Jornal Estado de Minas

COVID-19

Campanha por doação de sangue busca aumentar os estoques no Brasil


“Corações não podem parar de bater.” Esse é o apelo feito pelo presidente e fundador do Grupo Alan Turing de Estudos, Guilherme Chéquer, ao comentar o atual cenário de pandemia, pelo qual o Brasil, e o mundo, estão imersos, e a queda nos estoques de sangue no país. E é justamente com o intuito de manter corações pulsando que o projeto “Mais sangue, mais vidas” foi criado. 





A campanha, idealizada por Chéquer, consiste em conscientizar a população sobre a doação de sangue, a fim de que os estoques sejam reabastecidos, em todo o país. Àqueles que realizarem o ato, o projeto destinará a entrega de brindes a serem escolhidos pelo doador. 

Para isso, o presidente do Grupo Alan Turing de Estudos destaca que parcerias comercias foram fechadas, a fim de que, além de salvar vidas, a campanha possa ajudar aqueles que se dispuseram a colaborar com a causa.  

“Um dos parceiros é o ProEnem, que nos concedeu 20 mil reais em bolsas de estudos integrais, o que totaliza 100 bolsas, a serem destinadas como prêmio. Além disso, a partir da centésima primeira bolsa, poderemos oferecer 50% de desconto para as pessoas que participarem. Dessa forma, além de salvar vidas, a gente pode ajudar estudantes a passarem por esse momento muito delicado de pandemia.” 

Outra parceria feita foi com a Multilaser. A empresa disponibilizou 20% de desconto na compra de qualquer produto, em sua loja on-line, como brinde para os doadores.

Demais parceiros do projeto têm contribuído com a divulgação da campanha em suas redes sociais. Alguns deles são o Esporte Clube Bahia, o Voluntários Arco-íris, o Ideias Radicais e o Expresso Libertário





No entanto, Chéquer pontua que o intuito central do projeto é salvar vidas. E que, portanto, a campanha não se destina a apenas premiar as pessoas por realizarem a doação.

“O que nós queremos com essa campanha é salvar vidas, e é isso que importa. Então, não queremos estimular que as pessoas mintam durante a triagem para ganhar os brindes, porque isso pode ser muito danoso para a sociedade como um todo.” 

Dessa forma, o fundador da campanha explica que mesmo aqueles que não puderem doar, por motivos de saúde ou demais atribuições, terão direito aos brindes. Para Chéquer, o mais importante é que a verdade seja dita, a fim de que nenhuma atitude irresponsável seja tomada e a qualidade do sangue, mantida. 

“Caso contrário, pode-se haver consequências negativas às pessoas que receberem essas doações e, de forma alguma, essa é a nossa intenção”, diz. 
 

Como participar da campanha? 

 

Para participar, efetivamente, do projeto, que estará em vigor até 15 de junho, em âmbito nacional, Chéquer explica que é preciso acessar o site oficial da campanha, e seguir o passo a passo de como realizar a doação e, também, de como fazer parte do “Mais sangue, mais vidas”





“Os passos são bem simples, basta o doador tirar uma foto no momento da doação e requerer um atestado ao final do ato. Posteriormente, é só preencher o formulário disponível no site da campanha e enviar as fotos. Depois disso, o doador irá receber um e-mail de confirmação, com os brindes requisitados.” 

Para aqueles que não podem, por motivos diversos, realizar a doação, e querem solicitar os prêmios concedidos pelo projeto, é preciso que este faça contato com os coordenadores da campanha, e os envie fotos do hemocentro ou banco de sangue no qual houve a constatação da impossibilidade de realizar a o ato.

Quanto aos resultados já obtidos, o presidente do Grupo Alan Turing de Estudos relata que o alcance da campanha passa de 10 mil pessoas. Isso porque, segundo ele, as divulgações realizadas, tanto pelo projeto em si, quanto por parceiros, foram feitas por perfis no Instagram, com mais de 600 mil seguidores, como o do time do Bahia. 

“O número de pessoas que a gente já impactou é bastante alto. Porém, poucas pessoas estão indo doar. E, precisamos reverter esse quadro antes que seja tarde.” 
 
Participantes da campanha têm direito a brindes. Aqueles que não podem doar, por motivos diversos, também vão receber as premiações (foto: Divulgação)
Isso porque, em meio à pandemia, conforme elucida Chéquer, a queda no número de doações de sangue tem se agravado, a justificar-se pela falta de doadores, devido ao isolamento social.



Neste contexto, o idealizador da campanha explica que os hemocentros e bancos de sangue, de todo o Brasil, têm se preparado para receber, de forma segura, aqueles que desejam doar. 

“O agendamento pode ser feito de forma on-line, e algumas orientações são feitas, como o uso de máscaras e álcool em gel. Além disso, todas as medidas necessárias para garantir a saúde, o bem-estar e o conforto dos doadores são tomadas. Em caso de dúvidas, o doador pode entrar em contato com a gente ou com o próprio hemocentro ou banco de sangue, a fim de saná-las”, pontua. 


Importância 


Chéquer destaca que a importância atribuída à campanha transcende a queda de bolsas de sangue, durante à pandemia, a considerar que este é um problema recorrente em outras épocas do ano, principalmente no mês de junho, denominado junho vermelho. E, que é neste contexto que o projeto visa atuar, a fim de que os estoques retornem à sua capacidade normal

“Essa campanha é muito importante, em especial neste período de pandemia, porque as pessoas não estão saindo de casa e não estão doando sangue, porém a demanda continua constante."



Essa campanha também é muito importante de estar sendo realizada agora no mês de junho, porque este mês é destinado a conscientização de doação de sangue, no qual, todos os anos, há uma baixa muito grande nos estoques de sangue dos hemocentros e bancos.
 

Mais parcerias 

 

O projeto, que conta com a colaboração de mais três estudantes, todos coordenadores da Students For Liberty Brasil, espalhados pelo país, um deles de Goiás, Jhone Carrinho, e outros dois de Minas Gerais, Amanda Vasconcelos e Luís Paes, ainda está realizando parcerias.
 
 
 
Para isso, Chéquer destaca que a campanha não aceita ajuda financeira e, por isso, a empresa, disposta a ajudar, pode contribuir de três formas: compartilhando a ideia em suas redes sociais, incentivando seus funcionários a doarem e disponibilizando descontos ou demais cortesias em seus produtos





“Se o intuito é fazer parte do projeto, basta que a empresa simpatize com a causa e tenha vontade de ajudar. Sendo assim, quem tiver interesse em fechar alguma parceria, pode entrar em contato com a gente, por meio do e-mail: guilhermechequer@studentsforliberty.org", afirma. 


A ideia em sonho 


Chéquer, idealizador da campanha, conta que a iniciativa do projeto “Mais sangue, mais vidas” surgiu de forma inesperada para ele. “Quando saiu a notícia de que o STF estava, finalmente, decidindo a respeito das doações de sangue por LGBT’s, que até então eram proibidas, resolvemos debater sobre os riscos e os benefícios dessa iniciativa no Grupo Alan Turing de Estudos.” 

A partir disso, o presidente do grupo relata que buscou contato, sem sucesso, com infectologistas da Universidade de São Paulo (USP), a fim de obter orientação sobre o tema. E que, neste contexto, começou a pensar sobre o que poderia ser feito sobre o assunto, sendo ele um estudante. 

Guilherme Chéquer, presidente e fundador do Grupo Alan Turing de Estudos (foto: Arquivo pessoal)
“Fui dormir pensando nessa pauta de doação de sangue, e enquanto dormia, tive um sonho, no qual eu doava sangue. Foi nesse momento que várias coisas que estavam na minha cabeça, aparentemente sem qualquer conexão, fizeram sentido. Foi exatamente aí que surgiu a ideia da campanha ‘Mais sangue, mais vidas’.” 

Chéquer, ao comentar a iniciativa, deixa uma mensagem: “Nunca é tarde para começar a doar. Nesta pandemia, uma coisa é consenso, corações não podem parar, e a gente vai continuar, como estudantes, sendo a mudança de que precisamos.” 

* Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram 




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