Um estudo divulgado recentemente pela Universidade Estadual de Ohio, nos Estados Unidos, concluiu que vírus e bactérias têm a capacidade de sobreviver por horas e até dias em uma superfície. Além disso, a pesquisa afirma que mesmo com a limpeza do local sendo feita, apenas metade das áreas se encontra, de fato, livre de germes.
Este resultado foi obtido por meio de uma pesquisa realizada em uma clínica veterinária. Porém, ainda no artigo, o professor e pesquisador Jason Stull afirma que o mesmo pode ocorrer em consultórios médicos, empresas e residências.
Em meio a uma pandemia, esses dados se tornam ainda mais alarmantes, tendo em vista que o contágio de COVID-19 se dá, justamente, pelo toque e contato com esferas contaminadas. Dessa forma, a limpeza e desinfecção correta se tornam imprescindíveis.
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Higienização de estofados é fundamental para evitar a retenção do coronavírusCoronavírus: veja regras de uso e de higienização de elevadoresEm tempos de pandemia do coronavírus, tapete pode ser criadouro do microrganismoJustiça suspende venda de sabão em pó que promete 'eliminar vírus'COVID-19: Como utilizar a água sanitária no combate ao vírusEstudo compara o novo coronavírus a demais doenças respiratóriasPor isso, para Ticoulat, a limpeza deve ser vista como um sinônimo de saúde. “Um ambiente realmente limpo vai muito além de ‘parecer limpo’. O local, desde que devidamente desinfectado, impede a propagação de doenças”, diz.
Dessa forma, o especialista em limpeza destaca que endereços comercias, especialmente aqueles que recebem alto fluxo de pessoas, como clínicas, supermercados e afins, devem ser limpos regularmente. “A limpeza profissional é mais indicada nestes casos, pois atinge objetos como interruptores, maçanetas, e demais superfícies que, por serem tocadas frequentemente, são responsáveis pela propagação de doenças.”
No âmbito doméstico, mesmo este sendo o local mais seguro, os cuidados precisam ser redobrados. “Além da limpeza realizada com desinfetantes, para garantir a desinfecção total de ambientes e superfícies, métodos profissionais também são indicados, já que esses procedimentos têm maior poder e eficácia contra vírus e bactérias causadores de doenças. A limpeza especializada é capaz de atingir locais e objetos que, muitas vezes, não são lembrados durante a faxina comum”, ressalta.
Ticoulat acrescenta que alguns cuidados devem ser tomados também com objetos de uso pessoal e mesmo com o corpo, principalmente durante a pandemia. “É necessário lavar as mãos, com água e sabão, e também promover a higienização de itens que estamos em constante contato, como chaves e celulares.”
Responsabilidade
De acordo com o especialista, cerca de 6% a 10% da queda de produtividade de funcionários tem relação com a negligência na limpeza de empresas, por conta do aparecimento de doenças alérgicas e resfriados. “Atualmente, todos os holofotes estão voltados para a COVID-19, mas não é de hoje que doenças são transmitidas devido a omissão ou desatenção na hora da limpeza.”
Ticoulat reforça ainda que a higienização de superfícies deve se tornar um hábito. “Mesmo que simples, o ato de desinfecção de objetos e mesmo das mãos fazem a diferença e podem minimizar as chances de transmissão de patologias e processos infecciosos. Portanto, esta deve ser uma responsabilidade individual, de empresas e demais locais, principalmente aqueles que recebem um grande fluxo de pessoas.”
O especialista ressalta ainda que a eliminação completa de impurezas e possíveis causadores de doenças pode sim ocorrer. “Com a aplicação do desinfetante de forma eletrostática, ou seja, por meio de descargas elétricas, uma espécie de névoa é criada em torno de toda a superfície do objeto, mesmo em locais de difícil acesso, como atrás de equipamentos, e a eliminação dos agentes patogênicos é feita em 100%. Para que esse processo seja completamente eficaz, há a medição de bactérias e demais contaminantes antes e após a limpeza, a fim de garantir a eliminação total dos germes.”
* Estagiária sob a supervisão da subeditora Ellen Cristie.