Envelhecer com saúde parece difícil ao considerar as limitações impostas pela idade e o decorrer dos anos. Mas, segundo especialistas, o segredo pode estar em poupar massa muscular ainda na juventude. Isso porque aumentar a presença de músculos no corpo durante a fase da vida em que o corpo está mais forte e viril tende a ser mais fácil e menos dolorido ao organismo da pessoa.
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“A avaliação física é importante para que, a partir da quantidade de massa muscular de cada organismo, uma técnica seja escolhida. Este método pode ser feito por meio da bioimpedância, que consegue identificar o percentual de gordura e a quantidade de massa magra, em percentual e em quilos. Assim, conseguimos ter uma ideia muito mais clara da tática ideal a ser usada de acordo com o perfil de cada paciente.”
Bruna pontua que, neste contexto, a melhor recomendação é: procure um médico o mais rápido possível para saber e mudar a situação atual do seu organismo. Isso porque, conforme explicitado pela endocrinologista, é na juventude que o envelhecimento saudável começa a ser buscado.
“Além disso, é muito importante que as pessoas criem o hábito de realizar atividades físicas de força, pelo menos duas vezes por semana, pois é essencial que os músculos sejam trabalhados. Mas, vale ressaltar que isso não implica em ‘se matar’ na academia, pegando pesos absurdos para não comprometer os músculos trabalhados. O nosso corpo funciona na lei do uso e desuso, ou seja, o que não é utilizado, atrofia.”
BENEFÍCIOS
E é neste aspecto que Bruna exemplifica os benefícios de trabalhar a poupança de massa muscular para, então, propiciar um envelhecimento mais saudável, haja vista que à medida que o corpo ganha músculos, ele se torna mais forte e, consequentemente, possibilita, também, que os ossos se fortaleçam. Ou seja, nada de atrofiamento.
“Para simplificar, imaginemos uma idosa magrinha, que tem dificuldade para caminhar e não consegue nem apertar a mão de outra pessoa direito ou até mesmo tem dificuldade para pentear o próprio cabelo. Caso ela leve um tombo, mesmo que a queda seja leve, ela já corre um alto risco de fraturar o fêmur, e isso se dá pela fragilidade dos ossos e organismo. Por isso a importância de trabalhar a poupança de massa muscular, com dieta adequada e prática de exercícios físicos.”
Ainda, Bruna destaca que além da promoção de mais estabilidade para o corpo humano, poupar massa muscular aumenta o gasto energético em repouso, contribui para a melhora da resistência insulínica e, assim, o organismo se torna menos propenso ao desenvolvimento de obesidade.
“Considerando a importância desta poupança, pode-se perceber que a falta de massa e de força muscular estão ligadas a algumas doenças, frequentemente diagnosticadas em pessoas de meia idade aparentemente saudáveis. É importante saber que os músculos, além de manterem a postura, o equilíbrio e nosso movimento, também trazem funções metabólicas como o controle da temperatura corporal”, informa a especialista.
CONSUMO ADEQUADO
Para uma poupança bem-feita, Bruna recomenda que o ganho de massa muscular seja feito adequadamente, com o consumo de carnes, por exemplo. No entanto, a endocrinologista destaca a necessidade de que as pessoas se atentem à quantidade correta de ingestão.
“Nas carnes se encontram boa parte de aminoácidos essenciais para nosso organismo. A leucina, por exemplo, tem um papel importantíssimo na manutenção dos nossos músculos e o organismo não fabrica a leucina. Portanto, é essencial um consumo de, em média, um grama de proteína por quilo de peso, todo dia. Ou seja, uma pessoa que pesa 60 kg, são necessários, no mínimo, 60 gramas de proteína.”
A especialista pontua, ainda, que manter os demais nutrientes, como potássio, magnésio e ômegas em ordem faz parte de uma boa poupança muscular, a fim de delinear um envelhecimento saudável. “Estes nutrientes são fundamentais para a integridade da musculatura”, completa.
O que fazer?
Para uma boa poupança de massa muscular e, consequente, envelhecimento saudável, siga as dicas:
» Dieta com consumo adequado de proteínas (carne, ovo, queijo)
» Atividade física de hipertrofia, pelo menos duas vezes na semana
» Avaliações periódicas com especialistas
Fonte: Bruna Marisa, médica endocrinologista
* Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram