Mesmo pouco discutido e raro, o câncer de mama masculino tem estimativas indicam que 1% dos casos da doença afetam homens. De acordo com o
Instituto Nacional do Câncer (INCA)
, o Brasil somará cerca de 60 mil novos casos de câncer de mama em 2019, número que corresponde a 28% de todos os diagnósticos da condição registrada no país.
O assunto veio à tona, após
Mathew Knowles
, o pai da cantora norte americana Beyoncé, revelar que foi diagnosticado com a doença. “O risco espontâneo de ter
câncer de mama
em homem é de
1:1000
comparado ao de
1:8
entre as mulheres. Como nas mulheres, é um câncer relacionado com o envelhecer e a faixa etária média de ocorrência é cerca de 67 anos para homens”, explica Bruno Ferrari, oncologista e Presidente do Conselho de Administração do Grupo Oncoclínicas.
O médico ainda revela os fatores de risco. “É maior entre os negros e, principalmente, entre aqueles com história familiar de primeiro grau positiva para câncer de mama. Entretanto, o principal fator de risco para câncer de mama em homens são as mutações dos genes BRCA1 e BRCA2. Algumas outras mutações menos frequentes como CHECK 2 e PLAB 2 estão também relacionadas ao aumento de risco de câncer de mama em homens”.
A forma de prevenção é a mesma indicada para mulheres, porém a forma de diagnóstico é diferente. “A prevenção do câncer de mama em homens ocorre como nas mulheres, com hábitos de vida mais saudáveis, atividades físicas regulares, controle de peso e dieta balanceada. É o que está ao alcance de cada um hoje. Em relação aos exames, o screening de câncer de mama em homens não é recomendado, como nas mulheres. Aconselhamento genético é recomendado nos homens com história familiar de câncer de mama, principalmente se houver mutação dos genes BRCA1 e BRCA2. Portanto, o médico mais indicado para avaliação inicial seria um oncologista ou um geneticista, se houver fatores de risco aumentados”, explica o oncologista.
Há chances de cura, porém o diagnóstico
tardio
pode ser um dificultador. “É recomendado cirurgia, radioterapia, quimioterapia e hormonioterapia, de acordo com o diagnóstico e estadiamento individual. Há chances de cura, entretanto, está comprovado que nos homens o câncer de mama é diagnosticado em estágios mais avançados que nas mulheres. Diante disso, é necessário aumentar a vigilância e ampliar o diagnóstico precoce em homens para que as chances de cura aumentem”, finaliza Dr. Bruno Ferrari.