A hidroxicloroquina e a cloroquina, medicamentos que compõem o chamado “kit Covid”, usado na prevenção ou tratamento para quadros de infecção por COVID-19 sem comprovação científica, são responsáveis por respostas contrárias ao desejado, conforme aponta análise internacional de estudos publicada nesta quinta-feira (15/) na "Nature". Segundo os dados apresentados, a hidroxicloroquina, inclusive, é associada ao aumento da mortalidade.
Com base nos estudos randomizados disponíveis, não houve, também, benefício do uso da cloroquina para tratamento da COVID-19. Justamente por isso, a recomendação final do artigo é: “Os profissionais médicos em todo o mundo são incentivados a informar os pacientes sobre essas evidências”, diz.
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Para a hidroxicloroquina, a evidência é dominada pelo estudo “Recovery”, que não indicou benefício na mortalidade para pacientes tratados com COVID-19, juntamente com hospitalização mais longa e maior risco de progressão para ventilação mecânica invasiva e/ou morte. Da mesma forma, o estudo “Who Solidarity” não indicou nenhum benefício na redução da mortalidade.
“Os estudos usaram hidroxicloroquina em doses comparativamente mais altas do que todos os outros estudos, exceto ‘Remap-cap’. Não houve evidência de uma modificação de efeito por dose, e o efeito combinado de todos os ensaios com dose mais baixa não indicou um benefício de hidroxicloroquina, mas tendeu a um efeito nulo. Esta meta-análise não aborda o uso profilático nem outros resultados além da mortalidade."
Entre os cinco estudos em pacientes ambulatoriais, houve três mortes, duas ocorrendo em um ensaio de 491 pacientes relativamente jovens com poucas comorbidades e uma em um pequeno ensaio com 27 pacientes. Para pacientes ambulatoriais idosos ou com comorbidades, as evidências são esparsas. A maioria dos 28 estudos excluiu pessoas com comorbidades com maior risco de eventos adversos de hidroxicloroquina e cloroquina.
“Este artigo oferece o resumo mais abrangente sobre HCQ e mortalidade em COVID-19 até o momento. Planejamos realizar uma atualização quando evidências adicionais substanciais estiverem disponíveis”, conclui o estudo.
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