Os últimos seis anos marcaram avanços na participação das mulheres nas fazendas de café, tanto no trabalho pesado da produção quanto na administração do negócio, como observou Thiago Franco, coordenador de sustentabilidade da Atlântica Coffee, do Grupo Montesanto Tavares. Ele conduz um grupo que dá assistência e orientação a cerca de 500 propriedades fornecedoras da companhia.
“Elas se sobressaem nos trabalhos que envolvem cuidado e atenção. Têm mais zelo e sensibilidade para as questões sociais no campo”, afirma
Diversidade é outra característica que as mulheres costumam acrescentar à produção cafeeira, segundo Roberta Prado, head de Marketing do Grupo 3Corações. “O nosso Projeto Florada surge com o objetivo de unir as mulheres no campo, de oferecer oportunidade de acesso às melhores práticas na produção de cafés especiais, de gerar valor para toda a cadeia da produção ao consumo”, explica.
Em parceria com a Associação Brasileira de Cafés Especiais (BSA), a empresa realiza em novembro a primeira edição do Concurso 3Corações Florada Premiada, aberto a produtoras de cafés arábica de todo o país. Entre os 100 melhores cafés selecionados, o grupo vai premiar seis mulheres a cada ano, das quais vão adquirir a produção selecionada.
Na avaliação de Thiago Franco, do Montesanto Tavares, as atividades nas fazendas que demandam muito critério e organização dão visibilidade às mulheres. É o caso do trabalho de pós-colheita e da gestão das propriedades.
“Venho de uma empresa de auditoria e rodei o Brasil prestando consultorias. A presença da mulher nas fazendas aumentou bastante. Com a sensibilidade e a percepção que elas têm dos detalhes ficam à frente”, afirma.