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Estado de Minas Saúde

Mitocôndrias: essenciais para as células

Sintomas como fadiga, cansaço físico e mental podem estar associados a uma desordem mitocondrial. Entenda como as organelas agem no organismo e o que fazer para o equilíbrio


13/09/2020 04:00 - atualizado 11/09/2020 15:22


“Quando falamos de saúde mitocondrial, estamos falando da saúde de todo o organismo. A mitocôndria é a organela celular mais importante do nosso metabolismo, pois é responsável por garantir que o corpo tenha energia ao longo do dia e seja capaz de manter suas funções em equilíbrio. Se nossas mitocôndrias estão doentes, nosso corpo fica doente. Mas quanto mais numerosas e saudáveis são essas organelas no organismo, maiores as chances de uma vida longeva e saudável.”

É o que diz o médico endocrinologista Guilherme Renke, titular da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia (SBEM) e consultor da Via Farma, ao comentar sobre como as mitocôndrias podem estar diretamente relacionadas à saúde do corpo humano. Justamente por isso, Renke explica que o mau funcionamento dessas organelas pode gerar alterações significativas no organismo, propiciando o surgimento de novas patologias.
 
(foto: Via Farma/Divulgação)
(foto: Via Farma/Divulgação)
 

"Se nossas mitocôndrias estão doentes, nosso corpo fica doente. Mas quanto 
mais numerosas e saudáveis 
são essas organelas no organismo, maiores as chances de uma 
vida longeva e saudável”

Guilherme Renke, médico endocrinologista, consultor da Via Farma 
 
“Entre as alterações causadas pelo mau funcionamento das mitocôndrias pode-se citar a perda de cognição, com efeitos neurodegenerativos, desordens no sistema cardiovascular e mau funcionamento global do organismo, o que pode culminar no aparecimento de outras doenças. Por isso, é necessário que o médico esteja atento para equilibrar a saúde mitocondrial e corrigir possíveis patologias, fornecendo ao organismo do paciente os nutrientes e suplementos necessários”, observa.

Claudia Luz, nutricionista do Departamento de Inovação da Via Farma, pontua que isso se justifica, principalmente, pelo fato de as mitocôndrias serem organelas essenciais para o funcionamento das células. Isso porque, em alguns casos patológicos, essa funcionalidade é afetada, possibilitando uma desordem mitocondrial capaz de afetar qualquer órgão do corpo humano.

“A função dessas organelas é a produção de 90% de toda a energia necessária para o funcionamento do nosso organismo. Elas convertem os alimentos ingeridos em energia celular. Quando há uma disfunção dessas mitocôndrias, a produção de radicais livres, responsáveis pelo envelhecimento precoce, se torna maior do que a energia em si, culminando nas mitocondriopatias, um grupo de doenças, com variedade de manifestações clínicas, capaz de acometer apenas um órgão ou múltiplos ao mesmo tempo.”
 
 
(foto: Via Farma/Divulgação)
(foto: Via Farma/Divulgação)
 
 
Sendo assim, Claudia destaca que músculos, coração e cérebro são os órgãos mais sujeitos à disfunção decorrente de anormalidades mitocondriais, justificando-se pela alta demanda energética desses tecidos. “Estudos recentes vêm associando a disfunção mitocondrial com doenças neurodegenerativas, como Parkinson, Huntington, esclerose lateral amiotrófica (ELA) e Alzheimer”, diz.

AUTOIMUNES 


Renke afirma ser difícil perceber os sinais relacionados com o mau funcionamento das mitocôndrias, mas pontua que algumas doenças e/ou condições do organismo tendem a evidenciar essa disfunção, como patologias autoimones – artrite reumatoide, por exemplo – miastenia grave e até mesmo o câncer.

A nutricionista explica que essas doenças atacam diretamente o mecanismo de funcionamento normal das células, que não conseguem sobreviver caso não existam condições favoráveis para o funcionamento das mitocôndrias. Essas organelas dependem de oxigênio, um aporte adequado de vitaminas e nutrientes, cofatores derivados de minerais como o zinco, glicose, aminoácidos e gorduras que ajudem na formação de energia celular. “Quando existe escassez de algum desses fatores, ou mesmo o aumento da oxidação celular, pode ser desencadeado o mau funcionamento mitocondrial”, aponta.


O QUE FAZER? 


“A primeira coisa a ser feita é identificar se existe alguma patologia que esteja causando esse maufuncionamento mitocondrial, para que o médico possa seguir com o melhor tratamento. Caso não haja uma doença por trás, o indicado é melhorar o aporte nutricional por meio da alimentação e também de suplementos personalizados que possam favorecer o metabolismo mitocondrial, como o ribosídeo de nicotinamida, que traz uma melhora expressiva da função mitocondrial”, recomenda Renke a pessoas com quadros clínicos confirmados de disfunção mitocondrial.

A nutricionista destaca, ainda, que esses suplementos podem ser benéficos para a saúde neurológica dos pacientes devido à sua função neuroprotetora. Porém, Claudia pontua ser importante o acompanhamento médico. “Esses ativos podem ser combinados em diferentes fórmulas, de acordo com as necessidades individuais, em farmácias de manipulação, e podem trazer muito mais vigor, qualidade de vida e longevidade ao organismo humano.”

Além disso, de acordo com Claudia, alguns fatores, como restrição calórica e exercícios físicos, podem reduzir a disfunção mitocondrial e melhorar a qualidade de vida e a vitalidade. “O exercício físico regular também é fundamental para manter nossas mitocôndrias funcionando de forma adequada. O exercício é capaz de estimular a formação de novas mitocôndrias, processo conhecido como biogênese mitocondrial, sendo um aliado essencial para o envelhecimento saudável e para a prevenção de doenças neurodegenerativas”, afirma a especialista.

* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram


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