Atenta à saúde do homem, a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG), por meio da Superintendência de Políticas de Atenção Primária à Saúde, está elaborando diversos materiais educativos destinados à promoção e prevenção, como fôlderes e cartazes, que serão distribuídos para todos os municípios do estado.
Cynthia de Lima, referência técnica da coordenação de alta complexidade da SES-MG, destaca que o material abordará temas essenciais, como alimentação saudável, prática de atividade física, tabagismo, consumo de álcool, prevenção do câncer, diálogo como forma de prevenção de violências e incentivo à procura dos serviços de saúde. Haverá, ainda, suporte de informação via mídias digitais, como redes sociais e página do órgão na internet.
Cynthia de Lima conta que as campanhas alusivas à saúde do homem têm se baseado na Política Nacional de Atenção Integral à Saúde do Homem (PNAISH), com o objetivo de ofertar ações e serviços para a população masculina, com integralidade e equidade, primando pela humanização da atenção. “As ações abordam eixos temáticos, como acesso e acolhimento, saúde sexual e reprodutiva, paternidade e cuidado, doenças prevalentes na população masculina e prevenção de violências e acidentes.
No âmbito da atenção primária, tem sido dada ênfase às ações de promoção de hábitos de vida saudáveis, aos sintomas de alerta para os cânceres de próstata, testículo e pênis e à importância de procurar as unidades básicas de saúde para fazer o diagnóstico precoce e dar o encaminhamento para outros pontos da rede, a fim de que o tratamento do câncer se inicie o mais rápido possível. Ao longo do tratamento e após a alta, os pacientes são acompanhados pelas equipes de atenção básica/equipes de saúde da família e, caso necessário, pelos profissionais do Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF-AB).”
Conforme Cynthia de Lima, os tratamentos disponíveis pelo Sistema Único de Saúde (SUS) em Minas são a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. “Para diagnóstico dos casos de câncer de próstata é indicada a ultrassonografia pélvica ou prostática transretal, que são ofertadas pelo SUS.” Em relação ao tratamento e acompanhamento, ela afirma que Minas Gerais tem a Rede de Atenção Oncológica, em que há 37 hospitais habilitados para prestar os serviços necessários, de forma a garantir a integralidade do cuidado com o paciente oncológico. “A SES-MG tem desenvolvido a proposta de reestruturação da rede de atenção à oncologia no estado, visando à reorganização dos fluxos de encaminhamento dos usuários na rede SUS-MG e o início de tratamento em tempo hábil.”
Cynthia de Lima explica, ainda, que a Deliberação CIB-SUS/MG 2.144, de 15 de julho de 2015, aprovou o diagnóstico e as diretrizes para o Plano de Ação da Rede de Atenção em Oncologia para Minas Gerais.
MINAS
Segundo Berenice Navarro Antoniazzi, coordenadora do Programa de Avaliação e Vigilância do Câncer da SES-MG, a mortalidade estadual por neoplasia da próstata, em 2017, correspondeu a 1.348 óbitos no sexo masculino e taxa bruta de mortalidade de 12,99 óbitos por 100 mil homens mineiros. “As taxas brutas de mortalidade mais elevadas foram das macrorregiões de saúde do Sudeste (16,58), Sul (15,22), Leste (13,62) e Nordeste (13,57) por 100 mil homens.” Para o ano 2018, ela diz que o Instituto Nacional de Câncer José Alencar Gomes da Silva (Inca) estima a ocorrência de 6.730 casos novos de câncer da próstata na população masculina de MG, com a taxa bruta estimada de incidência de 63,80 casos novos por 100 mil homens.
Rastrear e mapear
A Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) divulgou nota a respeito do rastreamento do câncer de próstata, tema controverso. Segundo a entidade, apesar dos avanços terapêuticos, cerca de 25% dos pacientes morrem. Atualmente, cerca de 20% ainda são diagnosticados em estágios avançados, embora um declínio importante tenha ocorrido nas últimas décadas, em decorrência de políticas de rastreamento e maior conscientização. O rastreamento universal de toda a população masculina (sem considerar idade, raça e história familiar) apresenta controvérsias, pois pode diagnosticar, entre outros, câncer de próstata de baixa agressividade, que não necessita de tratamento, cujos pacientes são submetidos a biópsias, que têm potencial de complicações (infecção local), e, eventualmente, tratamentos radicais com potencial impacto na qualidade de vida. Individualizar a abordagem é fundamental nesse sentido.
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