio Brás Regina.
BOAS PROPRIEDADES A mandioca Manihot esculenta (gênero), tem variáveis, mas a que consumimos tem o centro de origem de diversidade na América do Sul, principalmente no Brasil, de onde na época das grandes navegações foi distribuída para todo o mundo, explica Georgeton Soares Ribeiro Silveira, coordenador de Olericultura da Emater-MG. Entre suas propriedades abriga dois tipos de carboidrato, a amilopectina e a amilose que fazem a glicose ser liberada mais lentamente para o corpo evitando aumento de açúcar no sangue, e poupa o pâncreas de trabalhos exaustivos, reduzindo o risco de diabetes tipo 2. Além do carboidrato, possui fibras, vitamina C e minerais como o potássio, o magnésio e o cálcio. Pesquisadores utilizam o cruzamento de variedades realçando a presença de carotenoides que protegem contra o envelhecimento.
Georgeton explica que a Embrapa Cerrados, com sede em Brasília-DF, por intermédio do seu pesquisador, Josefino Fialho, trabalhou algumas cultivares de mandioca para mesa e indústria. “Entre as cultivares para mesa foram lançadas aquelas denominadas biofortificadas. A cultivar biofortificada possui na sua composição algum tipo de enriquecimento nutricional, que no caso destas cultivares é rica em carotenoides, que denota a cor amarela na polpa, precursores de vitamina A. Em outra cultivar houve o enriquecimento com licopeno que previne o câncer de próstata”.
PREPARATIVOS Para o plantio, Georgeton Silveira recomenda avaliação técnica de adaptação para verificar o nível de produtividade e resistência a pragas e doenças. O terreno escolhido para o cultivo deverá ter uma declividade inferior a 5% para evitar o processo erosivo. Para que haja um bom desenvolvimento das raízes o solo deverá ser de textura média facilitando a colheita. “Mesmo sendo uma planta rústica, para que haja um maior aproveitamento da capacidade produtiva, é necessário avaliar a capacidade nutricional do solo por meio da análise de solo e assim fazer as correções necessárias para o suporte da cultura.”
A propagação ou multiplicação da planta é feita de forma vegetativa, através da divisão do caule da planta, chamada de maniva (muda), seccionando em tamanhos de aproximadamente 20 cm e fazendo o plantio na cova ou sulco. Para mandioca de mesa o tempo de colheita deverá ser de 8 a 12 meses, já a mandioca para indústria para que haja um maior acúmulo de matéria seca, deverá ser de 14 a 16 meses.
O cultivo deve ocorrer, em regiões onde não há irrigação, no início do período chuvoso. Caso haja possibilidade de irrigar, em regiões onde as temperaturas estejam entre 20 graus Celsius a 27 graus, o plantio poderá ocorrer durante o ano todo. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGER), o Pará é o maior produtor, seguidos do Paraná e Bahia. Minas Gerais cultiva 85 mil hectares entre mesa e industrial, uma média de 844 mil toneladas de mandioca por ano. A produtividade média é em torno 14 toneladas por hectare.
IDENTIFICAÇÃO DE ANIMAIS O Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) publicou na sexta-feira instrução normativa que cria o Banco Central de Dados de Identificação Animal para todas as espécies. Os dados serão padronizados conforme as normas internacionais e cada código de identificação de animais será formado pelo número 076 (código ISO Brasil), seguido por uma sequência exclusiva de 12 dígitos numéricos. Com isso, quando um bovino, por exemplo, for exportado e estiver no novo sistema, o código 076 será visualizado em elemento externo (brinco) ou pela leitura eletrônica de dispositivo implantado (chip). O dispositivo de radiofrequência pode ser lido em qualquer país do mundo, não havendo necessidade de reidentificação em outros sistemas existentes. O banco fará parte do módulo rastreabilidade da Plataforma de Gestão Agropecuária (PGA). Segundo o secretário de Defesa Agropecuária, Luis Rangel, a adesão ao banco de dados é opcional. O benefício para o produtor será a possibilidade de ter seus animais identificados conforme as exigências internacionais, em uma plataforma pública.