A tradicional monta natural ainda é a mais usada. Contudo, segue em ritmo decrescente na reprodução de equinos no Brasil. Cada vez mais, os criadores recorrem às técnicas de reprodução artificial em busca do melhoramento genético de seus plantéis. Além da inseminação artificial, da transferência de embriões e da chamada “barriga de aluguel”, já estão disponíveis técnicas mais modernas, como a fertilização in vitro e os clones.
As inovações são destaque na criação do mangalarga marchador, a maior raça de equinos no Brasil, com 600 mil animais registrados e cerca de 16.500 criadores, dos quais, mais da metade (9.044) está em Minas. O estado concentra 245.350 exemplares da raça. Nos últimos 10 anos, houve no país aumento de 70% no uso da inseminação artificial e de transferências de embriões na raça, revela o diretor-técnico da Associação Brasileira dos Criadores do Cavalo Mangalarga Marchador (ABCCMM), Henrique de Mello Machado.
Recentemente, a criação de cavalo mangalarga marchador no Brasil viveu outra “revolução” no melhoramento genético: a clonagem de animais de alta linhagem. Segundo o diretor da ABCCMM, o país já tem cinco clones da raça registados e, em breve, haverá o nascimento de outros animais oriundos do mesmo sistema de reprodução.
“Acredito que as novas tecnologias (de reprodução) contribuirão ainda mais para a evolução do nosso cavalo”, afirma o presidente da ABCCMM, Daniel Borja. Na avaliação dele, uma das formas mais eficazes para o crescimento das novas técnicas de reprodução é o incentivo às pesquisas.
Para isso, a associação dos criadores busca parcerias com diversos centros de pesquisa, como a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a Universidade Federal de Lavras (UFLA) e a Pontifícia Universidade Católica (PUC-MG).
Especialistas em campo
O diretor-técnico da associação ressalta que um dos fatores que mais contribuiu para o aumento das técnicas de reprodução artificial foi a formação de mais profissionais especializados na área. “Há cerca de 20 anos, o número de veterinários que dominavam a técnica de inseminação artificial em equinos – com o uso do sêmen a fresco – era muito pequeno. Hoje, a quantidade de profissionais capacitados aumentou muito”, afirma Henrique Machado.
De acordo com os números da ABCCMM, no ano passado, houve 10.196 transferências de embriões e 8.147 nascimentos com o uso da técnica, envolvendo animais da raça mangalarga no Brasil. Pelo sistema de monta natural, foram 30.385 coberturas (gestações) e 19.664 nascimentos. A participação das novas técnicas nas novas gerações de animais foi, portanto, de 29,3%, ante a parcela de 70,7% resultante do processo tradicional.
"Acredito que as novas
tecnologias (de reprodução) contribuirão ainda mais para a evolução do nosso cavalo"
. Daniel Borja,
presidente da ABCCMM