“O colágeno é a proteína mais abundante no corpo humano e faz parte de diversos tecidos orgânicos, como vasos sanguíneos, coração, pulmão, rins e, é claro, a pele. Nesse último, confere suporte e firmeza. Mas, à medida que vamos envelhecendo, o corpo humano diminui sua produção. E uma das consequências é a perda da elasticidade, a flacidez e o aparecimento de linhas de expressão e rugas”, é o que diz o dermatologista Lucas Miranda ao explicar que o colágeno tem muito mais que a função de somente atribuir firmeza à epiderme.
O especialista explica que apesar, de a proteína ser responsável, sim, pela elasticidade, firmeza e resistência da pele humana, tem a função de fazer o mesmo pelas articulações, ligamentos e músculos, tornando-os flexíveis, resistentes e fortes, o que evita o aparecimento de dores e desgastes. No entanto, o fato de o colágeno ir, aos poucos, deixando de ser produzido pelo organismo provoca reações cutâneas e capilares, por exemplo.
O dermatologista explica que a substância é sintetizada de forma intracelular, e natural, pela pele, ossos e cartilagens, desde que nascemos. Porém, a partir dos 25 anos a produção sofre uma queda de aproximadamente 1% ao ano, devido ao envelhecimento celular e à consequente diminuição no funcionamento do metabolismo. “Na pele, pode-se perceber a ausência das quantidades de colágeno necessárias pelo surgimento de linhas de expressão, rugas e flacidez. Já nos casos de cabelos e unhas, essas se tornam mais frágeis”, explica.
Miranda pontua que, mesmo que essa perda de colágeno seja de caráter natural e recorrente em todos os organismos, alguns hábitos saudáveis podem contribuir para que esse desgaste proteico não seja ainda mais acelerado. O dermatologista afirma ser importante que o indivíduo se atente para uma alimentação saudável, bem como evite a exposição excessiva ao sol e controle o estresse. Recomenda ainda a eliminação do consumo de cigarros e bebidas alcóolicas.
O segredo para o envelhecimento saudável está justamente na manutenção desses hábitos de vida de forma equilibrada, ensina. “Além disso, temos hoje muitas formas de ter informação, o que é muito positivo, pois é muito fácil descobrir técnicas e terapias eficazes e, também, entender todo o processo por trás da produção de colágeno. Por outro lado, muitas dessas referências virtuais não têm eficácia comprovada, o que acaba resultando em mais pessoas caindo nas ofertas de tratamentos milagrosos”, alerta.
Justamente por isso, Miranda pontua que muitas pessoas acabam encantadas com promessas de que alguns cosméticos devolverão o vigor e o tônus à pele, ou mesmo são iludidas com as cápsulas que dizem suprir a produção da proteína no organismo, trazendo de volta a juventude.
Ainda, segundo o dermatologista, a ingestão de gelatina diariamente é considerada por muitos como funcional para aumentar a quantidade de colágeno no corpo. “Porém, as células de colágeno em produtos para a pele são muito grandes e não são absorvidas por via tópica. Por isso, é muito importante fazer o acompanhamento com um profissional especializado para que, ao longo da vida, ele disponibilize tratamentos e medicamentos eficazes para cada tipo de pele e idade”, pontua.
Tratamentos
Tratamentos
De acordo com Miranda, existem métodos altamente eficientes no auxílio da produção de colágeno. “Os bioestimuladores de colágeno, como hidroxiapatita de cálcio ou ácido poliático, são ativos que estimulam o próprio corpo a produzir colágeno e promovem rejuvenescimento natural e progressivo. A ideia é provocar uma leve reação inflamatória na pele, fazendo com que as células responsáveis pela produção de colágeno produzam novas fibras”, explica.
Outra técnica eficaz e recomendada pelo dermatologista é o chamado ultrassom microfonado, aparelho que emite energia em alta intensidade, provocando microzonas de coagulação térmica, entre 65 e 75 graus, em diferentes profundidades. Dessa forma, o instrumento aquece a pele até a fáscia muscular, estimulando a produção de colágeno em pontos superficiais e profundos.
“Com isso, há uma alta produção de fibras, tanto na derme quanto na profundidade, promovendo contração local e firmeza, o que melhora a estruturação e o contorno facial, como um lifting não cirúrgico. Outro tratamento que favorece o rejuvenescimento é o Spectra XT. A tecnologia gera emissão de feixes de laser ultrarrápidos e de alta intensidade, e o calor fornecido pelo laser estimula a produção de colágeno”, esclarece.
*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram