Viralizou na internet o relato de uma médica infectologista que trabalha no Hospital das Clínicas, em São Paulo, sobre o aumento de casos de COVID-19 causado por situações de aglomeração muitas vezes desnecessárias.
A médica Christina Gallafrio Novaes chama a atenção para a ocorrência crescente da doença na capital paulista entre pessoas das classes A e B nas últimas três semanas, não por causa de ônibus ou metrôs lotados, em suas palavras, mas devido à realização de festas, jantares, e outros tipos de encontro.
"Vários hospitais de que tenho informação ou vivência direta (Sírio, Oswaldo , 9 de Julho, Samaritano, Santa Paula, São Luiz...) tiveram aumento significativo de atendimentos e, pelo menos dois desses, estão lotados. As nossas consultas aumentaram exponencialmente", consta no texto que começou a ser disseminado pelo WhatsApp e rapidamente viralizou.
Leia Mais
Cortisol pode aumentar em mais de 40% o risco de morte por coronavírus Saiba qual é o impacto do novo coronavírus no funcionamento do coraçãoMortes em domicílio por doenças cardiovasculares aumentam por medo do coronavírusCOVID-19: Entenda por que ela atua de forma diferente em cada paciente Até 40% de recuperados da COVID-19 têm sequelas; cresce desafio nos hospitaisChristina pede para que as pessoas continuem usando máscaras, mantendo o distanciamento, e suspendendo, pelo menos entre duas e três semanas de intervalo, os encontros não essenciais. Ela orienta que, se esses eventos forem inevitáveis, que sejam ao ar livre, com pouca gente.
"Nunca achei que fosse fazer um pedido desses, mas aqui estou, por exaustão. Peço desculpas antecipadamente por meu pedido (...). Nós, da saúde, estamos exaustos. Considerem isso antes de promover encontros. Está sendo muito difícil manter nossa saúde mental e física com uma carga de trabalho tão grande, de forma contínua, desde o início do ano. O descaso vem de cima, eu sei, contra isso não temos muitas armas. Mas aqui, neste grupo querido, tenho certeza que posso contar com a compreensão, apoio e esforço de vocês. É temporário", escreveu na mensagem a infectologista, que está na linha de frente contra o coronavírus desde o início da pandemia.