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Estado de Minas SAÚDE

Insônia: aprenda a dormir bem

Ter uma boa noite de sono é possível desde que haja mudança de hábitos envolvendo alimentação saudável, rotina de exercícios físicos e gerenciamento do estresse


21/02/2021 06:00 - atualizado 21/02/2021 10:38

Dormir bem faz bem à saúde(foto: Pixabay)
Dormir bem faz bem à saúde (foto: Pixabay)

Os impactos são sentidos na saúde, mas também na rotina e em demais aspectos da vida no dia a dia. É o que explica Carlos Azevedo: “Além de consequências físicas e psicológicas, a privação de sono traz fatores adicionais prejudiciais à sociedade como um todo. Nos últimos anos, no Brasil, por exemplo, o índice de fatalidades em decorrência de sonolência ao volante já supera o de direção embriagada e sob influência de drogas, juntos.”

O tempo que passamos dormindo precisa ser visto por aquilo que ele realmente é: a base sólida na qual os demais pilares de bem-estar, boa nutrição e exercício físico regular podem se sustentar firmemente. Alimentar-se e exercitar-se enquanto se negligencia o sono é jogar fora a possibilidade de uma vida plena. Por isso, dormir bem precisa ser entendido como um investimento de alto retorno na satisfação com a vida, melhoria de relações, produtividade e saúde

Carlos Azevedo, diretor de ciência de dados da Coteminas e head do Persono

“Além da tragédia social, a privação de sono também gera prejuízos econômicos. De acordo com estudo do centro de pesquisa norte-americano Rand Corporation, que avaliou os impactos econômicos do cansaço por privação de sono em cinco países, os índices de perda no Japão, por exemplo, chegaram próximos a 3% de seu PIB. Ainda segundo o relatório da Rand, estudos clínicos mostram que a privação de sono tem relação com a tomada ruim de decisões e com o prejuízo no desenvolvimento de habilidades na adolescência, o que pode acabar resultando em dificuldades de colocação no mercado de trabalho”, aponta.
 
O bem-estar na rotina diária também sofre. Isso porque, segundo o head do Persono, não dormir o suficiente inibe emoções positivas, o que tende a tornar as pessoas mais impulsivas e propensas a erros, bem como a experimentar certa diminuição nos sentimentos normalmente agradáveis. “Também segundo pesquisa norte-americana, dormir pouco intensifica o sentimento de raiva. Os resultados do trabalho indicam fortes evidências de que a restrição do sono aumenta a raiva e a frustração ao longo do tempo.”

“E as pesquisas sobre os efeitos da privação do sono no relacionamento interpessoal vão bem além, indicando inclusive que pessoas privadas de sono são mais propensas a trapacear”, aponta Carlos Azevedo.


CUIDADOS BÁSICOS 


O tão necessário e almejado “dormir bem” pode ser alcançado por uma série de bons hábitos e cuidados básicos, envolvendo, entre outras coisas, alimentação regular e saudável, respiração adequada e gerenciamento do estresse. É o que indica o especialista. Essa mudança de hábitos, chamada “higiene do sono” é a principal forma de tratar o problema relacionado à má qualidade de sono.

“O tempo que passamos dormindo precisa ser visto por aquilo que ele realmente é: a base sólida na qual os demais pilares de bem-estar, boa nutrição e exercício físico regular podem se sustentar firmemente. Alimentar-se e exercitar-se enquanto se negligencia o sono é jogar fora a possibilidade de uma vida plena. Por isso, dormir bem precisa ser entendido como um investimento de alto retorno na satisfação com a vida, melhoria de relações, produtividade e saúde”, afirma Carlos Azevedo.

Carlos Azevedo, diretor de ciência de dados da Coteminas e head do Persono, diz que pessoas privadas de sono são mais propensas a trapacear(foto: Epifanica/Divulgação)
Carlos Azevedo, diretor de ciência de dados da Coteminas e head do Persono, diz que pessoas privadas de sono são mais propensas a trapacear (foto: Epifanica/Divulgação)
Justamente por isso, ele recomenda que, caso a chamada “higiene do sono”, com mudanças de hábitos na alimentação, respiração, bem-estar e, também, com o menor uso de aparelhos eletrônicos antes de dormir, não apresente um resultado satisfatório, um médico deve ser procurado para orientar um suporte adequado. No entanto, está aí outro alarmante: 86% dos brasileiros não consideram problemas com sono uma razão suficiente para ir ao médico, segundo a pesquisa “Acorda, Brasil!”.

“Apesar do grave problema que é a privação do sono no Brasil, ainda estamos muito longe de sua conscientização por parte não só da população, como também das autoridades e de boa parte da classe médica. Por isso, é importante alertar os brasileiros: se preciso for, vá a um médico e mantenha os cuidados com a sua saúde. A boa qualidade de sono é peça-chave na qualidade de vida”, diz.

*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram




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