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Desde que foi fundado, em 1949, o Hospital Vera Cruz (HVC) se tornou referência pelo foco na humanização da relação médico/paciente. De lá pra cá, a missão de levar o atendido para o centro das decisões de tratamento permanece como protocolo de excelência, perfil que envolve os novos gestores e também o corpo clínico. Tanto que a meta da direção administrativa do HVC é fechar o ano com a realização de um sonho que começou em 2017: ser reconhecido como hospital ideal para médicos de diversas especialidades trabalharem, com reflexos diretos para a qualidade e satisfação no atendimento ao paciente.
Hoje, o hospital já conta com cerca de 1,4 mil médicos de 65 especialidades diferentes. Realiza a média de 12 mil atendimentos ao mês e 10 mil cirurgias ao ano. Tornou-se referência em atendimentos cardíacos e neurológicos e já realiza cirurgias robóticas.
Na entrevista a seguir, Marcos Andrade, diretor clínico do HVC, fala sobre as conquistas mais recentes do hospital e chancela a importância da transparência e da oferta de qualidade nas relações que envolvem a saúde.

O Hospital Vera Cruz foi fundado por grupo de médicos, em 1949, com a missão de ser um centro médico moderno. O diferencial permanece?
Tudo o que se considera hoje extremamente moderno na relação das instituições de saúde médicos e clientes se baseia na centralidade e no foco ao paciente. Em dar a ele o direito de participar da tomada de decisões que são importantes, como aceitar ou não determinados tratamentos. Discutir resultados de forma a humanizar essa relação.

Nos idos de 1949, já existia essa dinâmica de uma forma extremamente intensa porque a relação médico paciente era extremamente próxima. Sim, hospitais fundados naquela época já tinham em seus pilares o que hoje nós consideramos a grande aquisição da estruturação de uma unidade de saúde e na relação dos médicos com seus clientes. Permanecemos com esse foco.

Ser um hospital moderno é um diferencial para a medicina de qualidade?
O hospital moderno hoje é aquele que se diferencia pela qualidade. Que mantém um parque tecnológico sempre atualizado e um corpo clínico aberto para a aquisição do conhecimento. Portanto, ser moderno é ser atualizado. Hoje, além das clínicas, temos uma unidade diagnóstica específica voltada para exames ultrasonográficos e radiológicos. Também dispomos do que há de mais moderno na área de ressonância cardíaca, tomografia voltada para coração e diversos órgãos, um foco muito importante na área da radiologia ortopédica e da radioneurologia.

Até aqui, quais são os principais desafios enfrentados no cargo?
O grande desafio que enfrentamos ao assumir a diretoria médica foi procurar entender o passado desse hospital e organizar nosso presente.
Trabalhamos tanto do ponto de vista de reestruturação de corpo clínico quanto de reestruturação da parte arquitetônica e de equipamentos do hospital, a fim de prepará-lo para o futuro. E sabendo que o futuro hoje é uma coisa que está exatamente um minuto à frente do nosso tempo.
E as principais conquistas?
Procuramos fornecer ao corpo clínico o que já era cativo do hospital: as melhores condições de trabalho. Também buscamos novos profissionais no mercado para complementar equipes e oferecer novas áreas de atuação. Preocupados com a qualidade assistencial, criamos um conselho técnico – um órgão vinculado à diretoria que estabelece relações técnicas com o corpo clínico, zelando pela padronização e pela garantia de qualidade de todos os procedimentos médicos realizados no hospital. No capítulo segurança, assume importância fundamental o serviço de controle de infecção hospitalar, que foi um dos primeiros criados em BH, e que é garantidor de índices de infecção hospitalar extremamente baixos, o que leva tranquilidade aos pacientes. Há, aqui, uma relação muito próxima entre os membros do Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH), as unidades de internação, o bloco cirúrgico e os serviços de terapia intensiva, fazendo com que a abordagem de infecções dos pacientes ocorra da forma mais correta e segura possível.


O hospital foi pioneiro em adotar o Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)? Qual a importância do protocolo e de que forma garante mais segurança ao paciente?
Adotamos em1988 uma estratégia que só em 1990 passou a ser obrigatória pelo Ministério da Saúde, que é a estruturação de um serviço de controle de infecção hospitalar. Implantamos protocolos de segurança para o paciente em relação a riscos biológicos. Naquela época, fizemos a estruturação do serviço de controle de infecções com uma proporcionalidade entre o número de profissionais que se dedicam a isso, o número de leitos e a complexidade do hospital.
Fomos pioneiros também na implementação de sistemas automatizados de controle de infecções e, hoje, o banco de dados do hospital é referência no país e na América Latina. Recebemos gente do país inteiro para treinamento na metodologia Neis no controle de infecções hospitalares. E um dos aspectos mais relevantes nesse cenário é que o próprio centro de controle de doenças de Atlanta, nos EUA, que praticamente dita normas para o mundo todo, adotou uma série de metologias baseados no que fizemos no HVC.

O que podemos destacar a respeito de inovações tecnológicas?
A inovação tecnológica está presente em todas as áreas do hospital, incluindo tomógrafos mais novos, ressonâncias de último tipo, O-arm (equipamentos extremamente usado em bloco cirúrgico), recursos para tratamentos neuroradiológicos, medicina do esporte e cardiologia. Nas áreas de ergoespirometria e de endoscopia também contamos com equipamentos de última geração. A mais recente aquisição é o início da cirurgia robótica por meio de parceria do HVC com a Faculdade de Ciências Médicas e a Feluma, fundação mantenedora da faculdade. Procuramos enfatizar muito a associação hospital-escola. Aqui, acreditamos que esse permear entre faculdade e o hospital privado é garantidor do que existe de mais alto nível em qualidade assistencial.

O HVC é referência em quais áreas?
Uma área de atuação extremamente forte do hospital é a de atendimento neurológico, também um dos pilares desde a fundação. Tanto que as mais importantes referências da neuroradiologia estão ou passaram por nosso corpo clínico. E é importante frisar que, hoje, o HVC dispõe de atendimento 24 horas por dia com suporte de neuroradiologia intervencionista também 24 horas por dia, bem como de terapia intensiva e de cirurgia.

Como o hospital promove a atualização de médicos para as demandas do século 21?
O hospital tem, hoje, 1,4 mil médicos cadastrados, metade atuando diuturnamente nas suas dependências. Nós estimulamos ao máximo a atualização científica do corpo clínico.
Nas análises críticas de todas as especialidades habilitadas no hospital, procuramos avaliar a participação do seu corpo clínico em cursos de atualização, palestras, em tudo aquilo que dignifica o currículo de um médico. Focamos nessa análise do corpo clínico e incentivamos também que esse cuidado técnico de primeira ordem não se distancie ao que foi pilar na fundação do hospital, que é uma relação humanizada com o objetivo de respeitar profundamente os anseios de seus clientes.

O HVC já realizou cirurgia robótica na urologia. Há projetos de implantação de cirurgias robóticas em outras especialidades médicas?
A robótica, recentemente inaugurada nessa parceria com a Fundação Educacional Lucas Machado, dedica-se a todas as áreas da cirurgia. Então, a primeira cirurgia foi realizada pela equipe de urologia, mas estamos investindo nas áreas ginecológica, geral, torácica, enfim. Vamos atuar em todas as áreas em que já exista a possibilidade do uso do robô. O objetivo é introduzir essa tecnologia para garantir cirurgias mais perfeitas e menos traumáticas para os pacientes, minorando riscos de infecção e garantindo a melhor recuperação do operado em um menor tempo de internação.

Quais são as principais agendas do hospital para este ano?
Neste 2019, o que queremos é concretizar um sonho que começou no início de 2017 com esse grupo que assumiu a gestão do hospital, que é o de criar um hospital que seja tão bom na percepção do médico que ele o eleja como o ideal para exercer a sua atividade médica. E que essa percepção que o médico tenha de que esse é o lugar ideal para trabalhar seja transmitida para o cliente do médico de forma tal que o trio médico, cliente e hospital convivam num ambiente de perfeita harmonia e conquistem resultados de primeiro mundo..