Jornal Estado de Minas

Como proteger nossas crianças dos novos medos

Depois da tragédia de Brumadinho – episódio que abriu para toda a sociedade o problema de risco de rompimento de barragens em diversas cidades de Minas Gerais –, um novo bicho-papão foi introduzido no imaginário infantil: a lama de rejeitos.


Por meio do noticiário de TV, nas redes sociais ou mesmo no diálogo com o coleguinha, crianças e jovens de idades variadas percebem que o mundo pode, sim, desabar em eventos trágicos, e passam a temer aquela possibilidade. O quadro é ainda mais assustador em regiões em que sirenes anunciam a urgência de uma evacuação, cenário atual do vilarejo de São Sebastião das Águas Claras, distrito de Nova Lima mais conhecido como Macacos, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, onde a única escola local segue vazia por decisão da maioria dos pais que têm filhos matriculados lá. A justificativa é proteger as crianças de uma situação de risco. Mesmo na capital, o zum-zum-zum provoca insegurança e questionamentos. A pergunta “Mamãe, a lama vai chegar aqui em casa?” passou a ser cada vez mais frequente.

PROTEÇÃO Neste cenário de tensão e alerta, o Bem Viver foi a campo para saber o que pais, educadores e especialistas podem fazer em relação ao medo infantojuvenil. Como abordar situações difíceis com as crianças? Como protegê-las do risco e das consequências de um trauma?


Nesse contexto, a necessidade de dizer a verdade é alternativa apontada como o melhor caminho. Mas é preciso agir de acordo com a idade do menor e também mostrar que, mesmo diante da dor, uma situação adversa também traz sentimentos positivos, como esperança e solidariedade.

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