Um estudo feito por pesquisadores da Universidade da Califórnia, São Francisco, nos Estados Unidos, e publicado pela revista científica Nature identificou seis novas drogas potencialmente capazes de influenciar no tratamento da COVID-19. No entanto, os resultados são preliminares e sem eficácia comprovada.
O trabalho, a princípio, fez um mapeamento de proteínas existentes no novo coronavírus, a fim de pontuar quais estruturas virais interagem com o corpo, durante a infecção. A partir disso, drogas cadastradas pela Food Drug Administration (FDA), órgão regulador dos Estados Unidos, foram testadas.
Das duas mil drogas estudadas inicialmente, 47 delas foram experimentadas em laboratório. Os medicamentos foram, então, aplicados em macacos infectados pela COVID-19. Após o ensaio, o estudo indica que as células da doença ainda vivas foram observadas e comparadas com organismos que não receberam nenhum tipo de solução, o denominado grupo de controle.
A comparação trouxe o seguinte resultado: as amostras apresentaram uma quantidade menor do vírus naqueles que receberam as doses de medicação. A partir disso, cientistas selecionaram as drogas potencialmente capazes de interromper a replicação no novo coronavírus no organismo.
Entre os fármacos identificados como possíveis drogas de tratamento estão o terntin-4 e o zotafinin, normalmente utilizados em pessoas com câncer. Os antipsicóticos haloperidol e melperone, e os anti histamínicos clemastina e cloperastina também obtiverem resultados promissores.
Como os medicamentos agem?
O artigo mostra, por meio do mapeamento feito, que após a entrada do vírus no organismo, este induz a produção de proteínas virais, que por sua vez interagem com as próprias proteínas humanas, ambas envolvidas na tradução do RNA. Dessa forma, algumas das drogas testadas, como o terntin-4 e o zotafinin, agem na alteração dessas proteínas, evitando a replicação do novo coronavírus.
Os outros medicamentos testados no experimento atuam nos receptores celulares, a fim de produzir uma informação capaz de induzir a execução de determinadas ações pelas células. No entanto, ainda não se sabe como as proteínas virais interagem com os receptores.
O teste de eficácia desses medicamentos no tratamento contra a COVID-19 não foi realizado em humanos, visto que ainda não há comprovação científica suficiente.
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram