Jornal Estado de Minas

SAÚDE

Feluma Ventures propõe inovação em saúde e educação médica em Minas Gerais


Inovação. Essa é uma palavra quase de ordem na saúde pública nos últimos anos. Com a pandemia, essa necessidade de evidenciou, e muito, já que, para além do desenvolvimento de novas técnicas de pesquisas, medicamentos, exames e vacinas foram criados com respaldo da ciência e tendo a tecnologia como grande aliado. Além disso, a telemedicina quebrou tabus e se tornou um dos grandes tripés de sustentação da saúde, evitando colapsos piores. 





É nesse cenário que a Feluma Ventures chega a Minas Gerais, uma nova corporate venture builder no ramo de saúde e educação médica – estruturas colaborativas que atuam como ponte entre empresas já estabelecidas e startups inovadoras – controlada pela Fundação Educacional Lucas Machado (Feluma) e associada à FCJ Venture Builder e à Saúde Ventures. 

O foco da Feluma Ventures é o desenvolvimento e a manutenção de atividades educacionais, saúde, assistência social e pesquisa no campo das ciências exatas, humanas e biológicas. 

“Essa iniciativa nasce da intenção, necessidade e interesse de aproximar a Feluma e as empresas que ela representa do ambiente de inovação de startups. Então, a ideia é criar um grande centro de inovação focado em educação e saúde. Será constituída uma nova empresa. E a ideia é dar a oportunidade para investidores investirem nessa iniciativa, que é focada em alunos, docentes e sociedade. Será, também, uma oportunidade para os alunos e docentes apresentarem projetos de inovação ou de empresas do mundo todo poderem estar trazendo inovação para dentro do grupo.” 

É o que explica Paulo Justino, CEO do Grupo FCJ Venture Builder. Segundo ele, esse é um projeto que se caracteriza como uma fábrica de startups de inovação em ramos de saúde, impulsionando alunos e docentes da Feluma a inovarem e fomentarem pesquisas e projetos que “pensem” como startups, visando a atividade social, mas também o rendimento. 

“Esse é um chamamento continuado. A qualquer momento, um grupo de alunos da Feluma ou da sociedade pode vir e apresentar para nós projetos de startups. E o que vamos fazer? Vamos funcionar como cofundadores dessa startup, focando no objetivo de fazê-la crescer no mercado. Então, iremos apoiar tanto essas iniciativas de startups na área da saúde quanto a estrutura, como a própria FCJ, presente no mundo todo. Então, o objetivo é que essas startups cresçam”, justifica. 





Flávio de Almeida Amaral, superintendente geral da Feluma (foto: Feluma/Divulgação)
Flávio de Almeida Amaral, superintendente geral da Feluma, lembra que o projeto tem potencial junto aos alunos da fundação, conforme já relatado e citado por Justino. “Nós temos 3.000 mil alunos em graduação, seja em medicina, fisioterapia, enfermagem e psicologia, e acreditamos que temos uma oportunidade muito grande de desenvolver junto com eles ideias inovadoras nessa área de saúde e ensino. Vamos incentivar muito internamente a comunidade acadêmica." 

“E é importante destacar que qualquer desenvolvimento na área de saúde traz um benefício muito grande para a sociedade. Temos vários exemplos atualmente, como as vacinas que foram desenvolvidas rapidamente. E, para isso, temos um modelo substancial que podemos mudar muita coisa, como na tensão do Sistema Único de Saúde, evitando alguns tipos de evolução. A nossa ideia, não é só negócio e inovação, mas, também, benefício e acesso da sociedade ao sistema de saúde por meio da tecnologia.” 

Segundo ele, a Feluma Venture, inclusive, terá em breve um projeto de oftalmologia com exames de ponta com o uso da inteligência artificial. Para além de desenvolver um novo tipo de negócio, Flávio frisa: “temos um papel social muito importante”. 

Com uma sociedade em busca de investir, os profissionais acreditam que esse será um modelo de possibilidades para a sociedade. “A meta é ter várias startups no portfólio, cerca de 40, e em vários estágios. E tem um acesso que é de aculturamento, do aluno de medicina pensar e buscar modernizar e inovar. É uma palavra que tem ganhado força. Então, é criar uma cultura da inovação cada vez maior dentro das universidades e isso é muito importante. Queremos trazer isso para dentro das ciências médicas, impulsionando o aluno a desde cedo a pensar em inovação e dar essa oportunidade”, afirma Paulo Justino. 
 
Paulo Justino, CEO do Grupo FCJ Venture Builder (foto: FCJ/Divulgação)
 
 
 

Parcerias exteriores estão sendo buscadas, segundo os responsáveis pela Feluma Venture, um cenário propício, conforme afirma Flávio de Almeida Amaral. “A ciência médica adota muito isso, com parceiras e intercâmbios com universidades do mundo inteiro. E temos isso com Estados Unidos, Alemanha, entre outros. E é muito importante para a universidade e para os alunos.” 

Pandemia


Em momento delicado para todo o mundo, Flávio acredita que a pandemia de COVID-19 deixou um legado de inovação. “É um momento de oportunidade, quando você avalia esse ano de pandemia, houve uma inovação grande em telemedicina, o que era quase um tabu no Brasil. Hoje, as consultas a distância têm funcionado no Brasil. E temos no nosso ambulatório de psicologia e de fisioterapia o atendimento a distância, o que era impensado até pouco tempo.” 

“Então, acho que todo esse processo serve também como um incentivo para as pessoas se voltarem para soluções. E no mundo inteiro, cada hora, surge um processo novo, seja uma vacina ou a busca por um medicamento, mas também traz soluções inovadoras nesses momentos difíceis. E é o que estamos fazendo.” 

Paulo Justino concorda: “tirando a fatalidade, sem dúvida é uma oportunidade. A pandemia vai passar, e esperamos isso, mas vai deixar um legado na modernização, no reflexo da necessidade da medicina se modernizar cada vez mais, com um atendimento mais rápido, mais barato e de melhor qualidade. E isso sem dúvida passa pela inovação que estamos buscando e desenvolvendo”. 





Para ele, ainda, a pandemia trouxe uma aproximação e melhor entendimento de leigos para com termos médicos, como as fases – 1, 2 e 3 – de desenvolvimentos de estudos, vacinas e medicamentos, o que traz oportunidades, como o despertar de outros médicos para projetos de inovação. “Inovação dentro da gaveta não salva vida. Inovação tem que ir ‘para fora’ e beneficiar a sociedade, e é o que a ciência médica vai fazer conosco e a Feluma Venture. É uma oportunidade do médico se tornar um pesquisador, pensando na modernidade de saúde, mas também no retorno financeiro a médio prazo.” 

Inauguração


O projeto será apresentado ao público no próximo dia 29, às 19h. Será um evento virtual com transmissão ao vivo direto do teatro da Feluma. Com participações especiais e palestrantes internacionais, a inauguração da Feluma Ventures será transmitida nos canais oficias – Facebook e Youtube – da Feluma, da FCJ e do teatro. Presencialmente, todos os protocolos sanitários serão respeitados. 

* Estagiária sob a supervisão da subeditora Ellen Cristie.

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