Jornal Estado de Minas

DESCOBERTA

COVID-19: UFMG desenvolve teste rápido para detectar variantes em pacientes

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) anunciou, nesta segunda-feira (22/03), que desenvolveu um teste rápido e barato para identificação das variantes da COVID-19 presentes no Brasil e no mundo, a P1 (variante de Manaus), a P2, a B.1.1.7 (inglesa) e a B.1.351 (africana). O exame custa, em média, R$70,00 para ser feito e apresenta resultados dentro de 6 horas.




 
A pesquisa foi desenvolvida no Laboratório de Biologia Integrativa do Instituto de Ciências Biológicas (ICB) da UFMG, liderado pelos professores Renato Santana e Renan Pedra de Souza. Segundo eles, o método mais usado, atualmente, para detectar as variantes leva até seis semanas com o sequenciamento genético convencional da amostra. Além de custar entre R$500 e R$600 por análise.
 
O teste da UFMG poderá ser feito em qualquer laboratório que já realiza o PCR, sem necessidade de máquinas caras e pouco acessíveis, além de ter vantagens em relação ao sequenciamento tradicional: “Quando realiza o sequenciamento convencional, você faz uma projeção, pois ele é feito apenas com centenas de amostras”, diz Renato Santana.
 
“Com o novo teste, que consegue varrer um número muito maior de amostras, é possível visualizar a frequência das variantes de forma mais fidedigna e condizente com a realidade. Além disso, qualquer laboratório que já realiza o PCR é capaz de fazer esse teste de diagnóstico das variantes, diferentemente do sequenciamento, que exige máquinas caras e disponíveis em poucos ambientes” completa o professor.




 
Renato alerta que o teste desenvolvido não identifica novas variantes ainda desconhecidas pelas autoridades, mas detecta a presença das mutações já descobertas no organismo do paciente. Por isso, o sequenciamento genético ainda é de extrema importância, já que apenas esse método pode descobrir mais uma variante, caso apareça. 
 
“O sequenciamento genético ainda é importante porque somente ele é capaz de descobrir uma variante nova, até então desconhecida. Mas, depois da descoberta, o teste que desenvolvemos se torna a melhor ferramenta para detecção, pois pode ser constantemente adaptado para reconhecer as que aparecem. Os dois testes são, portanto, complementares” diz.
 
Com a criação do teste rápido, os estudos não terminaram. Agora, a equipe trabalha para investigar a variante P2, que circula em BH. Estudos já comprovam que a variante de Manaus, a P1, está associada à carga viral mais alta nos pacientes. A pesquisa na capital mineira está sendo realizada em parceria com a Fundação Ezequiel Dias e com o Instituto Hermes Pardini. 
 
*Estagiária sob supervisão do subeditor Eduardo Oliveira 

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