Jornal Estado de Minas

Rebanho mineiro obtém sucesso no trabalho de melhoramento genético


Trabalho de melhoramento genético do rebanho mineiro tem contribuído para a compra de animais de melhor qualidade. É o que garante 96% dos pecuaristas entrevistados em pesquisa do Instituto de Políticas Públicas e Desenvolvimento Sustentável e da Fundação Arthur Bernardes. O levantamento foi solicitado à Universidade Federal de Viçosa (UFV) pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa) para avaliar o impacto do Programa de Melhoria da Qualidade Genética do Rebanho Bovino (Pró-Genética) nas fazendas mineiras.


Segundo a pesquisa, os produtores estão satisfeitos com a assistência técnica oferecida pela Emater-MG, além da facilidade de acesso ao Pró-Genética. O manejo de gado bovino em Minas tem assegurado a eficiência de um dos ramos mais fortes da agropecuária no estado, segundo os criadores. Segundo eles, o melhoramento genético do rebanho avançou com o apoio dado, principalmente aos donos de pequenas e médias propriedades rurais. O Pró-Genética é conduzido pelo governo estadual em parceria com entidades da inciativa privada, como a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ).


Segundo o secretário da Seapa Amarildo Kalil, após mais de uma década de execução, surgiu a necessidade de calcular os impactos do programa junto aos produtores rurais. E os resultados mostraram que o Pró-Genética vem cumprindo os objetivos propostos em 2007, quando foi implantado. Entre os objetivos do programa estão melhorar, em médio e longo prazo, a produtividade dos rebanhos de leite e de corte, e aumentar os desempenhos zootécnico e econômico, impactando no aumento da renda e da qualidade de vida do pecuarista.


A pesquisa realizada pela UFV demonstrou que o pecuarista que comprou um animal geneticamente melhorado por meio do programa teve um acréscimo de renda e melhoria das características produtivas do rebanho.

“Isso ocorre porque os filhos desses touros melhoradores nascem mais pesados e as filhas apresentam maior produção de leite. Além do ganho na produtividade, isso reflete em ganho na comercialização, tendo em vista que o preço pago por animal aos pecuaristas que fazem parte do programa foi 19% maior”. Outro dado  apontado pela pesquisa é que a taxa de parição dos animais girou em torno de 83%, resultando em maior número de bezerros, que nasceram quase uma arroba mais pesados, segundo o secretário.


Para o diretor da Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), Rivaldo Machado Borges Júnior, a pesquisa comprova a eficiência do touro puro origem. “O resultado coroa nosso trabalho de levar essa melhoria genética a pequenos e médios rebanhos. Além disso, criamos uma nova oportunidade de mercado para os associados da ABCZ. Atualmente, temos mais de 430 associados envolvidos, vendendo seus reprodutores por meio do programa”, afirma.


A seleção é feita pelas associações parceiras ABCZ, Girolando, Gado Holandês, Senepol, Simental e Simbrasil. Os técnicos asseguram aos animais registrados a capacidade de levar o melhoramento genético ao rebanho.

O reprodutor tem vida ativa em torno de quatro anos. Isso não significa que ele vá parar de reproduzir, mas é recomendada a troca do bicho para evitar a consanguinidade.


Nos municípios, o programa é realizado por meio de feiras ou leilões de touros e matrizes, promovidos por um arranjo local entre as instituições parceiras. Produtores interessados vãos a esses eventos e negociam diretamente com os criadores e/ou vendedores.


Para a comercialização, é realizado o exame andrológico, que permite avaliar a fertilidade dos touros, com o objetivo de evitar a colocação de animais inférteis nos rebanhos. O gado passa ainda por detecção das doenças brucelose e tuberculose. Entre as vantagens do melhoramento genético, estão a maior produtividade do gado, que pare mais cedo, e a rapidez com que os filhotes, do nascimento à engorda, ganham peso.

 

 

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