O 2020 foi um ano atípico em razão da pandemia de COVID-19 que assolou o mundo. Não à toa, cerca de 19% dos brasileiros precisaram adiar alguma meta ou sonho para este ano. É o que diz uma pesquisa do Google.
Nesse cenário, para os próximos meses, a prioridade de 35% da população do país deve ser cuidar da saúde. Além disso, 26% desejam emagrecer e dar início a uma rotina de atividades físicas.
Nesse cenário, para os próximos meses, a prioridade de 35% da população do país deve ser cuidar da saúde. Além disso, 26% desejam emagrecer e dar início a uma rotina de atividades físicas.
“É natural que o ano novo traga o desejo de resoluções e em 2021 vemos que as ambições estão em parte ligadas aos acontecimentos de 2020, com a pandemia e suas consequências, que sem dúvida impactaram todos os brasileiros. Por isso, os resultados mostram um destaque para o interesse por consultas médicas 60% maior que no ano anterior e por serviços de academia, por exemplo”, pontua a market insights lead do Google Brasil, Nina Maravalhas Leal.
Outros planos que, em grande maioria, estarão na lista de desejos e metas para 2021 são mudar de casa (29%), investir dinheiro (23%) e começar a estudar (19%).
“Os planos deste ano serão manter a saúde, e o crescimento pessoal e profissional. É interessante notar que, com o adiamento de planos que não puderam ser concretizados em 2020, há uma expectativa de realizar sonhos (27%) e ser mais bem-sucedido (20%)”, avalia Nina Maravalhas.
“Os planos deste ano serão manter a saúde, e o crescimento pessoal e profissional. É interessante notar que, com o adiamento de planos que não puderam ser concretizados em 2020, há uma expectativa de realizar sonhos (27%) e ser mais bem-sucedido (20%)”, avalia Nina Maravalhas.
Para a psicóloga Renata Borga, especialista em terapia cognitivo-comportamental, essa esperança por novas metas e mudanças de vida muito tem a ver com as emoções sentidas e deixadas pela pandemia do novo coronavírus.
Isso porque, segundo ela, quando passamos por um episódio de estresse muito grande, é natural que emoções como ansiedade, medo e raiva fiquem mais ativas, o que tem relação direta com a ideia de risco, ameaça, perda e regra violada.
Isso porque, segundo ela, quando passamos por um episódio de estresse muito grande, é natural que emoções como ansiedade, medo e raiva fiquem mais ativas, o que tem relação direta com a ideia de risco, ameaça, perda e regra violada.
“Isso afeta os nossos comportamentos, porque o tipo de pensamento que temos associado ao tipo de emoção acaba influenciando as ações. Então, diante de uma situação como essa, da pandemia, é natural que as pessoas sintam medo. Medo de morrer, de perder as pessoas que elas amam, de perder o emprego e ficar com as finanças comprometidas."
É natural, também, que elas se sintam incomodadas de estarem com liberdade limitada. "Por isso, essas emoções tendem a se tornar metas e objetivos, como uma resolução para aquilo que traz incômodo.”
É natural, também, que elas se sintam incomodadas de estarem com liberdade limitada. "Por isso, essas emoções tendem a se tornar metas e objetivos, como uma resolução para aquilo que traz incômodo.”
Nesse cenário, Renata Borja observa, ainda, que os impactos da pandemia, como o fato de muitas pessoas terem deixado um pouco a saúde de lado, refletirão em um maior cuidado e atenção no novo ano.
“Assim, as pessoas querem buscar satisfazer o que as fizeram falta, seja mudando de casa, porque mais espaço e área de lazer passaram a ser prioridade, ou investindo em exercícios físicos para cuidar da saúde ou mesmo emagrecer.”
“Assim, as pessoas querem buscar satisfazer o que as fizeram falta, seja mudando de casa, porque mais espaço e área de lazer passaram a ser prioridade, ou investindo em exercícios físicos para cuidar da saúde ou mesmo emagrecer.”
"É natural que o ano novo traga o desejo de resoluções e em 2021 vemos que as ambições estão em parte ligadas aos acontecimentos de 2020, com a pandemia e suas consequências, que sem dúvida impactaram todos os brasileiros."
Nina Maravalhas Leal, market insights lead do Google Brasil
“As pessoas tiveram um tempo maior para refletir também. E, talvez, tenham percebido o que não teve investimento ao longo da vida e que as tenham prejudicado ou limitado. Então, é aí que a educação surgiu como um ponto de investimento, em busca de maiores oportunidades. Então, todo o estresse que vivemos, se se cria um significado para ele ou uma motivação, há uma resolução."
Ela explica que isso é positivo, mostra que as pessoas estão com esperança, investindo no que julgam importante, querendo curtir o presente e valorizando aquilo que, em determinados momentos, não estavam.
Ela explica que isso é positivo, mostra que as pessoas estão com esperança, investindo no que julgam importante, querendo curtir o presente e valorizando aquilo que, em determinados momentos, não estavam.
Porém, a psicóloga dá uma dica superimportante: não apenas planeje, crie estratégias e resoluções graduais para cumprir metas e objetivos. “É importante ter esse cuidado e entender que não é apenas conseguindo tal meta que vai estar tudo certo. Meta não é sinônimo de felicidade, mas isso vai ajudar, e muito, na sensação de bem-estar e na resolução de problemas. É importante planejamento, sim, mas de forma que ele seja cumprido e proporcione bem-estar”, justifica.
A pesquisa, realizada pelo Google, foi feita em outubro de 2020 por meio de uma ferramenta da plataforma, a Consumer Survey. Assim, foi possível entrevistar 1.000 brasileiros, de forma on-line, em todo o Brasil. Os entrevistados têm entre 18 e 64 anos.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram