Lançado, em meio à pandemia de COVID-19, pelo Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), o projeto “Brasil que enxerga” disponibilizará à população a oportunidade de receber atendimento oftalmológico, virtualmente, a fim de que, mesmo com o isolamento social, as pessoas tenham acesso às orientações sobre a saúde dos olhos.
A assistência médica contará com o voluntariado de médicos oftalmologistas, que atenderão pacientes de todo o Brasil, de forma gratuita. Os serviços prestados compreendem, ainda, ações de educação ocular.
Inicialmente pensado pela diretoria do CBO, o projeto justifica-se por um atendimento voltado para o auxílio do paciente e não de uma consulta propriamente dita. Por isso, José Beniz Neto, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), explica que o canal oferecido para que o contato entre médio-paciente seja feito consistirá em um meio disponível para o esclarecimento de dúvidas e orientações.
Alexandre Taleb, oftalmologista e coordenador da Comissão de Telemedicina, Tecnologia e Informação (TTI), do CBO, afirma que o Serviço Voluntário de Teleorientação em saúde ocular se diferencia de uma consulta.
E elucida como se dá o processo de atendimento on-line. “Teleorientação não é o mesmo que Teleconsulta. Os oftalmologistas voluntários estarão disponíveis para uma conversa esclarecedora sobre o problema apresentado. Dependendo do caso, o paciente pode ser direcionado para uma consulta presencial, sendo possível orientá-lo sobre os locais mais próximos da região onde mora.”
E elucida como se dá o processo de atendimento on-line. “Teleorientação não é o mesmo que Teleconsulta. Os oftalmologistas voluntários estarão disponíveis para uma conversa esclarecedora sobre o problema apresentado. Dependendo do caso, o paciente pode ser direcionado para uma consulta presencial, sendo possível orientá-lo sobre os locais mais próximos da região onde mora.”
Para participar, é preciso acessar o site oficial do projeto e agendar um horário para que a teleorientação seja feita. O paciente receberá um e-mail de confirmação de agendamento e o link para acesso à plataforma.
Panorama da saúde ocular no Brasil
Entre os problemas que afetam a saúde ocular de uma pessoa estão cegueira, glaucoma, miopia e hipermetropia. Neste contexto, há uma estimativa, feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de que mais de um milhão de pessoas, no Brasil, sejam cegas. Este número equivale a 0,75% da população nacional.
Além disso, os índices de prevalência, estimada, de erros refratários são variantes. As estimativas apontam que entre 23 milhões e 74 milhões de brasileiros são míopes, enquanto 71 milhões de pessoas sofrem com hipermetropia.
Já a presbiopia, a estimativa é de que afete 18,3% da população brasileira, em média 39 milhões de indivíduos. Além disso, o glaucoma aparece como a causa de deficiência visual de 1,5 milhão de pessoas, no Brasil.
Ainda, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), há uma relação entre cegueira, demais disfunções visuais e condições econômicas. Segundo dados da entidade, problemas oculares acometem cerca de 47,7% da população considerada de classe C; 28,5% da de classes D e E; 21% de classe B, e apenas 2,8% daqueles caracterizados como constituintes da classe A.
Quanto ao financiamento de atendimentos pelo sistema público de saúde, no Brasil, estima-se que, em 2018, aproximadamente, 10.289.341 consultas foram feitas pelo Sistema Único de Saúde (SUS), em todo o território brasileiro, representando um gasto de R$ 124.649.067,77.
Em Minas Gerais, esses dados correspondem a 916.323 consultas realizadas, resultando em um custo final de R$ 12.916.064,79.
* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram