Já foi comprovado que o estado de saúde bucal da mãe afeta diretamente o bebê e esse assunto acaba sempre gerando muitas informações, algumas delas falsas, a respeito do tratamento. A professora Carolina Dolabela, coordenadora estratégica do curso de odontologia do UniBH, explica alguns mitos e verdades que costumam ser ditos sobre a saúde bucal das grávidas. Confira:
– Os dentes da mulher grávida ficam mais fracos, por dividir o cálcio com o bebê.
Mito. Os nove meses de gestação não são suficientes para descalcificar a dentição da mulher. Mas é importante manter uma dieta balanceada, com quantidades adequadas de cálcio para ela e a criança, investindo em alimentos como leite, queijo, tofu, espinafre, iogurte, couve e grão-de-bico.
– A gestação favorece o surgimento de cáries.
Verdade. Por causa das alterações hormonais, o fluxo da ação protetora da saliva é diminuído e as grávidas passam a comer um pouco mais, gerando mais acidez na boca e facilitando a desmineralização dos dentes e a formação de cáries. Assim, é preciso cuidado redobrado, pois as bactérias podem acessar o sistema circulatório e se fixar na placenta, provocando partos prematuros e perda de peso do feto.
– Grávidas não podem fazer radiografia da boca.
Mito. Nos exames odontológicos, o nível de radiação ao qual elas estarão expostas é baixo, não trazendo nenhum risco para a mãe ou o bebê. Basta lembrar sempre de utilizar os coletes protetores de chumbo e ter o máximo de cautela, principalmente nas regiões próximas ao feto, como o abdômen.
– Grávidas não podem tomar anestesia.
Mito. Hoje, no mercado, já existem opções especiais disponíveis para essa situação. São anestésicos sem vasoconstritores, que não contêm substâncias que comprimem os vasos sanguíneos, podendo, assim, ser usados por gestantes. Vale ressaltar que, ainda assim, esse medicamento só deve ser usado em situações emergenciais, pois, eventualmente, ultrapassam a barreira placentária e causam descolamento e alterações no feto.
– O aumento na produção de hormônios favorece a gengivite.
Verdade. As variações hormonais promovem uma dilatação dos vasos sanguíneos. Isso provoca uma resposta exagerada dos tecidos gengivais, aumentando o risco de transtornos na região. Assim, as gengivas ficam menos protegidas e com menor capacidade de regeneração.
Mantenha a saúde auditiva
Ter uma audição de qualidade é essencial para o cotidiano do ser humano, tanto para o relacionamento interpessoal quanto para manter o indivíduo conectado com o mundo exterior. Por isso, a audiometria se faz indispensável na prevenção, diagnóstico e tratamento de problemas auditivos. Quanto mais cedo a perda auditiva for identificada, melhores serão os resultados. A audiometria é realizada pelo fonoaudiólogo para medir a capacidade de uma pessoa para ouvir diferentes sons, tons ou frequências. “O exame é feito com fones de ouvido, em cabine acústica, e identifica possíveis alterações auditivas. A audiometria fornece informações como o tipo (onde está localizada a lesão) e o grau de perda auditiva, que são informações fundamentais para determinar o tipo de tratamento mais indicado”, explica a fonoaudióloga Erica Bacchetti. Na maioria dos casos, o exame é solicitado quando o paciente se queixa de dificuldade de ouvir os sons com nitidez. No entanto, a audiometria também é indicada para pessoas que não apresentam sinais de problemas auditivos, mas atua como forma preventiva. Por meio do exame é possível detectar precocemente possíveis alterações no sistema auditivo.
Metade dos cinquentões sofrem de calvície
“Cinquanta por cento dos homens aos 50 anos de idade são calvos, em menor ou maior grau. A calvície ou alopecia androgenética, como também é denominada, está associada aos hormônios masculinos, particularmente à testosterona, mas também tem origem genética – correspondendo a 90% dos casos. Já a alopecia areata está relacionada a outros fatores além da hereditariedade, como doenças autoimunes (vitiligo, hipertireoidismo, lúpus), estresse e quadros infecciosos”, esclarece o cirurgião plástico Andre Giannini, membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e associado da Associação Brasileira de Cirurgia da Restauração Capilar (ABCRC). Embora a calvície não se apresente padronizada, ela tem sete graus em seu desenvolvimento, desde as famosas “entradas” até apenas 20% do couro cabeludo preenchido por fios. Seja qual for o estágio da condição, atualmente existem diversas técnicas e procedimentos eficazes para retardar, evitar ou devolver fios com o transplante capilar. “Costumo dizer que calvície não tem cura, tem tratamento”, descreve o cirurgião plástico. Após realizar a consulta capilar, onde se pesquisam a história familiar paterna e materna de calvície e realizam-se exames clínicos e físicos específicos, o médico especialista vai definir o tratamento mais assertivo, que pode ser clínico, cirúrgico ou ambos. Em caso de cirurgias, elas duram de oito a 10 horas, porque, como frisa André Giannini, “o transplante capilar une ciência e arte, é um trabalho meticuloso, artesanal, que envolve uma equipe bem treinada de até sete profissionais no bloco cirúrgico e equipamentos de ponta para alcançar um resultado natural”.
Depois dos 40, a vista se cansa
Também conhecida como “vista cansada”, a presbiopia é um distúrbio ocular que todo mundo vai ter, já que está relacionado à idade. Em geral, as pessoas começam a sentir os primeiros sintomas a partir dos 40 anos. Isso ocorre porque o cristalino – uma espécie de lente natural do olho – também envelhece com o passar dos anos, ficando mais rígido e opaco. No caso da presbiopia, a questão está na flexibilidade dessa lente natural, que precisa se acomodar para focar a visão. Com o passar do tempo, os músculos responsáveis por esse movimento ficam fracos, resultando, assim, na dificuldade em focar objetos, especialmente os que estão mais próximos. Daí a necessidade de esticar o braço para conseguir visualizar o que está perto. Atualmente, há diversas opções de tratamento que devolvem a qualidade de vida ao paciente. Se o indivíduo já apresenta algum tipo de erro refrativo, como miopia ou astigmatismo, por exemplo, não há necessidade de colocar ou tirar os óculos a todo instante ou, ainda, fazer uso de óculos com lentes multifocais, mas lançar mão do uso de lentes de contato – que devolvem a liberdade para realização de algumas atividades, como na prática de atividades físicas ou mesmo um evento ou festa, em que a pessoa pode preferir não usar o acessório. A depender da faixa etária, é possível ainda realizar a cirurgia para correção da presbiopia junto com a cirurgia de catarata – quando é implantada uma lente intraocular para substituir o cristalino que, no caso da catarata, fica opaco e duro.