Um dia após a vacinação emergencial contra a COVID-19 no Brasil ser autorizada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), cerca de 40 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a COVID-19 no mundo. É o que aponta o levantamento feito pelo portal da Universidade de Oxford, Our World In Data. Até esta segunda-feira (18/01), 55 países já haviam começado a vacinação. Outras cinco nações anunciaram as datas para o início da campanha.
Ainda de acordo com o levantamento, o país que vem administrando mais doses (número total de doses de vacinação administradas por 100 pessoas na população total) é Israel, seguido por Emirados Árabes Unidos, Bahrein e Reino Unido
Mesmo tendo começado a vacinar sua população depois de outros países, como Reino Unido e Estados Unidos, Israel é destaque pela proporção de habitantes imunizados, com a taxa recorde de mais de 12% da população vacinada contra a COVID-19.
Em relação ao grupo de maior risco, a imunização já supera os 50% dos cidadãos.
Em relação ao grupo de maior risco, a imunização já supera os 50% dos cidadãos.
Em todo o planeta, o primeiro país a começar a imunização foi a China, em julho de 2020. Em seguida, a Rússia, em 5 de dezembro.
Brasil
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou o uso emergencial de duas vacinas contra a COVID-19 no domingo (17/01). São elas a CoronaVac, desenvolvida pelo Instituto Butantan e o laboratório chinês Sinovac, e o composto da Universidade de Oxford, no Reino Unido, desenvolvido em parceria com o laboratório AstraZeneca.
Três gerências técnicas recomendaram o uso dos imunizantes, mas com ressalvas, como a necessidade de monitorar "incertezas".
A primeira pessoa vacinada foi Mônica Calazans, de 54 anos, enfermeira e moradora de Itaquera, em São Paulo. Obesa, hipertensa e diabética, é considerada um perfil de alto risco.
Coronavac
A Coronavac é a vacina desenvolvida pelo Instituto Butantan em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. A vacina “brasileira” apresenta 78% de eficácia na prevenção de casos leves da doença causada pelo coronavírus. Essa eficácia aumenta para 100% para casos graves e moderados.
A vacina do Butantan é a grande responsável pela “guerra política” entre o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), e o presidente Bolsonaro.
Entre as tentativas de Doria para garantir de imediato a aquisição de milhões de doses e o negacionismo de Bolsonaro pondo em dúvida a origem do produto – a China, país comunista – e eficácia da imunização, o imunizante acabou ganhando os holofotes no Brasil.
Entre as tentativas de Doria para garantir de imediato a aquisição de milhões de doses e o negacionismo de Bolsonaro pondo em dúvida a origem do produto – a China, país comunista – e eficácia da imunização, o imunizante acabou ganhando os holofotes no Brasil.
Dois dos principais nomes para as eleições de 2022, Bolsonaro e Doria trocaram diversas farpas sobre o assunto. O presidente chegou até mesmo a chamar o governador de “médico do Brasil” e ainda ironizou a morte de um dos voluntários do estudo, o que fez a pesquisa ser paralisada por algum tempo – depois, foi noticiado que se tratou de suicídio.
Em outubro de 2020, o ministro da Saúde anunciou, em uma reunião com mais de 23 governadores, a compra do imunizante chinês. Menos de 24 horas depois, a aquisição foi desautorizada pelo presidente em live feita pelo Instagram.
Na época, o anúncio gerou polêmica entre os governadores polarizando ainda mais a guerra política entre o governador paulista e o presidente.
Na época, o anúncio gerou polêmica entre os governadores polarizando ainda mais a guerra política entre o governador paulista e o presidente.
Oxford/Astrazeneca
Produzida pelo grupo britânico AstraZeneca, em parceria com a Universidade de Oxford, esta vacina foi o segundo imunizante aprovado pela Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos para a Saúde (MHRA) e está aprovada para uso emergencial no Brasil.
Segundo estudiosos, é o imunizante mais econômico e mais fácil de armazenar. Custa cerca de 2,50 libras (aproximadamente R$ 14) a dose e pode ser conservado na temperatura de um refrigerador, entre 2°C e 8°C, diferentemente das vacinas da Moderna e Pfizer/BioNTech, que precisam ser armazenadas a temperaturas muito reduzidas (-20°C no primeiro caso e -70°C no segundo).
A vacina Oxford/AstraZeneca é de "vetor viral". Ou seja, toma como base outro vírus (um adenovírus de chimpanzé) que foi transformado e adaptado para combater o coronavírus.
Veja a lista de países que já começaram a vacinação contra COVID-19
- Alemanha - 26/12/2020
- Arábia Saudita - 17/12/2020
- Argentina - 29/12/2020
- Áustria - 27/12/2020
- Barhrein - 16/12/2020
- Bélgica - 28/12/2020
- Bielorussia - 29/12/2020
- Bulgária - 27/12/2020
- Canadá - 14/12/2020
- Chile - 24/12/2020
- China - julho de 2020
- Chipre- 27/12/2020
- Costa Rica - 24/12/2020
- Croácia - 27/12/2020
- Dinamarca - 27/12/2020
- Emirados Árabes - 14/09/2020
- Escócia - 8/12/2020
- Eslováquia - 26/12/2020
- Eslovênia - 27/12/2020
- Espanha - 27.12/2020
- Estônia - 27/12/2020
- EUA - 14/12/2020
- Finlândia - 27/12/2020
- França - 27/12/2020
- Grécia - 27/12/2020
- Hungria- 26/12/2020
- Inglaterra - 08/12/2020
- Irlanda - 29/12/2020
- Irlanda do Norte - 08/12/2020
- Islândia - 29/12/2020
- Israel - 19/12/2020
- Itália - 27/12/2020
- Kuwait - 24/12/2020
- Letônia - 28/12/2020
- Lituânia - 27/12/2020
- Luxemburgo - 28/12/2020
- Malta -27/12/2020
- México - 24/12/2020
- Noruega - 27/12/2020
- Omã - 27/12/2020
- País de Gales - 08/12/2020
- Polônia - 27/12/2020
- Portugal - 27/12/2020
- Qatar - 23/12/2020
- República Tcheca - 27/12/2020
- Romênia - 27/12/2020
- Rússia - 05/12/2020
- Sérvia - 24/12/2020
- Suécia - 27/12/2020
- Suíça -27/12/2020
- Holanda - 06/12/2020
- Indonésia - 13/01/2020
- Turquia - 14/01/2020
- Índia - 16/01/2020
- Brasil - 17/01/2020
Fonte: Imprensa Internacional
Veja a lista de países que já anunciaram as datas do ínicio da imunização
- Austrália: 20 de março de 2021
- Colômbia: fevereiro de 2021
- Egito: janeiro de 2021
- Nova Zelândia: 2º trimestre de 2021
- Paraguai: entre março e abril de 2021
Fonte: Ministério da Saúde dos países
Imunização
A ampla maioria dos países está distribuindo o imunizante criado em parceria pela alemã BioNTech e a americana Pfizer. Apenas os EUA aprovaram e distribuíram a vacina da norte-americana Moderna.
Outras 17 vacinas estão em desenvolvimento no mundo. Destas, três foram aprovadas para uso definitivo e cinco foram liberadas para uso emergencial e limitado em diversos países.
Além disso, há cerca de 64 vacinas em fases anteriores de testes em humanos no mundo e pelo menos 85 em fases pré-clínicas.
Corrida da vacinação
Em números absolutos, os países com mais pessoas vacinadas são o EUA e a China, que estão com 20 milhões de pessoas imunizadas.
Nos EUA, o presidente eleito, Joe Biden, foi imunizado ao vivo na televisão ,assim como o atual vice-presidente, Mike Pence, para incentivar a vacinação.
Em terceiro no ranking da imunização aparece o Reino Unido, primeiro país ocidental a autorizar o uso de vacinas, com 3 milhões de pessoas vacinadas.
A velocidade da tecnologia
A velocidade com que as primeiras vacinas contra a COVID-19 foram desenvolvidas é considerada extraordinária por todos os estudiosos. A produção de imunizantes nesta rapidez nunca havia ocorrido na história do desenvolvimento de vacinas.
A vacina contra o sarampo, por exemplo, foi descoberta com relativa rapidez: levou 10 anos. Mas para a febre tifoide levou mais de um século e, para algumas doenças, como a malária, ainda não foi encontrada uma vacina eficaz.
Para entender e acompanhar a velocidade da produção clique aqui e aqui.
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina
*Estagiária sob supervisão da subeditora Kelen Cristina
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.Como a COVID-19 é transmitida?
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.Como se prevenir?
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.Quais os sintomas do coronavírus?
Confira os principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
Vídeo explica por que você deve 'aprender a tossir'
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.Para saber mais sobre o coronavírus, leia também:
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