Em contato com um fluxo ininterrupto de informações vindas principalmente da internet e redes sociais, crianças e jovens muitas vezes demonstram temor sobre a epidemia do novo coronavírus, ainda mais quando os dados não se originam de fontes seguras. Nas escolas de todo o país, começa uma corrente de esclarecimento a esses alunos que, muitas vezes, manifestam até pânico e medo de morrer pela infecção.
Nesse ponto, cresce a responsabilidade de profissionais da educação no propósito de esclarecer dúvidas e derrubar ansiedades desnecessárias e preocupações exageradas, elucidando a realidade da situação. Entre as formas de abordagem, a importância de cuidados básicos de higiene e a diminuição do pavor exacerbado.
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O que a inteligência artificial tem a ver com a prevenção do coronavírus?Conheça cinco perguntas comuns sobre o coronavírusMais que os riscos inerentes ao coronavírus, a epidemia do pânico é um perigo para a populaçãoEmpresa doa equipamentos de proteção a profissionais da saúde Como distrair as crianças em casa em tempo de coronavírusEspecialista ensina a reforçar o sistema imunológico para dificultar a contaminação pelo coronavírusEpidemia X Pandemia: entenda a diferençaNa escola Trilha da Criança, no Anchieta, em Belo Horizonte, o tema do coronavírus é trabalhado com os alunos, que têm entre 1 e 5 anos, em rodas de conversas e por meio de notícias, debates, a partir de reportagens, vídeos, imagens e pesquisas, como esclarece a diretora, Ana Paula de Rezende Bartolomeo. Os cuidados são observados em todo o corpo escolar, também com as crianças do berçário, e os esclarecimentos incluem outros tipos de doenças contagiosas.
São ações educativas para evitar o contágio de doenças infecciosas, entre elas o Covid-19. Segundo a diretora, a escola reforça com os pais as normas referentes ao cuidado com a saúde. Entre as medidas, o envio de circular para orientar as famílias e lembrá-las sobre procedimentos como não enviar criança doente, com sintomas, para a escola, e, após episódio de doença infectocontagiosa, por exemplo, apresentar atestado médico confirmando que não se encontra em período de contágio.
"Além disso, reforçamos também o uso prioritário dos espaços abertos, as medidas de higiene entre colaboradores e crianças, bem como intensificamos os cuidados com a limpeza de corrimãos, dentre outros. Os murais estão repletos de orientações, e os processos envolvem inclusive os trabalhos pedagógicos com os alunos", diz Ana Paula.
"É um bichinho que gosta de sujeira e não gosta de água e sabão. Se não lavar as mãos, ele entra na gente e não deixa melhorar rapidinho. Não gosto muito dessa conversa. Tenho medo de chegar em casa e não lembrar de lavar as mãos", diz Sofia Viana de Paula, de 4 anos, aluna da Trilha da Criança, sobre o coronavírus.
Para a colega Luiza Henriques de Azevedo, também de 4 anos, essa é uma doença que mata pessoas. "Estamos aprendendo tudo na escola. Lavar as mãos com água, sabão, passar álcool gel, e tomar cuidado também em casa", conta a menina, demonstrando em gestos a maneira certa de espirrar ou tossir, tapando a boca com o braço.
Gabriel Paiva Ogioni, de 5 anos, diz que não tem medo do coronavírus. Ela aprendeu na escola sobre os sintomas da doença e, esclarecido, cita falta de ar, febre e tosse. "É um vírus que pega em pessoas mais velhas. Estou tranquilo. Acho que não tem perigo, que o vírus não vai chegar nem perto de mim, não vai vir me visitar. Fica longe da gente. Meu pai e minha mãe também cuidam de mim para eu não pegar."
"É uma dor muito forte. O coronavírus faz todo mundo ficar doente. Tenho medo de pegar, mas acho que estou protegido. Minha mãe fala para eu lavar as mãos antes de jantar e também lavo antes de vir à escola", conta outro aluno, Gael de Castro Mendes, de 5 anos.
Na Trilha da Criança, o assunto é abordado em situações de rotina. Os profissionais também são instruídos a utilizar luvas ao manusear os alimentos das crianças, procedimento que já existe na escola, e ensinam as crianças a não compartilhar lanche e brinquedos que são levados à boca. "As discussões e ações realizadas com as crianças são compartilhadas com as famílias pelo aplicativo da escola, por meio de fotos, bilhetes, relatos, entre outros. São orientações que devem ser seguidas tanto na escola como em casa", conta a diretora.
"Orientamos ainda que a roupa de cama das crianças que dormem na escola sejam enviadas em saquinhos individuais, tipo enxoval, e os brinquedos das salas e do berçário são higienizados regularmente", continua Ana Paula. "Quando a criança apresenta febre no ambiente escolar, entramos em contato com a família solicitando que busquem a criança e aguarde no mínimo 24 horas sem febre para retornar à escola", acrescenta.
A diretora reitera a importância de que as famílias sigam as normas de boa convivência e não levem a criança para a escola com sintomas de gripe ou resfriado, febre, diarreia ou vômito, e que procurem o pediatra e permaneçam com ela em casa pelo período recomendado. "Ensinamos os colaboradores que lidam diretamente com as crianças que, em caso de suspeita de doença infectocontagiosa respiratória, entre o tempo de contato com os pais e eles virem buscar a criança, utilizem máscara. Ou, no caso do colaborador apresentar tosse sem outros sintomas mais severos, tais como febre, coriza e vômito, também pontuamos o uso da máscara."
Na Qualoo Escola Criativa, o diretor, Marcelo Batista, relata que, com trabalhos em grupo, os alunos já compreendem as formas principais para prevenir o coronavírus, e muitos começaram a adotar algumas medidas, como evitar o aperto de mão. Para o educador, a melhor maneira de evitar o pânico é oferecer conhecimento sobre o tema, como saber reconhecer sintomas e entender sobre as principais diferenças entre uma gripe comum e o coronavírus, entre outros assuntos.
Ele pondera que, quando uma criança tosse ou espirra, ainda que a recomendação seja cobrir a boca, não há motivo para ter uma ação punitiva. "O lanche e os objetos não devem ser compartilhados, a não ser que os lanches sejam servidos em porções. O contato direto com a saliva é um fator preocupante", diz.
"No caso de crianças gripadas, é importante prestar atenção aos sintomas dessa gripe. Pode ser interessante não só ficar em casa, como também procurar atendimento médico", continua. Na percepção da escola, não há motivo, por enquanto, de pensar em suspensão das aulas. "Só existe um caso confirmado de coronavírus em Minas Gerais. Seguimos o posicionamento do Ministério da Saúde", pontua Marcelo.
"Orientamos ainda que a roupa de cama das crianças que dormem na escola sejam enviadas em saquinhos individuais, tipo enxoval, e os brinquedos das salas e do berçário são higienizados regularmente", continua Ana Paula. "Quando a criança apresenta febre no ambiente escolar, entramos em contato com a família solicitando que busquem a criança e aguarde no mínimo 24 horas sem febre para retornar à escola", acrescenta.
A diretora reitera a importância de que as famílias sigam as normas de boa convivência e não levem a criança para a escola com sintomas de gripe ou resfriado, febre, diarreia ou vômito, e que procurem o pediatra e permaneçam com ela em casa pelo período recomendado. "Ensinamos os colaboradores que lidam diretamente com as crianças que, em caso de suspeita de doença infectocontagiosa respiratória, entre o tempo de contato com os pais e eles virem buscar a criança, utilizem máscara. Ou, no caso do colaborador apresentar tosse sem outros sintomas mais severos, tais como febre, coriza e vômito, também pontuamos o uso da máscara."
Na Qualoo Escola Criativa, o diretor, Marcelo Batista, relata que, com trabalhos em grupo, os alunos já compreendem as formas principais para prevenir o coronavírus, e muitos começaram a adotar algumas medidas, como evitar o aperto de mão. Para o educador, a melhor maneira de evitar o pânico é oferecer conhecimento sobre o tema, como saber reconhecer sintomas e entender sobre as principais diferenças entre uma gripe comum e o coronavírus, entre outros assuntos.
Ele pondera que, quando uma criança tosse ou espirra, ainda que a recomendação seja cobrir a boca, não há motivo para ter uma ação punitiva. "O lanche e os objetos não devem ser compartilhados, a não ser que os lanches sejam servidos em porções. O contato direto com a saliva é um fator preocupante", diz.
"No caso de crianças gripadas, é importante prestar atenção aos sintomas dessa gripe. Pode ser interessante não só ficar em casa, como também procurar atendimento médico", continua. Na percepção da escola, não há motivo, por enquanto, de pensar em suspensão das aulas. "Só existe um caso confirmado de coronavírus em Minas Gerais. Seguimos o posicionamento do Ministério da Saúde", pontua Marcelo.
Outra medida importante adotada pelo Magnum é quanto à intensificação na limpeza do colégio, incluindo, diariamente, a higienização das biometrias nas portarias, a limpeza de maçanetas de portas, interruptores e corrimãos das escadas de todos os prédios. E para completar, a manutenção dos bebedouros: a partir de segunda-feira, 16 de março, os esguichos serão lacrados, deixando disponível apenas a função de reabastecimento de copos ou garrafinhas.
Segundo o médico Ricardo Cabral, coordenador do Projeto EuSaúde e CEO do grupo mineiro Rede de Cuidados de Saúde (RCS Med), não há motivo para que as crianças deixem de frequentar a escola nesse momento. "Segundo a visão científica sobre o tema, não há razão para que pessoas saudáveis deixem de frequentar ambientes sociais normalmente. Não devemos deixar de viajar, ir para a escola ou o trabalho. Pelo menos assim é a visão hoje, e sobre a população brasileira. Tudo pode mudar, mas hoje devemos manter nossas vidas normais. Sem alarde, com controle e alguns cuidados pessoais, venceremos mais essa briga com o mundo dos vírus e bactérias, e nossos filhos poderão ir para escola sem medo e em segurança. Por enquanto, vida normal a todos."
Na noite dessa quinta-feira, o Hospital Israelita Albert Einstein, em São Paulo, fará uma transmissão ao vivo pelas redes sociais sobre como prevenir a contaminação pelo coronavírus nas escolas. A instituição já recebe perguntas pelos perfis que serão respondidas na live. A partir das 19h30, interessados podem acessar a transmissão pelos canais do Instagram e Facebook.
Segundo divulgado em nota pela Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), não há base científica para proibir alunos que tenham parentes com suspeita da doença ou que tenham ido a países com casos do problema a entrarem nos colégios.
Conforme a nota, "escolas de vários estados brasileiros estão proibindo a entrada de alunos, orientando quarentena a aqueles que tenham viajado a países com registro de infecção pelo novo coronavírus (Covid-19) e/ou tenham familiares próximos na mesma situação, ainda que não apresentem sintomas. O posicionamento da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) é de que não há suporte técnico para essa medida até o presente momento. O Ministério da Saúde do Brasil também não faz esta recomendação. Além disso, não há legislação sanitária que ampare tal orientação", esclarece o texto.
No fim das contas, a postura mais eficaz para conscientizar e conter o desespero é envolver as crianças na discussão, para frear a insegurança diante do desconhecido, que surge essencialmente da propagação de informações irresponsáveis às quais todos estão expostos.