Em ação promovida pelo Grupo Oncoclínicas, em parceria com uma equipe especializada em anaplastologia, composta por Helena Lara e Ederson Orlandi, 10 mulheres mastectomizadas – retirada total ou parcial da mama, em função do câncer – receberão uma prótese de aréola/mamilo, nesta sexta-feira (2), em Minas Gerais. O procedimento será realizado na unidade Oncobio, localizada na Rua da Paisagem, 310, no Bairro Vila da Serra, em Nova Lima, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
O projeto terá continuidade na próxima sexta-feira (9), quando todas as etapas do processo serão finalizadas. E isso porque, segundo a cirugiã-dentista, implantodontista de próteses faciais e corporais e uma das responsáveis pela ação Helena Lara este é um trabalho artesanal que compreende diversas etapas: molde da paciente; confecção da prótese, trabalho que normalmente dura cerca de três horas, e pigmentação em duas fases.
Mas o que é a prótese de aréola/mamilo e como ela é feita? Segundo Helena, a prótese é usada para recompor a mutilação feita na mama, em decorrência da mastectomia, devolvendo o mesmo volume, coloração e textura da aréola/mamilo que a paciente tinha antes da cirurgia. Elas são feitas de silicone flexível, resistente à água e à temperatura, e tem bordas finas para que se componha à pele. Por isso, o tempo de duração é de anos, dependendo de como a prótese for manuseada.
“Fazemos essa prótese da aréola/mamilo por meio da duplicação da própria aréola da paciente, caso a mulher tenha retirado apenas uma delas, ou mesmo com uma espécie de cópia do próprio mamilo antes da mastectomia ser realizada. Porém, há casos em que ambas as mamas são retiradas. Nesses casos, as próteses podem ser criadas conforme a lembrança ou referência citada pela paciente quanto a aréola antiga”, explica.
Quanto ao momento correto de dar início ao uso da prótese, Flávia Rocha Paes, oncologista clínica do Grupo Oncoclínicas, explica que não há um período correto e ideal para tal. No entanto, a especialista pontua que este deve ser feito somente após a cicatrizãção cirúrgica da mastectomia. “Há a reconstrução mamária, normalmente feita de imediato, logo após a retirada parcial ou total da mama ou posteriormente, dependendo do tratamento. Porém, a prótese é diferente, e deve ser inserida após a cicatrização.”
Foi o que fez a assistente social Kelen da Costa Lamounier Rego, de 40 anos, diagnosticada com câncer de mama em 2019, uma das dez mulheres contempladas com a ação realizada pelo Grupo Oncoclínicas. Ela conta que após a segunda cirurgia realizada para a retirada total da mama, o alívio veio por meio da sensação de ver sua mama já reconstruída. Porém, sem o mamilo.
“Desde então, sentia a necessidade e o desejo de ter um novo mamilo, porque fica ainda faltando uma parte. Ao saber dessa possibilidade da prótese de mamilo, fiquei encantada e super interessada. E, posteriormente, muito feliz por ter a chance de ter a minha autoestima fortalecida. Estou muito motivada e ansiosa para ver o resultado”, relata.
O projeto
“O Grupo Oncoclínicas prima pelo cuidado integral das pacientes e sendo o mês de outubro conhecido como o mês de prevenção da saúde da mulher, decidimos criar um projeto que pudesse cuidar integralmente da saúde das mulheres. Entretanto, sentimos a obrigação de também oferecer algo a mais às nossas pacientes oncológicas nesse mês dedicado ao câncer de mama. Foi assim que surgiu o projeto de próteses de mamilo em parceria com a Helena”, conta Flávia sobre o processo de criação da iniciativa.
Este, segundo a especialista, é um projeto inicialmente piloto e que será totalmente sem custos para o grupo de pacientes escolhidas, haja vista o encaixe no perfil pré-determinado. Posteriormente, essa ação abrangerá mais mulheres.
*Estagiária sob supervisão do subeditor Daniel Seabra