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Pode beber após vacinar? Confira perguntas e respostas sobre a vacinação

Cada vez mais pessoas são imunizadas contra a COVID-19, mas ainda restam dúvidas; Grávidas podem vacinar? Quem já se infectou precisa de vacina?


09/02/2021 19:17 - atualizado 09/04/2021 22:30

Médica tira as principais dúvidas sobre a vacinação contra a COVID-19(foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
Médica tira as principais dúvidas sobre a vacinação contra a COVID-19 (foto: Alexandre Guzanshe/EM/D.A Press)
As vacinas contra a COVID-19 aprovadas pela Anvisa já estão sendo aplicadas no Brasil desde o dia 18 de janeiro, mas ainda há dúvidas sobre possíveis reações e demais perguntas.

A médica alergista e imunologista Lorena de Castro Diniz, coordenadora do Departamento de Imunizações da Associação Brasileira de Alergia Imunologia (ASBAI) respondeu as principais dúvidas sobre a vacinação contra COVID-19 no Brasil.
 
 
Confira:

Há alguma reação comum após tomar a vacina?

Sim. Existem reações chamadas de eventos adversos. Os principais eventos são: aquela ‘moleza’, fraqueza, dor no corpo, febre, dor de cabeça e coriza. 

Por que é importante tomar duas doses?

Nas duas vacinas disponíveis no Brasil, o vírus está inativado, e para ter anticorpos suficientes no combate à infecção, o corpo precisa de uma carga maior que a oferecida com uma aplicação. Com a 2ª dose, a célula de memória vai fabricar os anticorpos mais rápido e de forma mais robusta, garantindo uma resposta imune maior. Além disso, os estudos realizados para aprovação da vacina só foram feitos após a segunda dose, não se sabe qual a proteção com uma só. Então, com base nos testes, só é possível saber que foi imunizado com a 2ª dose. 
 
 
Em um exemplo prático, Dra. Lorena diz: “Supondo que na primeira vez fazendo uma receita em casa, você demora mais a produzir e talvez não ficará tão bom. Mas da segunda vez, você já sabe os passos, quanto e quando colocar cada ingrediente e consegue até fazer em mais quantidades. É o que acontece com o sistema imunológico”. 
 
É possível testar positivo para COVID-19 após ser vacinado? 

É impossível o PCR dar positivo com a vacina. As duas vacinas disponíveis no Brasil são feitas com o vírus inativado. Se a pessoa tiver os sintomas após vacinar e o exame der positivo, é a infecção aguda pela COVID-19. Ela já podia estar contaminada e só descobriu depois, mas não é possível pegar COVID-19 por causa da vacina.
 
Tem alguma atividade que não pode ser feita após tomar a vacina?

É recomendado não tomar nenhuma outra vacina nos 15 dias anteriores à primeira dose do imunizante contra a COVID-19 e nem nos 15 dias seguintes, para saber se as reações adversas são de outra vacina ou da COVID-19. 
 
Também se recomenda não fazer procedimentos de preenchimento com bioestimulação e ácido hialurônico nos 15 dias antes e 15 dias depois da vacinação, porque alguns pacientes foram diagnosticados com a Síndrome ETIP (Edema Tardio Intermitente e Persistente). Essa síndrome ficou conhecida com outras vacinas e começou a cogitada neste caso, por ser um novo imunizante e correr o risco de acontecer.
 
A cada 120 vacinados contra COVID-19, dois tiveram ETIP, mas os edemas regrediram espontaneamente. Como a vacinação está no início, as reações ainda estão sendo estudadas. Por enquanto, não é contraindicado, somente uma recomendação
 
Depois de quantos dias a vacina começa a fazer o efeito de imunização?

A partir da primeira dose, o sistema imunológico vai sendo estimulado a produzir os anticorpos. Geralmente, 15 dias após a primeira dose já tem alguma carga de imunidade, mas como o vírus está inativado, é preciso uma nova dose, para ter defesa suficiente no combate à infecção. 
 
Grávidas e crianças podem tomar a vacina?

Sabemos que as vacinas inativadas são indicadas para mulheres grávidas. Por serem imunizantes novos e sem gestantes testadas, ainda não se sabe a segurança da nova vacina para elas. Mas pelo histórico de outras vacinas feitas com a mesma técnica, há uma boa resposta. Não há contraindicação, mas é necessária uma decisão compartilhada entre a mãe e seu médico, se for preciso tomar o imunizante agora. Quem está amamentando também devem checar com o médico se há recomendação.
 
Nas crianças, também não tiveram voluntários e ainda não se sabe a eficiência. Além disso, os pequenos são menos afetados pelo vírus e quando adoecem, geralmente, tem quadros mais leves ou assintomáticos. Por isso, a preferência é de pacientes que correm riscos mais graves. 
 
É permitido consumir bebida alcoólica depois de tomar a vacina?

Não. O que queremos é a produção de anticorpos e o consumo exagerado do álcool pode interferir nisso, já que atinge diretamente o sistema imunológico. É preciso seguir as orientações para ficar imunizado e dar tempo de produzir defesa. Evite o uso excessivo de bebidas alcóolicas nos 15 dias seguintes à vacinação. Uma taça de vinho ou uma lata de cerveja não fazem mal, mas acima disso não é recomendado, segundo os médicos.
 
O uso de drogas interfere na vacinação?

Funciona igual o álcool. As drogas mexem com o sistema imunológico e podem interferir diretamente na produção dos anticorpos.
 
Quem já teve COVID-19 tem que tomar a vacina? 

Teoricamente, não se sabe quanto tempo a pessoa terá os anticorpos após a infecção, então sim, a pessoa deve se vacinar mesmo se já teve COVID-19. O intervalo entre a infecção e a vacina deve ser de 30 dias a três meses, segundo alguns estudos. 

Pessoas com histórico alérgico podem tomar a vacina? 

Depende do tipo de alergia. Pessoas que já tiveram reação alérgica do tipo anafilática, devem procurar um médico para saber se a vacina tem a substância que lhe causou alergia. Alérgicos a leite, ovo, com rinite, asma ou dermatite, podem vacinar. O problema está nas reações anafiláticas a comidas, outras vacinas ou substâncias que estão no imunizante contra a COVID-19. Deve-se vacinar e esperar 30 minutos, pois este é o tempo que corpo vai levar para responder se tiver uma reação anafilática.
 
A médica reforça que todos tomem a vacina de acordo com a fila do Ministério da Saúde e não deixem de usar máscara, álcool nas mãos e manter o distanciamento, para garantir que a vida volte ao normal mais rápido. 
  
* Estagiária sob supervisão da subeditora Ellen Cristie. 


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