Pacientes contaminados com COVID-19 têm alta incidência de Lesão Renal Aguda (LRA) – em torno de 70%. E algumas condições podem inferir maior gravidade a esse quadro no rim, como o histórico de hipertensão ou o uso de certos medicamentos para tratar a infecção causada pelo coronavírus, no caso, a hidroxicloroquina e a azitromicina. É o que diz um estudo realizado por um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp).
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O uso de drogas para tratar COVID-19 também registrou associação de casos de infecção pelo vírus e a Lesão Renal Aguda. "55% dos pacientes que usaram hidroxicloroquina para tratar a doença, por exemplo, tiveram evolução do quadro para LRA, ao mesmo passo que apenas cerca de 30% não apresentaram o problema associado. As estatísticas evidenciam bem isso. Em resumo, o uso de medicamentos, como hidroxicloroquina e azitromicina, bem como o histórico de hipertensão foram os fatores mais pré-dispostos”, explica o pesquisador.
Mas por que há esse pré-disposição associada? Miguel Angelo de Góes elucida que ainda não se tem respostas, haja vista que o primeiro passo do estudo foi apenas avaliativo e de coleta de dados. Portanto, o que se pode afirmar no momento é: hipertensos, pessoas que utilizam hidroxicloroquina e azitromicina para tratar a doença e pacientes que fazem uso de drogas vasoativas para elevar a pressão podem ter uma evolução negativa do quadro de COVID-19 para a Lesão Renal Aguda.
“Temos hipóteses: a hidroxicloquina por si só inibe a proteção de uma membrana renal que quando a célula está doente é englobada para se autodefender”, afirma o professor de nefrologia.
Apesar disso, Miguel Angelo Góes lembra que esse estudo "abriu portas” para novas investigações. É uma esperança. “Podemos, a partir disso, buscar desenvolver medicamentos que possam atenuar a Lesão Renal Aguda, porque ela está muito associada a maior parte das mortalidades de pacientes graves de COVID-19.”
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram
O que é o coronavírus
Coronavírus são uma grande família de vírus que causam infecções respiratórias. O novo agente do coronavírus (COVID-19) foi descoberto em dezembro de 2019, na China. A doença pode causar infecções com sintomas inicialmente semelhantes aos resfriados ou gripes leves, mas com risco de se agravarem, podendo resultar em morte.
A transmissão dos coronavírus costuma ocorrer pelo ar ou por contato pessoal com secreções contaminadas, como gotículas de saliva, espirro, tosse, catarro, contato pessoal próximo, como toque ou aperto de mão, contato com objetos ou superfícies contaminadas, seguido de contato com a boca, nariz ou olhos.
A recomendação é evitar aglomerações, ficar longe de quem apresenta sintomas de infecção respiratória, lavar as mãos com frequência, tossir com o antebraço em frente à boca e frequentemente fazer o uso de água e sabão para lavar as mãos ou álcool em gel após ter contato com superfícies e pessoas. Em casa, tome cuidados extras contra a COVID-19.
Principais sintomas das pessoas infectadas pela COVID-19:
- Febre
- Tosse
- Falta de ar e dificuldade para respirar
- Problemas gástricos
- Diarreia
- Em casos graves, as vítimas apresentam:
- Pneumonia
- Síndrome respiratória aguda severa
- Insuficiência renal
- Os tipos de sintomas para COVID-19 aumentam a cada semana conforme os pesquisadores avançam na identificação do comportamento do vírus
Mitos e verdades sobre o vírus
Nas redes sociais, a propagação da COVID-19 espalhou também boatos sobre como o vírus Sars-CoV-2 é transmitido. E outras dúvidas foram surgindo: O álcool em gel é capaz de matar o vírus? O coronavírus é letal em um nível preocupante? Uma pessoa infectada pode contaminar várias outras? A epidemia vai matar milhares de brasileiros, pois o SUS não teria condições de atender a todos? Fizemos uma reportagem com um médico especialista em infectologia e ele explica todos os mitos e verdades sobre o coronavírus.