Diante da pandemia do novo coronavírus, especialistas vêm insistindo na necessidade de isolamento domiciliar. Uma atitude que tem sido colocada como tão fundamental quanto lavar bem as mãos. Mas, para algumas pessoas, essa não é uma realidade possível. Muita gente não tem como evitar sair às ruas. Nesse contexto, algumas medidas ajudam a não levar a infecção de fora para dentro do ambiente residencial. Autoridades em saúde têm divulgado direcionamentos para, além do momento de chegar na moradia, também antes de deixá-la.
"A despeito do risco de causar um problema social muito grande diante do coronavírus, as pessoas devem ficar em casa. Sair só quando estritamente necessário. Mas trabalhar no modelo home office, por exemplo, não é viável para muita gente", pondera o infectologista Unaí Tupinambás, pesquisador e professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
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O especialista também considera uma medida dispensável carregar álcool em gel na bolsa ou utilizar luvas para manusear produtos em supermercados, sacolões e farmácias, por exemplo. "O importante é evitar locais cheios. Se estiver cheio, vá em outro horário. Outra coisa: se você quiser limpar a bolsa por fora com água e sabão ou álcool em gel ao voltar para a casa, tudo bem. Às vezes, são tantos detalhes que acaba desviando o foco. O mais importante é lavar as mãos sempre", alerta. Manter ambientes arejados, com portas e janelas abertas, é mais uma atitude importante.
Ao entrar no carro, é indicado, depois de limpar as mãos, higienizar as áreas de contato, em especial maçanetas, puxadores de portas, descansos de braços, volante, pomo do câmbio, botões e outros elementos - o álcool em gel pode danificar algumas peças do veículo e, portanto, o melhor é mesmo água e sabão neutro, que podem ser aplicados com um borrifador e, depois, passar um pano. Quanto ao ar-condicionado, é melhor evitar. A preferência deve ser por manter o interior do automóvel arejado e com o ar externo circulando.
"Dentro do ônibus, é bom evitar, na medida do possível, tocar as alças e, mais uma vez, tanto depois de sair do carro ou do ônibus, o mais importante é lavar as mãos ao chegar ao destino e, antes disso, lembrar de não tocar no rosto", diz Unaí.
Dados sobre o tempo de sobrevivência do vírus, fora e dentro de casa, ainda não são precisos. "São informações duvidosas. É consenso até o momento que, em ambientes normais, seja dentro ou fora de casa, o vírus pode circular ao longo de nove dias. Mas, se submetido a limpeza com álcool 70% ou hipoclorito, resiste menos de um minuto", ensina o infectologista Carlos Starling.
Entre as recomendações que estão circulando, seja pela mídia oficial ou por redes sociais, as opiniões de profissionais podem até ser um tanto quanto desencontradas. Há quem acredite que algumas medidas são um pouco exageradas, mas é bom ressaltar que, nesses tempos, cautela é fundamental.