“O que está havendo com nossos jovens? Meus filhos adolescentes me trazem muitos problemas. Não aceitam limites, querem roupas de marca, não se envolvem
n Margarida, de Belo Horizonte
Cada geração tem características próprias, vivem realidades diferentes, respondem diversamente ao mundo em que vivem. E, como em tudo na vida humana, cada geração tem aspectos positivos e negativos. A atual juventude, comparada às anteriores, apresenta grandes avanços. É mais sensível, mais informada, menos preconceituosa, mais liberada afetivamente e sexualmente. Conhecer as fragilidades dos jovens de hoje pode ser útil aos seus educadores e a eles próprios no caminho do seu desenvolvimento.
1) Apego excessivo à imagem corporal
Pesquisa recente atesta que a atual juventude, na opinião dela própria, é extremamente vaidosa. Está perdendo o contato sadio com o próprio corpo, nas suas funções ligadas à vida, e enxergam o corpo como objeto primário de exibição e de conquista. A maioria acredita que a beleza, os músculos exuberantes lhe darão mais oportunidades na vida e que por isso serão mais amados.
2) O prazer imediato
Qualquer criança é movida pelo prazer imediato. Ela só faz o que gosta e não faz o que não gosta. O adulto emocionalmente é movido pelo prazer e pela realidade. A criança reluta em tomar um remédio porque tem o gosto amargo.
A procura pelas drogas tem origem na incapacidade de conviver com as frustrações, com as dificuldades, incluindo aqui a tristeza e a solidão. Saber dar o sim e o não aos nossos filhos é a melhor forma de lhes dizer que a vida é feita de altos e baixos, do que é permitido e proibido e dos limites naturais e sociais.
3) Consumismo
Consequência dos dois itens anteriores é a supervalorização das roupas, dos cosméticos, das grifes e das joias como instrumentos de conquista e sedução. O carro deixa de ser um meio de transporte e se torna um meio para provar o tamanho do poder e status. O celular não é só uma forma para se comunicar, mas para ser amado. Nada contra o “ter”, a menos que o apego excessivo aos bens materiais nos aniquile enquanto pessoas, a menos que matem o nosso “ser.” As cobranças familiares pelo sucesso social, incluindo a beleza, podem levar nossa juventude a um profundo individualismo.
Em uma realidade onde milhares de pessoas vivem abaixo da linha da miséria, onde milhares morrem de fome, onde a maioria não tem onde morar, que a nossa juventude não tenha consciência disso e não lutem para melhorar essa realidade.
4) Falta de envolvimento
Se eu estou perdido, narcisicamente, no meu mundo fechado, é natural que desapareça em mim a noção “do outro”. Não só do ponto de vista social, mas também do ponto de vista afetivo e mesmo familiar. Atualmente, poucos jovens se envolvem com problemas dos pais, sejam eles, financeiros, domésticos e profissionais. Poucos jovens descobriram que o “ficar” é apenas caminho. Não é a chegada. A vida, sob qualquer aspecto, exige de nós a entrega, o comprometimento, a construção e o envolvimento com o outro. Amor..