As doenças psicossomáticas, conhecidas como transtorno somatoforme ou simplesmente somatização, é um transtorno psiquiátrico que afeta também o funcionamento do corpo, provocando diversas queixas físicas.
"Embora as causas não sejam totalmente compreendidas, o estresse gerado por emoções interfere no funcionamento cerebral, o que altera a liberação de substâncias importantes para o correto funcionamento cerebral, repercutindo também no funcionamento normal do organismo como um todo.”
"Embora as causas não sejam totalmente compreendidas, o estresse gerado por emoções interfere no funcionamento cerebral, o que altera a liberação de substâncias importantes para o correto funcionamento cerebral, repercutindo também no funcionamento normal do organismo como um todo.”
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Quarentena traz consequências emocionais para quem vive sóDe volta ao trabalho presencial: marcas emocionais deixadas pela pandemia podem influenciar na nova rotinaPesquisa mostra que pandemia elevou sensação de tristeza nas redes sociaisAtividade física é aliada do bem-estar do corpo e da mente na pandemia Nanobastões de ouro modificados são aliados em tratamentos de doençasNão à toa, segundo uma pesquisa divulgada recentemente pela ABP, 89% dos 400 profissionais da saúde entrevistados diagnosticaram seus pacientes com quadros de doenças psicossomáticas nos últimos meses.
A empresária Déborah Ribeiro da Silva, de 34 anos, sentiu isso na pele durante a pandemia de COVID-19. Ela conta que, agora, no oitavo mês de gravidez e com o aumento dos casos da doença, começou a sentir um medo exacerbado de adoecer. “Adotei completamente o lockdown e, com isso, desenvolvi uma dermatite em uma das pernas, que acabou passando para a outra. Precisei buscar ajuda médica para tratar”, afirma.
ACOMPANHAMENTO PSICOLÓGICO
Mas como identificar um quadro de doença psicossomática e como, também, tratá-la? Para o diagnóstico, que nem sempre é fácil, o especialista explica que é necessário descartar doenças físicas que justifiquem o sintoma do paciente com a realização de exames. Depois de diagnosticar a patologia, é fundamental reestabelecer de forma gradativa o estado mental do paciente com acompanhamento psicológico.
“Isso porque o psicólogo, junto com o paciente, vai entender e dar significado aos sintomas físicos da pessoa, correlacionando-os com os fatores emocionais e modificando padrões de pensamentos disfuncionais, mas sempre com o cuidado de não desmerecer o sofrimento do outro. O tratamento medicamentoso, realizado por um médico psiquiatra, pode ser relevante para controlar sintomas ansiosos, depressivos e dolorosos. Em todos os casos, a prática de atividades físicas, um boa noite de sono e alimentação adequada é muito importante.”
Déborah Ribeiro da Silva agiu, conforme as recomendações, antes do quadro agravar ainda mais. “Tenho evitado acompanhar as notícias tristes e buscado momentos de relaxamento como assistir séries, leitura e meditação, e cuidado mais da parte emocional e espiritual. E entendo e acredito ser muito importante tentar manter o equilíbrio emocional agora e não descuidar da saúde”, afirma a empresária.
Por isso, Bruno Brandão pontua, ainda, que é importante entender quando pedir ajuda e não hesitar: “Não deixe para depois, se os sentimentos ruins são parte da sua rotina, você precisa de ajuda, pois quanto mais intensos forem, maior a chance de ocasionar dores e doenças, como, infarto. Para qualquer sinal de alerta, não hesite em pedir ajuda e entre em contato com um profissional médico imediatamente”, recomenda.
PREVINA-SE!
Para além da pandemia de COVID-19 e o isolamento social, evitar o aparecimento de dores e doenças em razão de situações emocionais é muito importante. Segundo o psiquiatra Bruno Brandão, o caminho é “autoconhecimento”.
“Entretanto, isso não é tarefa fácil. Cada vez mais vivemos cheio de pensamentos negativos, afazeres e preocupações, e na correia do dia a dia nem sempre paramos para uma reflexão sobre nós mesmos. É muito importante desacelerar um pouco, relaxar e fazer uma autoanálise."
Algumas sugestões do especialista são: descobrir o que te dá prazer, prestar atenção nos gatilhos que geram os desconfortos emocionais e físicos, entender que não temos o controle sobre tudo, praticar atividade física, meditação ou outras técnicas de relaxamento e intensificar as relações sociais mesmo por meios virtuais.
Algumas sugestões do especialista são: descobrir o que te dá prazer, prestar atenção nos gatilhos que geram os desconfortos emocionais e físicos, entender que não temos o controle sobre tudo, praticar atividade física, meditação ou outras técnicas de relaxamento e intensificar as relações sociais mesmo por meios virtuais.
*Estagiária sob a supervisão da editora Teresa Caram