Não há dúvida de que se alimentar bem tem a ver com escolhas e, porque não, amor-próprio. A nutricionista comportamental Juliana Nakabayashi avisa que a melhor forma de começar a transformar o hábito alimentar para um consumo saudável é desejar mudar de forma consciente.
“Acredito que mudanças pautadas no medo (de adoecer, de engordar, de envelhecer) são superficiais e não sustentáveis. Há de ter um desejo profundo de cuidar do corpo e da mente que não seja pautado em medo, e sim em vontade de estar na vida. Para assim poder trabalhar, exercitar, estudar, dormir e divertir em plenitude. E a alimentação é um dos pilares essenciais para que isso aconteça.”
“Acredito que mudanças pautadas no medo (de adoecer, de engordar, de envelhecer) são superficiais e não sustentáveis. Há de ter um desejo profundo de cuidar do corpo e da mente que não seja pautado em medo, e sim em vontade de estar na vida. Para assim poder trabalhar, exercitar, estudar, dormir e divertir em plenitude. E a alimentação é um dos pilares essenciais para que isso aconteça.”
Juliana Nakabayashi associa alimentação com autoconhecimento, já que comer com equilíbrio deve ter um desejo mais profundo: “É iniciar uma jornada para dentro e buscar as respostas para as reflexões: quais são os meus valores? O que me faz acordar todos os dias? O que me move? Como eu quero me sentir?. E a partir daí é encontrar uma alimentação equilibrada que tenha a ver com esses propósitos”.
A nutricionista avisa que é possível equilibrar salada com batata frita, perfeitamente. Segundo ela, não há mal algum em comer fritura. Tudo vai depender da frequência e da quantidade. A batata frita por si só não diz muito. Como já disseram, a diferença entre o veneno e o remédio é a dose.
A alimentação consciente não incentiva o consumo de alimentos ultraprocessados, mas também não condena se o seu consumo for esporádico. “É sair do 8/80 e encontrar paz na alimentação. É seguir o caminho do meio.”
A alimentação consciente não incentiva o consumo de alimentos ultraprocessados, mas também não condena se o seu consumo for esporádico. “É sair do 8/80 e encontrar paz na alimentação. É seguir o caminho do meio.”
Para Juliana Nakabayashi, criaram um problema que foi dividir alimentos em certos e errados. Permitidos e proibidos. Este pode, aquele não pode. “O que gera muito desejo pelo proibido e aversão ao permitido. Com isso foi nascendo o nutricionismo, nutrição com terrorismo, em que comer batata frita virou atestado de desleixo com a saúde. Bons eram os tempos dos nossos avós e bisavós, que comiam de tudo, porém com mais equilíbrio. Eles estavam conectados com os sinais de fome e saciedade e respeitavam os alimentos que a natureza oferecia a cada estação.”
E a nutricionista continua. Para ela, a verdadeira nutrição, aquela que enxerga o ser humano na sua totalidade, sabe que comer vai muito além de calorias, gorduras, carboidratos e proteínas. Não podemos deixar de considerar o fato emocional e social. Há muita emoção e memória afetiva no comer e não devemos deixar isso de lado, afirma.
AUTOCONHECIMENTO
Conforme Juliana Nakabayashi, a maneira como cada um decide se alimentar passa também pelo autoconhecimento. É ele que vai permitir olhar em profundidade para o real motivo que nos faz comer. É encontrar o “para quê” eu como do jeito que como.
“Há sempre raízes que movem os hábitos alimentares. Desde a cultura alimentar da família e da região em que moramos até a forma como me coloco no mundo. Uma pessoa ansiosa, por exemplo, pode usar a comida para trazer alívio em momentos de ansiedade. E aí a comida começa a ser válvula de escape emocional."
Outra coisa importante que o autoconhecimento ajuda, segundo ela, é que mudar hábitos não é mágica, como muitos dizem. "Ah... é só fechar a boca. Só cortar o açúcar. Só comer salada com frango grelhado. Não, não é verdade. Mudar hábitos requer vontade, disciplina e constância. E conhecer a nós mesmos permite acessar as qualidades e habilidades que nos apoiarão no processo de mudança. É identificar o que temos de bacana para apoiar o processo e também as limitações e crenças que atrapalham.”
“Há sempre raízes que movem os hábitos alimentares. Desde a cultura alimentar da família e da região em que moramos até a forma como me coloco no mundo. Uma pessoa ansiosa, por exemplo, pode usar a comida para trazer alívio em momentos de ansiedade. E aí a comida começa a ser válvula de escape emocional."
Outra coisa importante que o autoconhecimento ajuda, segundo ela, é que mudar hábitos não é mágica, como muitos dizem. "Ah... é só fechar a boca. Só cortar o açúcar. Só comer salada com frango grelhado. Não, não é verdade. Mudar hábitos requer vontade, disciplina e constância. E conhecer a nós mesmos permite acessar as qualidades e habilidades que nos apoiarão no processo de mudança. É identificar o que temos de bacana para apoiar o processo e também as limitações e crenças que atrapalham.”
Juliana Nakabayashi conta que uma vez atendeu uma senhora que já tinha tentado de tudo, ido a vários nutricionistas e nunca mudava seus hábitos alimentares. Até que seu neto nasceu e ela encontrou o motivo para baixar de peso.
“Ela queria poder sentar no chão e brincar com o neto e isso foi mais forte do que o prazer que sentia em fazer os lanches da noite. Usamos isso para iniciar o processo de mudanças. Foi fácil não. Também não foi difícil. Precisou de constância e repetição, até que jantar se tornou um hábito. A família para ela era de um valor inestimável, e aí ela encontrou o 'para quê' comer com equilíbrio.”
“Ela queria poder sentar no chão e brincar com o neto e isso foi mais forte do que o prazer que sentia em fazer os lanches da noite. Usamos isso para iniciar o processo de mudanças. Foi fácil não. Também não foi difícil. Precisou de constância e repetição, até que jantar se tornou um hábito. A família para ela era de um valor inestimável, e aí ela encontrou o 'para quê' comer com equilíbrio.”
FALSOS SAUDÁVEIS
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Segundo a especialista, uma outra forma de identificar os falsos saudáveis é ver se nessa lista tem nomes que não são alimento e você não faz ideia do que se trata. São nomes difíceis ou números com letras.
Esses são os aditivos químicos, que estão ali por interesse da indústria em tornar o produto mais atrativo, gostoso e durável. Aquela frase desembale menos e descasque mais resume o que a nutrição consciente ensina. É fazer com que a base das refeições tenha mais alimentos do pomar e da horta do que da prateleira.
Esses são os aditivos químicos, que estão ali por interesse da indústria em tornar o produto mais atrativo, gostoso e durável. Aquela frase desembale menos e descasque mais resume o que a nutrição consciente ensina. É fazer com que a base das refeições tenha mais alimentos do pomar e da horta do que da prateleira.
O NOVO RÓTULO
Em 8 de outubro 2020, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a nova norma RDC 429/2020 sobre os rótulos nutricionais dos alimentos embalados e a Instrução Normativa 75/2020 sobre os requisitos técnicos para declaração da rotulagem nutricional. De acordo com a nova medida, as informações deverão estar na parte frontal dos produtos, para uma melhor visualização dos consumidores. Para esse novo rótulo, foi desenvolvido um design de lupa para identificar o alto teor de três nutrientes: açúcares adicionados, gorduras saturadas e sódio. O símbolo deverá ser aplicado na frente do produto, na parte superior, por ser uma área facilmente capturada pelo olhar do consumidor. A tabela de informação nutricional também passará por mudanças. As informações terão apenas letras pretas e fundo branco. O objetivo é afastar a possibilidade de uso de contrates que atrapalhem a legibilidade das informações. E será obrigatória a identificação de açúcares totais e adicionais, a declaração do valor energético e nutricional por 100g ou 100ml, para ajudar na comparação de produtos, e o número de porções por embalagem. Além de outras mudanças. A mudança deve ocorrer a partir de outubro de 2022, quando a norma entrará em vigor.