Jornal Estado de Minas

Saúde

Ação comunitária gratuita em BH visa prevenir o diabetes


Cerca de 1,2 mil pacientes diabéticos serão atendidos até o fim de novembro pela 2ª Campanha do Diabetes, em Belo Horizonte.

A iniciativa, organizada pelo Centro Oftalmológico de Minas Gerais e com apoio institucional do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), promoverá atendimento gratuito, com exames diagnósticos e tratamento a laser para a retinopatia diabética – complicação grave do diabetes que pode levar à cegueira –, a fim de aumentar a conscientização sobre o tema. 





“É muito importante essa conscientização, porque muitas pessoas têm diabetes, mas não sabem, e muito em função de hábitos ruins, como sedentarismo, obesidade, tabagismo, má alimentação, entre outros. Muitas pessoas acabam deixando a saúde de lado e não se preocupam com as potenciais complicações que o diabetes tem”, argumenta o médico oftalmologista Gustavo Heringer. 

A campanha faz parte de uma série de atividades em prol da conscientização das complicações causadas pelo diabetes, em razão do Dia Mundial do Diabetes, comemorado em 14 de novembro.

Neste ano, em função da pandemia, a primeira fase do projeto, que consiste no atendimento oftalmológico e realização de exames, ocorrerá por meio de agendamento ou encaminhamento pela Secretaria Municipal de Saúde.  

O método de triagem diagnóstica será realizado até 21 de novembro, quando terá início a segunda etapa da campanha, voltada para os pacientes detectados com alterações em sua saúde ocular.



Segundo Gustavo Heringer, um dos organizadores da campanha, nesta fase, todos os cuidados serão direcionados aos pacientes, desde o tratamento ocular até as demais complicações oriundas do diabetes, haja vista que algum dano nos olhos pode indicar risco aumentado para outras manifestações. 

“O exame para diagnóstico da retinopatia é fundamental. As alterações vasculares prevalentes no diabético são facilmente detectadas por meio da análise dos olhos. A investigação dos órgãos internos é mais complexa e dispendiosa, por isso, utilizamos os olhos como biomarcadores. Se há complicações na saúde ocular, há risco aumentado para outros problemas no organismo e ampliamos a investigação sobre a saúde daquele paciente”, explica o especialista. 

Deste modo, além do tratamento a laser, a segunda etapa do projeto compreenderá testes de glicemia, avaliação nutricional e exame do diabético. Todos os procedimentos seguirão protocolos sanitários rígidos. 





“As duas fases de atividades foram concentradas nos pacientes com diabetes que já estão na fila da rede pública aguardando por tratamentos oftalmológicos. Por meio desse novo formato, pretendemos evitar aglomerações e o contágio pela COVID-19. Desde o início do projeto, temos atendido cerca de 25 pacientes ao dia”, informa a oftalmologista Juliana Orecife, uma das médicas a frente da campanha. 

Para encerrar a campanha de prevenção, o Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO) terá, ainda no dia 21 de novembro, uma maratona de 24 horas de atividades nas mídias sociais. A ação poderá contar com a participação dos usuários, com perguntas, depoimentos e comentários. Ainda, uma série de reportagens e entrevistas serão disponibilizados ao público em geral. 

Para José Beniz, presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, esse tipo de campanha on-line é de extrema relevância no contexto atual de pandemia.

“Em momentos como este, em que se há certo distanciamento social, é de suma importância contar com ações como essa, porque traz para o mundo virtual, informações e atitudes para as pessoas pensarem naquele universo que elas estão vivendo dentro de suas casas. E isso ocorre mesmo fora do contexto da pandemia, visto que a tecnologia faz parte do cotidiano das pessoas. Por isso, por meio desses métodos, conseguimos abranger mais pessoas que precisam de conscientização e entendimento sobre o cuidado com a diabetes”, diz. 

*Estagiária sob supervisão da editora Teresa Caram 




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