Desde 1996, a biomedicina é prática no Brasil, porém a profissão ainda pode causar dúvidas devido às mudanças que ocorreram nesses 23 anos. “O curso passou por diversas modificações curriculares, ampliando as suas habilitações e qualificando seus profissionais com amplitude na área da saúde, possibilitando diversas opções para escolha da atuação profissional”, afirma Thiago Martins, biomédico esteta e professor de cursos de pós-graduação em estética pelo Nepuga (Núcleo de Estudos Dra. Ana Carolina Puga).
A possibilidade da biomedicina voltada para área da estética começou a ser cogitada em 2006, quando por meio da articulação política de uma biomédica do interior de São Paulo que contou com a participação do Presidente do Conselho Federal de Biomedicina (CFBM), Dr. Silvio Cecchi. Na época a biomédica, Ana Carolina Puga, chegou a ser convocada para cursar medicina na Universidade Estadual Paulista após passar no processo seletivo, mas optou pela Biomedicina, e acabou mudando o rumo da profissão, contribuindo pela criação do 'braço' da biomedicina estética, que atualmente é responsável por gerar a maior parte dos novos interessados nesse ramo.
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Dia do Biomédico
Esta quarta-feira,20, é celebrado o dia do Biomédico, a data lembra a importância do profissional e chama atenção para as multifunções que a profissão pode exercer. “A data ajuda a mostrar a diversidade das aplicações da nossa profissão. Biomedicina, por si só, ainda é pouco, e menos conhecida ainda a sua abrangência técnica e prática para atuar de forma consistente e sólida em diversos segmentos. A biomedicina estética, por exemplo, já tem colocado no mercado profissionais capacitados a associar o entendimento da saúde do corpo à prescrição e realização dos tratamentos estéticos com segurança e embasamento. A data é relevante também pelo crescimento da área e para homenagear esse profissional da saúde que trabalha em parceria com os médicos e demais profissionais de saúde, possuindo relevância em diversas áreas de atuação”, comemora Martins.
O crescimento
A volta de surtos, como a febre amarela, por exemplo, e o aparecimento de doenças trouxeram a tona a presença de um novo profissional capaz de contribuir na busca de novos diagnósticos, o biomédico. “Acredito que a procura cresceu, principalmente, devido a essa evolução no campo de atuação, já que, no passado, o objetivo do curso de Biomedicina era o da formação de pesquisadores científicos nas áreas de ciências básicas. Entretanto, ao longo dos anos, percebeu-se que o profissional possui conhecimento suficiente para auxiliar em pesquisas nas áreas de ciências aplicadas, e para especializar-se e ocupar inúmeras outras funções no mercado fora da pesquisa”, conta Thiago.
De acordo com dados do Conselho Federal de Biomedicina divulgados no segundo semestre de 2017, atualmente no pai%u0301s há cerca de 50 mil profissionais biome%u0301dicos habilitados nas mais diversas especialidades. Além da área de estética, o diagnóstico por imagem também tem atraído estudantes.