Jornal Estado de Minas

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produtor mineiro vai De 6 mil a 70 mil quilos de peixe em 5 anos


 
André Jean Guimarães começou a trabalhar com a criação de peixes em 2018, quando produzia seis toneladas por ano. Hoje, depois de passar pela produção de leite e de gado de corte e outras atividades fora do setor agropecuário, ele produz 70 toneladas de peixe anualmente, um crescimento de 1.100%. A maior parte do que produz, de acordo com o empreendedor, é destinada ao Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE).




 
Em segundo lugar, vêm os bares e restaurantes. “A gente tenta abraçar o mais próximo do cliente possível”, explica André. Só depois aparecem os supermercados.  A ideia de André Jean é vender diretamente para quem prepara o alimento porque, dessa forma, o peixe chega fresco à mesa de quem come. “Nosso produto é abatido todo dia, toda semana ele é entregue. Então, não tem estoque que fica aqui por dois ou três meses”, conta.
 
Para impulsionar a venda do pescado, André conta com o auxílio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), que acompanha a evolução do produtor desde 2017, quando iniciou no setor da agroindústria. De acordo com Gustavo Caldeira, técnico agrônomo da empresa em Rio Piracicaba, na Região Central, onde o piscicultor atua,  André é referência na cidade e na região. 

O pulo do gato

No começo da agroindústria, André combinava a produção de leite e a piscicultura. No entanto, não conseguia compensar o preço da produção com o lucro das vendas e precisou de um incentivo financeiro. “Eu tirava o leite, vendia e comprava a ração do peixe. Vendia o peixe e comprava uma vaca. Fui trocando assim durante três anos seguidos. Aí, eu entendi que, para eu crescer, eu teria que ter um capital para investir mais pesado”, reflete.




 
André Jean Guimarães produtor rural  (foto: Divulgação/Emater )
 
 
 
 
Foi assim que ele decidiu buscar a Emater, que, além de auxiliar na obtenção do crédito rural, ajuda na construção de projetos que impulsionam o crescimento do produtor. No caso do piscicultor de Rio Piracicaba, em sua iniciativa mais recente, a empresa ajudou com a implantação de um sistema de energia fotovoltaica. A finalidade, de acordo com Gustavo Caldeira, é “trazer a independência com relação à produção de energia”.
 
O técnico explica que grande parte do custo na piscicultura vem da energia elétrica, já que o sistema conta com alimentadores automáticos e frigoríficos. Com a implantação do projeto, o gasto deve ser reduzido em 95%. A previsão de Gustavo é de que, em cinco anos, André consiga gerar o valor gasto na aquisição das placas, metade do tempo que a Emater oferece para ressarcimento do crédito rural.
Além do auxílio financeiro, a empresa conecta o agricultor com profissionais que agregam nos projetos, como um técnico de bem-estar social e o próprio Gustavo, técnico agrônomo e inspecionista agropecuário. O piscicultor precisou também da ajuda da Emater para regularizar o empreendimento junto à Prefeitura de Rio Piracicaba e para encontrar profissionais, como médicos veterinários. “A gente tem uma série de ações para auxiliar o produtor. A gente está de portas abertas para dar um suporte para a agricultura familiar”, explica Caldeira.  

Com o aumento do rendimento da piscicultura, veio a necessidade da criaçã
o de uma agroindústria. O que no início tinha só André, hoje é uma empresa familiar que gera empregos na região. “O mercado foi me forçando a agregar mais valor à produção”, lembra. Com isso, surgiu a Top Vish, que embala e vende o produto. 




 
Com suporte técnico que recebe da Emater, André resolveu investir também no sistema de cria de gado da raça nelore (foto: Divulgação/Emater )
  

Criação de gado de corte

Apesar de a piscicultura ser a principal fonte de renda e gerar mais lucros, André Jean ainda trabalha com a criação de gado de corte, da raça nelore. “Trabalho com o sistema de cria, que é ‘fazendo’ bezerro, para depois vender o novilho.” O técnico da Emater-MG explica que, “hoje, André tem uma piscicultura muito forte, mas tem uma boa cultura de corte e, digamos assim, de referência”.
 
Além disso, para alimentar os bovinos, faz o plantio de milho para silagem. A atividade envolve a adubação e aragem do solo, e o manejo e plantio do milho. Para isso, André conta com a ajuda de um trator, que “é do pessoal da região”. O empreendedor, com o cultivo, gera empregos tanto para o dono do trator quanto para quem atua no manejo da terra. 

Vantagens de investir na piscicultura

  • Em relação à criação de gado, a criação dos peixes requer menos espaço

  • Volume maior de produção em relação à criação de outros animais

  • Baixo custo de manutenção dos tanques e outros insumos 

  • Mercado promissor, principalmente em Minas Gerais  
*Estagiária sob supervisão do subeditor Gabriel Felice