Em meio à pandemia de COVID-19, o uso da máscara de proteção individual é considerado como a “vacina do momento”, haja vista que a ampla vacinação ainda não é possível. Isso porque o equipamento visa evitar a proliferação e a consequente infecção pelo novo coronavírus.
Porém, quando usadas sem os devidos cuidados, como a necessidade de higienização, as máscaras reutilizáveis podem, para além de se tornarem ineficazes, provocar o surgimento de outras doenças.
Porém, quando usadas sem os devidos cuidados, como a necessidade de higienização, as máscaras reutilizáveis podem, para além de se tornarem ineficazes, provocar o surgimento de outras doenças.
Em decorrência desse mal uso, pode haver o aparecimento de quadros clínicos de infecções respiratórias, dermatites e até mesmo de halitose. O infectologista Adelino de Melo Freire, do Hospital Felício Rocho, explica que, no caso das infecções respiratórias, a decorrência ocorre em razão da presença de agentes infecciosos que podem estar presentes na máscara não higienizada. Assim sendo, pode ocorrer casos relacionados a pneumonia, gripe e influenza.
A pele também sofre. “Saliva, suor e oleosidade excessiva – que podem ser originadas pelo uso constante das máscaras sem a limpeza adequada – alteram a flora normal da epiderme, causando danos ao microbioma da pele. Tem-se, então, uma piora da acne, rosácea, dermatite seborreica e demais doenças inflamatórias na pele”, explica a dermatologista membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia Gioiella Vilela, que alerta, ainda, sobre o fato de o uso prolongado ser capaz de causar manchas à pele, em razão do atrito e da pressão exercidos no dorso nasal e nas bochechas.
Já do ponto de vista da saúde bucal, o mau hálito pode ser reforçado, uma vez que, ao utilizar a mesma máscara por um longo período de tempo, o ar ficará circulando, por mais tempo dentro do equipamento e em contato com nariz e boca.
Em caso de não haver higienização do equipamento, conforme elucidado pela dentista especialista em halitose Claúdia Starling, pode se ter quadros ainda mais graves, em razão das bactérias que podem estar na superfície da máscara e acabar exercendo contato com pele, boca e demais partes do corpo.
Em caso de não haver higienização do equipamento, conforme elucidado pela dentista especialista em halitose Claúdia Starling, pode se ter quadros ainda mais graves, em razão das bactérias que podem estar na superfície da máscara e acabar exercendo contato com pele, boca e demais partes do corpo.
Para além das máscaras de proteção sem a higienização correta, o uso compartilhado pode ser prejudicial à saúde, e isso não só em razão da possibilidade de infecção pelo Sars-Cov-2.
“Ao usar uma máscara que foi utilizada por outra pessoa e ainda não foi higienizada, há o risco de a pessoa adquirir agentes infecciosos que podem ter sido expelidos pela pessoa que usou a máscara anteriormente e ali ficaram depositados, principalmente vírus respiratórios”, explica Adelino de Melo Freire.
“Ao usar uma máscara que foi utilizada por outra pessoa e ainda não foi higienizada, há o risco de a pessoa adquirir agentes infecciosos que podem ter sido expelidos pela pessoa que usou a máscara anteriormente e ali ficaram depositados, principalmente vírus respiratórios”, explica Adelino de Melo Freire.
Cuidados
A fim de evitar a proliferação do novo coronavírus, bem como as demais patologias capazes de se originarem do uso imprudente – uso compartilhado e/ou prolongado sem troca e higienização – é necessário se atentar aos cuidados.
“É importante que haja uma higienização das máscaras com água e sabão, bem como manter o uso individual e trocá-la quando estiver úmida. Ainda, é essencial descartar as máscaras que não se ajustam mais ao rosto”, destaca o infectologista Adelino de Melo.
“É importante que haja uma higienização das máscaras com água e sabão, bem como manter o uso individual e trocá-la quando estiver úmida. Ainda, é essencial descartar as máscaras que não se ajustam mais ao rosto”, destaca o infectologista Adelino de Melo.
Quanto a saúde da pele, cuidados com a epiderme também podem ajudar a atenuar a possibilidade de aparecimento de patologias. “Lave o rosto com sabonete para pele oleosa, use soluções antioleosidade, hidrate a epiderme 30 minutos antes de colocar a máscara e use o filtro solar sempre”, indica a dermatologista Gioiella Vilela.
No âmbito da saúde bucal, a dentista Cláudia Starling pontua sobre a necessidade de manter a hidratação em dia, visto que isso aumenta a salivação. “Beber muita água e comer frutas ricas em água estimulam a salivação. E a saliva age como um detergente da boca. Tendo saliva, há o bom hálito”, recomenda.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram