Pesquisa realizada nos Estados Unidos aponta que o número de entradas de emergência nos hospitais por casos de anafilaxia, entre 2010 e 2016, aumentou. Em 2010, foi resgistrada 1,4 internação a cada 10 mil crianças. Em 2016, esse número subiu para 3,5.
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Os médicos caracterizam a anafilaxia quando pelo menos dois órgãos são acometidos pela reação alérgica, como uma irritação de pele, acompanhada de uma crise de vômito. “Anafilaxia é uma reação alérgica generalizada, que age rapidamente, podendo levar à morte em 15 a 20 minutos, não dando tempo de chegar ao hospital”, alerta Fernando Aarestrup, presidente da Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai). “O medicamento que reverte a reação e salva a vida do paciente é adrenalina, aplicada via intramuscular. No Brasil, essa medicação é aplicada exclusivamente em ambiente hospitalar e em prontos-socorros”, complementa.
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Alguns alimentos podem ser mais propícios para gerar o problema em adultos. “Frutos do mar (camarão, polvo, lula etc..) e as sementes (amendoim, castanhas, amêndoas). Em crianças com alergia grave a proteínas do ovo de galinha e do leite de vaca também pode ocorrer anafilaxia”, explica.
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Fernando aproveita e faz um apelo para que haja mais campanhas de conscientização sobre a anafilaxia. “Aproveito esta entrevista para solicitar às autoridades de saúde que promovam ações governamentais para facilitar o acesso ao medicamento. Como sugestão de política de saúde, acho importantíssimo termos disponível a caneta de adrenalina em locais onde há aglomeração de pessoas, a exemplo do que ocorre com a obrigação de termos desfibriladores (aparelhos utilizados em caso de parada cardíaca). Escolas americanas, por exemplo, têm essa caneta e os profissionais e até mesmo os alunos têm treinamento de primeiros-socorros, em que aprendem como e quando e utilizar adrenalina autoinjetável”, finaliza.
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Elizabeth Colares