Jornal Estado de Minas

Vitamina D e coronavírus: o que já sabemos


Eis aqui uma boa notícia segura para compartilhar no grupo de WhatsApp da família. Na última quarta-feira (26), pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália, divulgaram uma descoberta importante: a vitamina D pode ser uma aliada no combate ao novo coronavírus, especialmente em idosos. 





Coordenada pelos professores Giancarlo Isaia e Enzo Medico, a pesquisa concluiu que o composto apresenta provável capacidade de neutralizar danos causados pela doença nos pulmões - decorrentes de complicações respiratórias - , além de ter um papel relevante na modulação do sistema imunológico.  

Comprovadamente efetiva na redução de risco de infecções respiratórias de origem viral, a vitamina também pode ser eficaz na melhora da síndrome respiratória aguda grave (SARS), provocada pelo coronavírus

Vulneráveis

Os cientistas italianos se dedicaram a estudar principalmente os casos de idosos frágeis diagnosticados com a COVID-19 - sobretudo hóspedes de casas de repouso que não se expõem adequadamente à luz solar. A maioria deles apresentava deficiência de vitamina D - condição que, de acordo com o estudo, é comum a boa parte da população Italiana. 

Com base na análise desse público e recomendações recentes da Associação Dietética Britânica, o estudo sugere que a regularização dos níveis de vitamina D no organismo pode proporcionar maior resistência à infecção pelo coronavírus. 

A publicação indica ainda que a administração intravenosa de vitamina D em pacientes infectados e com função respiratória comprometida é uma alternativa com potencial de eficácia e deve ser levada em consideração pelos médicos.





Cuidado com a suplementação!

Diante dessa novidade, correr à farmácia para adquirir suplementos de vitamina D é uma atitude imprudente. O alerta é do dermatologista Fábio Gontijo. Ele ressalta que a suplementação do nutriente por meio de comprimidos ou injeções só deve ser feita com recomendação médica, pois o excesso do composto é tão prejudicial quanto a deficiência. 

“Para jovens adultos, 20 ng/ml (nanogramas por mililitro) é a quantidade padrão. Uma quantidade um pouco maior - 30 ng/ml - é recomendada a pessoas do chamado grupo de risco, ou seja, idosos, gestantes, pacientes com osteoporose, doenças inflamatórias e autoimunes, renais crônicos e pré-bariátricos. Estou falando de valores que o médico verifica por meio de exames de laboratório, quando julga necessário, né? O excesso de vitamina D, que a gente chama de hipervitaminose, pode levar a problemas sérios, como desordens metabólicas, cálculo renal e enfraquecimento dos ossos”, observa.  



O médico lembra ainda que o estudo da universidade de Turim se baseia em referências bibliográficas, ou seja, não inclui testes, nem observações empíricas, e portanto requerem maior aprofundamento e apreciação pela comunidade científica. “O que eu recomendaria, nesse momento, é o de sempre. Primeiro, manter uma alimentação saudável e equilibrada, que inclua alimentos como peixes e ovos, ricos em vitamina D. Depois, a correta exposição solar. Quinze minutos de sol na palma da mão é suficiente”, orienta. 

Sol na quarentena

O isolamento social imposto pela pandemia de COVID-19 tem preocupado autoridades de saúde mundo afora já que, dentro de casa, a exposição das pessoas pessoas ao sol é menor.



O sol é o principal ativador da vitamina D, composto fundamental no mecanismo de absorção do cálcio - elemento essencial à integridade dos ossos. 

Segundo o dermatologista Fábio Gontijo, o Brasil é um país privilegiado quanto à exposição solar. Na avaliação dele, a população que cumpre a quarentena não precisa fazer grandes modificações na rotina para garantir a correta recepção dos raios solares. 

“Essa é uma preocupação que cabe mais aos europeus, pessoas de países frios. Aqui, consideramos que até mesmo o sol que entra pela janela conta para a saúde. Não podemos, inclusive, nos descuidar dos cuidados em relação ao excesso de sol, que causa câncer de pele  - por sinal, um tipo de tumor muito agressivo. Então, não se esqueçam: mesmo dentro de casa, usem protetor solar. Fator 30, pelo menos”, recomenda. 

audima