Há um ano a pandemia de coronavírus se instalava no mundo. A crise sanitária transformou a rotina de todos. O isolamento social ainda se apresenta como a principal forma de combate à disseminação do vírus, considerando que a vacinação em massa ainda caminha em ritmo lento, especialmente no Brasil.
Com a readequação das atividades diárias, a prática de exercícios físicos também sofreu alterações. O acesso às academias, principalmente em períodos de lockdown, como o que Belo Horizonte vive no momento, ficou ainda mais restrito. Entretanto, os exercícios são essenciais para a manutenção da saúde física e mental.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) constantemente reitera que todos devem, ao menos 30 minutos por dia, exercitar-se. Em seu site, a OMS disponibiliza um guia de exercícios que podem ser realizados em casa durante a pandemia. "Cada movimento conta, especialmente agora que estamos administrando as restrições causadas pela COVID-19. Devemos nos movimentar todos os dias de forma segura e criativa", afirma o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, no endereço eletrônico da entidade.
A iniciativa de disponibilização do documento parte da preocupação da OMS com uma possível pandemia de problemas de saúde causados pelo sedentarismo.
De acordo com a organização, se exercitar ajuda a prevenir várias doenças, como a diabetes tipo 2 e o câncer, além de reduzir sintomas de depressão e ansiedade. O guia, que busca encorajar os países a adotar medidas que fomentem a prática de exercícios, defende ainda que diferentes perfis de pessoas devem se manter ativos, independente de idade e de condições de saúde.
De acordo com Eduardo Netto, diretor técnico da Bodytech, o posicionamento da OMS está alinhado ao que já se percebe na prática e em estudos. "Evidências recentes sugerem que estar em forma melhora o sistema imunológico e que mesmo um único treino pode ampliar nossa capacidade de combater vírus e bactérias. Ou seja, 30 minutos de atividade física moderada por dia já torna suas respostas imunes mais eficientes e diminui as chances de contrair doenças", explica o diretor.
Treino em casa
Se na academia a prática de atividades requer disciplina, em casa tmbém. São muitos os fatores que podem desviar do objetivo: tarefas domésticas, home office, maior tempo frente ao computador e dispositivos eletrônicos, entre outros. Por isso, ter o acompanhamento remoto de profissionais ajuda a não dispersar e cumprir uma rotina de treinamento.
Os treinos on-line têm sido alternativa para quem não quer parar de se exercitar. Segundo o site Netshoes, especializado em vendas de aparelhos e roupas para ginástica, somente em abril de 2020, alguns equipamentos registraram aumento de 2500% nas vendas.
A busca por aplicativos de treinamento também aumentou consideravelmente. A Bodytech, por exemplo, viu seu app BT FIT ter um aumento de 25% em downloads, o que significa um crescimento de 107% em usuários ativos e 133% em receita.
A plataforma oferece programas de treinamento e personal trainer. Alongamento, dança, ginástica localizada, funcional e ballet fitness são algumas das opções. Todas as aulas são acompanhadas por professores especializados. O acesso à plataforma pode ser feito via celular Android e IOS e o valor do plano anual é R$238,80.
"No momento, enfrentamos o fechamento do comércio em Belo Horizonte, o que impossibilita frequentar a academia. Contudo, mesmo com a reabertura, muitas pessoas ainda não se sentem seguras em voltar para o ambiente de uma academia, por serem idosas ou fazerem parte do grupo de risco, e outras gostaram ou aprenderam a treinar em casa, mas querem todo o respaldo de um profissional qualificado", destaca Bruno Franco, diretor de marketing e tecnologia da Bodytech.
Além do aplicativo, a rede de academias criou o BT Home, que oferece aulas via Zoom. São treinos de cerca de 30 minutos, individuais ou em grupos, feitos de forma personalizada e realizados apenas com o peso do próprio corpo ou com equipamentos já disponíveis em casa.
Diferente do BTFIT, que é um produto por demanda, o BT Home nasceu para atender aos alunos que preferem e necessitam de um atendimento personalizado, podendo adaptar o treino em conjunto com o personal ao vivo como se estivesse dentro da academia. Além disso, o professor pode corrigir os alunos imediatamente caso estejam executando algum movimento de forma incorreta, montar aulas com as preferências de cada um e utilizar equipamentos disponíveis dentro de casa como bicicleta ergométrica, esteira, entre outros ou acessórios como elásticos, mini bands e halteres.
Antes de treinar, o aluno deve verificar se o ambiente que escolheu para fazer a aula pode trazer riscos. Afastar móveis, cadeiras, mesas, tapetes ou qualquer objetivo que possa servir como um obstáculo ou que atrapalhe na execução dos exercícios.
"Um bom teste é abrir os braços e as pernas, com um exercício de polichinelo, e entender se existe algum obstáculo impedindo o seu treino. Se você girar 360 graus e não encostar em nenhum obstáculo, conseguiu encontrar um ambiente seguro", complementa Eduardo Netto.
Recomendações do guia da OMS:
Crianças e adolescentes (5 a 17 anos)
60 minutos por dia de atividades moderadas a vigorosas e atividades mais intensas 3 vezes na semana
Importante: limitar o tempo que ficam expostos às telas
Adultos (18 a 64 anos)
Pelo menos de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade de intensidade vigorosa
Importante: combinar diferentes tipos de treinos, que fortaleçam a musculatura e envolvam todos os grupos musculares
Pessoas com 65 anos ou mais
Pelo menos de 150 a 300 minutos por semana de atividade física moderada ou de 75 a 150 minutos de atividade de intensidade vigorosa também
Importante: fazer atividades que trabalhem o equilíbrio funcional e o treinamento de força para aumentar a capacidade funcional e evitar quedas
Mulheres grávidas e puérperas
150 minutos de atividade de intensidade moderada durante a semana
Importante: combinar atividades físicas aeróbias e de fortalecimento. Alguns tipos de atividades devem ser evitados por mulheres grávidas, como as com risco de queda, por exemplo. É necessário consultar um profissional de saúde