Jornal Estado de Minas

Diálogo e inovações nos cafezais de Minas


Estrela da produção e das exportações de Minas, o café não deverá mostrar no ano que vem a farta safra de 2018 (de 31,9 milhões de sacas, representando acréscimo de 30%), dada a bienalidade da cultura, e nem a qualidade da safra deste ano, mas não será produção tão baixa quanto se esperava no primeiro semestre deste ano. A ocorrência de chuvas abundantes neste fim de 2018 e início de 2019 será decisiva para a cadeia cafeeira.

Segundo Breno Mesquita, presidente da comissão nacional de café da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e também representante da Faemg, a cafeicultura, tanto mineira quanto nacional, se pergunta hoje sobre mudanças de visão, com os novos governos, de mercado, exportação e de blocos econômicos. “Em Minas, esperamos um secretário de Agricultura afinado com os anseios dos produtores. Esse trabalho pode ser feito com o suporte da Faemg, pois a entidade tem, nas suas representações, pessoas ligadas ao agronegócio. Esperamos também que o governador Romeu Zema tenha sensibilidade para entender o funcionamento das culturas do estado.”

Mesquita ressalta que, no caso específico do café, há uma comissão que sempre está sendo demandada e demandando junto aos governos. “A grande maioria dos problemas da cafeicultura é resolvida em nível nacional, mas, em Minas Gerais, por exemplo, poderemos trabalhar com vários treinamentos do Sistema Faemg/Senar Minas, sempre em busca da melhoria na competitividade”, afirma.

O estado é o maior produtor de café do Brasil, respondendo por mais de 50% do volume nacional do grão. Cerca de 99% das propriedades mineiras produzem o café arábica e, neste ano, o setor chegou a responder por mais de 70% da produção brasileira, transformando a cafeicultura em um setor vital e estratégico para o estado.

“Só perdemos para o minério de ferro no resultado das exportações – o ferro é o principal produto exportado pelo estado –, o que leva a cafeicultura a um segmento que favorece injeção direta de recursos no estado. “No contexto nacional, com essa mudança de governo, acredito em maior foco no mercado, sem ideologias, e esperamos muito deste governo”, diz Breno Mesquita.

A Faemg defende uma política que dê tranquilidade ao produtor, seja ele pequeno, médio ou grande.

“É um setor estratégico e hoje o Brasil é o maior player mundial em termos de produção, exportação e o segundo maior consumidor. Temos que ter políticas que resguardem o produtor rural brasileiro”, destaca Mesquita. Ele prega diálogo permanente com o Ministério da Agricultura e “ousadia” em políticas públicas que possam ir além da necessidade de financiamento da produção. “Temos várias propostas, vários projetos das comissões de café, tanto a nacional quanto a estadual, estamos muito esperançosos e somos parceiros quando o assunto é política que gere resultados para o setor”. (AGP)

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