O uso das técnicas de reprodução artificial para gerar filhos de garanhões também é uma estratégia adotada pelos amantes da criação da raça mangalarga machador no Norte de Minas Gerais. Do grupo de 40 criadores associados ao Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador do Norte do Estado – sediado em Montes Claros –, 70 já recorrem à inovação para melhoramento genético em suas propriedades.
O presidente do Nucleo do Cavalo, Jorge Antonio dos Santos, é um dos entusiastas da inseminação artificial e da transferência de embriões. Ele também recorre à “barriga de aluguel”, técnica que funciona da seguinte forma: uma égua de qualidade inferior serve como “receptora” para a gestação de um embrião gerado a partir do espermatozoide de um garanhão e do óvulo de uma égua de qualidade genética elevada.
“A grande vantagem da transferência do embrião com o uso da “barriga de aluguel” é que isso permite que uma égua possa gerar até nove filhos por ano, enquanto pelo processo de monta natural o animal gera somente um filho por ano, considerando-se que a gestação de equinos dura 11 meses”, destaca o presidente do Núcleo do Cavalo Mangalarga Marchador do Norte de Minas.
Jorge Antonio dos Santos usa as técnicas de inseminação artificial, transferência de embrião e “ barriga de aluguel” no Haras Pacuí, de sua propriedade, em Montes Claros. Além de reprodutores, ele conta com 15 fêmeas registradas da raça mangalarga marchador, das quais cinco são “doadoras” da transferência de embriões. Cerca de 50 éguas são usadas para o processo de “barriga de aluguel”.
Outro criador de mangalarga satisfeito com os resultados das técnicas de inseminação artificial e transferência de embrião é Yuri Semansky Engler , do município de Jequitibá (Zona da Mata). “Com o uso dessas técnicas, potencializa-se mais a retirada de filhos de animais de qualidade reconhecida, de animais expoentes. Com isso ocorre o melhoramento da genética”, afirma.
“Com a coleta de sêmen e a transferência de embrião, o cavalo pode ser usado para a reprodução em vários lugares ao mesmo. Não há necessidade de levar a égua até o cavalo”, comenta o criador. Ele ressalta as vantagens financeiras dos sistemas de reprodução artificial em relação à monta natural. “Na monta natural, um cavalo cobre apenas uma égua, enquanto com a inseminação artificial ele pode cobrir cinco éguas no mesmo intervalo de tempo. Então, neste caso, o ganho financeiro da inseminação artificial é cinco vezes superior ao da monta natural”, compara Yuri.